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Gênios fortes no Atlético: Sette Câmara dá detalhes de convívio com Sampaoli e exalta papel de Mattos

Sérgio Sette Câmara diz que treinador é de 'poucas palavras', mas acredita que relacionamento será positivo e duradouro no clube

Bruno Furtado João Vitor Marques Roger Dias Túlio Kaizer
Mandatário atleticano entende que convívio diário de Sampaoli e Mattos na Cidade do Galo será importante para que eles possam construir relação de harmonia - Foto: Bruno Cantini/Atlético
Ao longo da carreira, o técnico Jorge Sampaoli acumulou não apenas bons trabalhos, mas também desafetos. O argentino teve problemas de relacionamento com dirigentes das seleções do Chile e da Argentina, do Sevilla e do Santos. No Atlético, o treinador de 60 anos encontrou dois dirigentes com semelhante perfil exigente e temperamento forte: o presidente Sérgio Sette Câmara e o diretor de futebol Alexandre Mattos. De acordo com o mandatário alvinegro, o relacionamento entre os três tem sido positivo nesses primeiros meses de trabalho.


Em entrevista ao Superesportes e ao Estado de Minas, Sette Câmara deu detalhes sobre a convivência com o badalado treinador. Segundo o presidente, Sampaoli é de 'poucas palavras'. Por isso, tem de se adaptar a esse perfil.

"Eu realmente tenho uma personalidade forte, mas eu procuro também encontrar caminhos para poder gerir todo o nosso estafe de uma forma tranquila, moderando algum tipo de insatisfação, algum tipo de situação que possa acontecer. Até hoje, eu tive alguns encontros com ele (Sampaoli). Ele é de poucas palavras, não é de render muita conversa. Eu entendo e conheço muitas pessoas que são assim também. E eu me enquadro dentro dessa linha. O que tem acontecido é o Alexandre ter mais contato com ele", contou.

Trabalho longevo 

Sette Câmara aposta na boa relação entre Sampaoli e Mattos para que o trabalho não seja interrompido antes da hora. “O Alexandre é muito experiente, inclusive o Sampaoli ficou muito satisfeito de saber que trabalharia com ele. Isso também ajudou. É uma questão de saber conversar e saber levar. É claro que se houver problemas de relacionamento, o tom pode subir. Sou presidente do clube e não vou aceitar que nenhum funcionário saia falando da gente. Estamos trabalhando duro para cumprir o que foi combinado com ele. Acredito que ele está entendendo”, disse.

Apesar dos problemas enfrentados por Sampaoli em clubes anteriores, Sergio Sette Câmara elogiou a postura do treinador desde que chegou a Belo Horizonte. O presidente citou como exemplo a redução salarial aceita pelo treinador durante a pandemia do novo coronavírus.



"Só me deu sinais positivos, até mesmo na questão da redução salarial. Ele aceitou na época e até fez um comunicado via redes sociais entendendo as dificuldades. Tem sido muito bom. O relacionamento tem ficado restrito ao dia a dia do Alexandre. Gosto de trabalhar com pessoas que cumprem a missão que demos a ela. Sou descentralizador e não centralizador. O diretor de futebol é o Alexandre e ele tem o maior contato com o Sampaoli. A coisa vem fluindo bem. Espero que continue assim”, garantiu.

Agressividade do mercado

A contratação do técnico Jorge Sampaoli representou esforço financeiro da diretoria do Atlético, num momento de cobranças da torcida após um início ruim de temporada. Ao apostar na contratação do badalado treinador, comandante da Seleção Argentina na Copa do Mundo de 2018, o clube mineiro tenta voltar a conquistar títulos, algo o que não ocorre desde o Campeonato Mineiro de 2017.

No Atlético, Sampaoli teve carta branca para reformular o grupo de atletas de acordo com seu estilo de trabalho. Desde a chegada do treinador, o clube abriu mão do lateral-esquerdo Lucas Hernández, dos volantes Zé Welison e Ramon Martínez e dos atacantes Ricardo Oliveira, Franco Di Santo, Clayton e Edinho. Por outro lago, contratou cinco jogadores: o zagueiro Bueno, os volantes Leo Sena e Alan Franco e os atacantes Keno e Marrony.

A diretoria vive a expectativa de fechar a contratação do zagueiro paraguaio Junior Alonso e de um centroavante. Sette Câmara até brinca com o fato de o treinador pedir muitos reforços. “Se depender do Sampaoli, acho que falta muita coisa. Ele pede muito, mas o Atlético tem um bom elenco mesmo antes das contratações”.



“Ninguém tem dúvida de que o Sampaoli está aqui não para ficar (só) participando de campeonato. Ele quer ganhar. E é claro que todo jogo, que se atuar mal e não ganhar, vai ter pressão para trazer outro. Ele sabe como funciona. Temos que torcer para o time engrenar logo e ir bem. Se tiver andando tudo bem, a pressão é menor. Mas é o estilo dele. Sabíamos disso quando o contratamos. Você tem que se enquadrar dentro dessa situação. Por isso, acertamos muito na vinda do Alexandre Mattos, que tem muita experiência nesse dia a dia do ambiente”, completou.

A entrevista 

Sérgio Sette Câmara concedeu entrevista exclusiva ao Superesportes e ao Estado de Minas. Na conversa, o mandatário alvinegro falou sobre finanças, contratações, política, relação com o técnico Jorge Sampaoli, Arena MRV, rivalidade com o Cruzeiro e vários outros temas. As reportagens serão publicadas ao longo dos próximos dias. Veja o que já publicamos:

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