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Dono da MRV explica moldes de empréstimos ao Atlético e aponta dificuldade para retorno de Róger Guedes

Investidor diz que nem o Flamengo conseguiria bancar contratação do atacante

Redação
Retorno de Róger Guedes ao Galo é considerado difícil por investidor - Foto: China OUT / AFP
O empresário Rubens Menin explicou os moldes dos investimentos no Atlético para a contratação de jogadores. O dono da construtora MRV garantiu que os valores dos empréstimos serão quitados pelo clube sem o acréscimo de taxas ou juros em vendas futuras dos atletas inclusos na parceria entre as partes. 



“Eu faço o empréstimo para o Atlético contratar determinado jogador. O Atlético quer jogador para fazer um bom time. Jogadores estão sendo bem escolhidos. Lá na frente, o Atlético vende e me paga de volta. Sem juros, sem correção, sem nada”, declarou ao canal Fox Sports

Menin ainda minimizou o risco de prejuízo e destacou o projeto do Atlético. “Se não vender, eu vou fazer o quê? Vou para o prejuízo, mas acho que vai vender. Vai conseguir pagar as contas dele direitinho. Eu acho que vai ter muita premiação para ajudar o Atlético, com muito público quando acabar a pandemia. Acho que o projeto que o Atlético fez é vencedor. É um modelo bacana”.

No balanço do exercício de 2019, o Atlético informou que tem dívida de R$ 311,6 milhões em empréstimos, dos quais R$ 158,9 milhões são com pessoas físicas ou pessoas jurídicas não financeiras - como é o caso da MRV. No ano passado, a construtora de Rubens Menin contabilizou R$ 6,056 bilhões de receita líquida, para um lucro de R$ 690 milhões.



Além do apoio da família Menin, o Atlético conta com o aporte financeiro de outros empresários, como Ricardo Guimarães, do banco BMG. Essas parcerias têm garantido a chegada de reforços para a sequência da temporada. No período de paralisação do futebol brasileiro devido à pandemia do coronavírus, o Galo já acertou as contratações do zagueiro Bueno, dos volantes Léo Sena e Alan Franco e dos atacantes Marrony e Keno. Nos próximos dias, o clube busca concluir as negociações pelo zagueiro Junior Alonso.  

No entanto, um dos nomes sonhados pela torcida alvinegra é de Róger Guedes, do Shandong Luneng, da China. O Atlético mantém interesse no retorno do atacante, mas as negociações são difíceis devido aos altos valores. Na visão de Rubens Menin, o salário que Guedes recebe na Ásia seria um entrave até mesmo para o Flamengo, clube de maior poderio financeiro do futebol brasileiro na atualidade. 

“Róger Guedes está ganhando muito dinheiro na China. E o futebol brasileiro não aguenta pagar. Eu acho que não. A não ser que ele chegue aqui e fale: 'Olha, eu vou dar um salário baixinho para o Atlético'. Roger Guedes teve uma passagem pelo Atlético muito bacana. Mas nem o Flamengo hoje paga o salário que o Roger Guedes ganha na China. São milhões de euros por ano. Ele tem contrato assinado, teria que abrir mão do contrato para fazer um muito mais baixo aqui. Porque não cabe o Roger Guedes, como muitos outros que saíram, no futebol brasileiro. O jogador não vai abrir mão porque ama o Atlético. É muito difícil por causa disso. Eu gosto muito do Róger Guedes. É um cara que teve uma passagem muito bacana pelo Atlético. Eu acho muito bom jogador, muito versátil. Mas tem essas dificuldades”, apontou. 

O Shandong Luneng ainda não decidiu se permanecerá ou tentará negociar Róger Guedes, que tem contrato até julho de 2022. A possibilidade de empréstimo do atacante para o Brasil está praticamente descartada. Isso porque, quando vendeu o jogador em 2018, o Palmeiras colocou uma multa para a cessão do atleta pelo Shandong ao futebol brasileiro.



O Palmeiras deve receber 3 milhões de euros (aproximadamente R$ 17 milhões) em caso de empréstimo de Guedes a um clube brasileiro, e o Shandong Luneng não aceita arcar com esse valor.