O vice-presidente Lásaro Cândido da Cunha explicou o processo que o Atlético moveu contra o ex-jogador Cicinho para quitar uma dívida com o banco Axial. Em 2003, o ex-lateral-direito da Seleção Brasileira entrou na Justiça e conseguiu liberação do Galo por falta de pagamento de FGTS. Por causa disso, a empresa ajuizou uma ação contra clube e atleta, já que perdeu os 50% dos direitos econômicos que detinha.
Anos depois, o Atlético começou a negociar com o banco Axial e conseguiu desconto na ação, que já chegava a R$ 18 milhões. Como Cicinho não se posicionou, o clube precisou acioná-lo na Justiça. A dívida total atingiu cerca de R$ 9 milhões. Cicinho pagou R$ 2,9 milhões ao Galo e R$ 250 mil de honorários advocatícios.
"Cicinho jogou no Atlético até 2003. Entrou na Justiça e conseguiu a liberação. Só que Cicinho e Atlético tinham contrato com a Axial. Era uma empresa de São Paulo que tinha direito a 50% dos direitos do jogador. A empresa processou Atlético e Cicinho conjuntamente e ambos foram condenados. Valor total em 2016 foi de R$ 18 milhões. Nós pegamos esta negociação no fim, e nós temos um advogado, o Raul Ribeiro, que representou o Atlético. Nós coordenamos uma tentativa de composição. Conseguimos com a Axial reduzir um valor que era mais de R$ 18 milhões para R$ 9 milhões", destacou Lásaro.
"Mas o Cicinho não participou deste acordo. Ele ficou lá escondido e não quis participar inicialmente. O que o Atlético fez? O processou. Valor da dívida dele no pacote era pouco mais de R$ 10 milhões. Nós oferecemos para ele uma oportunidade: fizemos o mesmo desconto que a empresa fez ao Atlético. E ele pagou ao clube R$ 3,2 milhões (Atlético e advogado). E ele deve agradecer ao Atlético porque o Atlético facilitou a vida dele, pois negociou com ele em condições excepcionais. O advogado na época, o Raul, obviamente recebeu os seus honorários, porque ele atuou corretamente e merece isso. Portanto, pare de falar besteira, Cicinho. O Atlético tem péssima recordação de você. Você deu prejuízo ao Atlético e deveria agradecer ao Atlético", acrescentou.
Cicinho pagou o Atlético em três parcelas em 2018 e 2019: uma no valor de R$ 1.450.000 e três de R$ 500 mil.
Cicinho
Em entrevista ao Canal do Nicola no Youtube, Cicinho disse que não tem boas recordações do clube e que torce para que o Atlético não se dê bem.
“No ano passado, eu perdi uma ação para o Clube Atlético Mineiro. Tinha uma cláusula que eu tinha que ter notificado se fosse sair do clube. Tive que pagar R$ 3 milhões. Nunca ganhei dinheiro nenhum do Atlético, só para que o torcedor entenda. Tudo o que ganhei lá em quase três anos, tive que pagar agora para que não penhorassem alguns bens meus”, disse o ex-camisa 2, que anunciou a aposentadoria em março de 2018, aos 37 anos, após breve passagem pelo Brasiliense.
“Não tenho nada contra o torcedor, mas o Atlético não é uma memória agradável para mim. Teve esta falta de honestidade do clube, que perdeu um dinheiro para o banco Axial, e eu que tive que pagar. Tudo foi resolvido. Não guardo mágoa, mas torço para que o Atlético não se dê bem. Paguei mais R$ 300 mil ao advogado”, complementou.
Formado na base do Botafogo de Ribeirão Preto, Cicinho chegou ao Atlético em 2001, aos 20 anos, e permaneceu até o fim de 2003, quando acionou a Justiça para sair do clube e assinar com o São Paulo. Pelo Galo, o ex-lateral-direito disputou 96 jogos e marcou sete gols.
No São Paulo, Cicinho cresceu de produção e mostrou muita qualidade no apoio. Em 151 jogos, marcou 21 gols e ajudou o time a vencer o Campeonato Paulista, a Copa Libertadores e o Mundial de Clubes em 2005. Na sequência da carreira, defendeu o Real Madrid, da Espanha, e a Roma, da Itália, além de representar a Seleção Brasileira na Copa das Confederações de 2005 e na Copa do Mundo de 2006. O lateral ainda atuou por Villarreal, da Espanha, Sport Recife e Sivasspor, da Turquia.