Vice-presidente do Atlético, Lásaro Cândido da Cunha voltou a utilizar o Twitter para comentar um tema polêmico. O dirigente disparou contra o Flamengo, que venceu queda de braço com o Grupo Globo e passou a transmitir seus jogos do Campeonato Carioca em canais oficiais.
“Aqueles que festejam a quebra dos contratos de transmissão do futebol, alicerçados numa Medida Provisória (984), editada para atender aspirações de um clube que não é capaz de pensar além do seu “umbigo”, talvez não saibam o impacto negativo que essa insegurança contratual pode produzir”, escreveu o dirigente do Atlético.
“A união dos clubes do nosso futebol passa pela alteração do modelo de negociação individual para a negociação coletiva dos direitos das competições, com fixação de um padrão razoável de equilíbrio entre os valores do rateio. A lei pode ajudar para impor negociação pela entidade dos clubes”, complementou.
A Medida Provisória citada por Lásaro foi publicada pelo presidente Jair Bolsonaro em 18 de junho, após uma série de encontros com o mandatário do Flamengo, Roldolfo Landim. A MP altera, principalmente, a dinâmica das transmissões das partidas. O mandante dos jogos passa a poder transmitir os duelos sem que exista concordância do visitante.
Em reação à decisão do Flamengo de transmitir seus jogos, o Grupo Globo, detentor da maior fatia de direitos de transmissão no Brasil, resolveu rescindir o contrato de exibição do Campeonato Carioca.
“Paguem às famílias”
Após a publicação no Twitter, Lásaro passou a ser atacado por torcedores do Flamengo. Um deles provocou: “Os clubes tem o direito de fechar seus jogos onde eles quiserem. Flamengo vai dar um baile em vocês (sic)”.
O vice-presidente do Atlético rebateu lembrando a morte dos jogadores das categorias de base do Flamengo, em 8 de fevereiro de 2019. Na oportunidade, dez “garotos do Ninho” morreram queimados no Centro de Treinamento Ninho do Urubu, no Rio de Janeiro.
“Constrói estádio primeiro, paguem as indenizações às famílias dos meninos mortos, resolvam as questões penais daí decorrentes e depois conversaremos”, escreveu Lásaro Cândido da Cunha.
O dirigente do Atlético se referiu às negociações do Flamengo para indenizar as famílias que perderam seus entes queridos. Apenas quatro delas já entraram em um acordo com a diretoria do clube carioca. Na última semana, o Ministério Público do Rio de Janeiro indiciou quatro funcionários do Flamengo.