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Presidente do Atlético acredita que acordo com Independência 'travou' crescimento de sócios

Sette Câmara, no entanto, ressaltou sucesso desportivo do Galo no Horto

Bruno Furtado João Vitor Marques Roger Dias Túlio Kaizer
No Independência, Atlético teve grandes conquistas, mas programa de sócios não alavancou - Foto: Bruno Cantini/Atlético

O Independência traz boas lembranças para o torcedor do Atlético. Foi no Horto que o clube deu início a campanhas épicas para conquistar os títulos da Copa Libertadores, em 2013, e da Copa do Brasil, em 2014. O retorno desportivo no estádio é inegável. No entanto, a parceria, criada em 2012, não foi apenas benéfica.



Em entrevista exclusiva ao Superesportes e ao Estado de Minas, o presidente Sérgio Sette Câmara disse que o Galo poderia ter um número maior de sócios caso tivesse escolhido o Mineirão como casa.

“Posso responder que sim ou que não pelo viés do sócio-torcedor. Se for olhar por isso, foi ruim, diminuiu o número de sócios”, disse o mandatário, que exalta o retorno técnico do Galo no Horto.

“Mas, por outro lado, o Atlético teve sucesso desportivamente lá. Outros tipos de benefícios vieram. O clube chegou à final da Copa Libertadores. Poderia não acontecer se tivessemos jogado todas no Mineirão. Mas acho isso lenda. O Atlético que conheço de menino, jovem e fase adulta, é o Atlético do Mineirão, e a vida inteira o Atlético foi vencedor ali. Ganhou o título da Libertadores e da Copa do Brasil no Mineirão, embora as campanhas foram construídas no Independência. Diria até que a Copa do Brasil nem tanto, tivemos dois jogos emblemáticos no Mineirão, e nem me lembro de ter acontecido coisas desse tipo no Independência, o jogo contra Corinthians e o jogo contra o Flamengo”, completou. 


Em 2012, o Atlético optou pelo acordo comercial com a BWA para gerir o Independência e pouco jogou no Mineirão nos últimos anos. Para 2020, a ideia era voltar ao Gigante da Pampulha. A pandemia atrapalhou esse plano.

No estádio com capacidade maior (62 mil lugares, contra 23 mil, do Horto), o alvinegro espera ampliar o seu programa de sócios e preparar a torcida para a chegada da Arena MRV.

“Acredito que o ponto de vista do sócio-torcedor, com certeza comprometeu muito (no Independência). Por isso mesmo decidimos voltar para o Mineirão para resgatar o nosso programa. Desportivamente, claro, não precisa nem dizer, o Atlético teve bons momentos, momentos maravilhosos no Independência. Tudo é seu tempo. A gente aprende. Chegamos à conclusão de que agora é muito melhor jogar no Mineirão, porque temos que preparar para a mudança de casa, temos que acostumar o nosso torcedor a frequentar o estádio de novo. O Independência neste aspecto tolheu. O Mineirão vai ter um papel muito interessante na transição para a Arena MRV", disse.

Antes da pausa do futebol brasileiro em função da pandemia do novo coronavírus, o Atlético havia mandado apenas um jogo no Mineirão – vitória por 2 a 1 sobre o Cruzeiro. Apesar da intenção de mandar mais partidas no Gigante da Pampulha, isso não deve acontecer nos próximos meses. O Galo já decidiu que, enquanto os jogos forem realizados sem público, vai optar pelo local com menores custos.



A entrevista

Sérgio Sette Câmara concedeu entrevista exclusiva ao Superesportes e ao Estado de Minas. Na conversa, o presidente falou sobre finanças, contratações, política, relação com o técnico Jorge Sampaoli, Arena MRV, rivalidade com o Cruzeiro e vários outros temas. As reportagens serão publicadas ao longo dos próximos dias. Veja o que já publicamos: