Que o atacante Róger Guedes é o “sonho de consumo” da torcida do Atlético não há dúvidas, nem mesmo o presidente Sérgio Sette Câmara esconde isso. Entretanto, segundo o dirigente, para que o Galo possa repatriar o jogador, o Shandong Luneng-CHN teria que arcar com grande parte do salário.
No Brasil por conta da paralisação do Campeonato Chinês causada pela pandemia de coronavírus, Guedes é um nome bastante comentado pela torcida alvinegra. Especula-se, ainda, que jogadores brasileiros que atuam na China possam ser emprestados a clubes do Brasil por conta da restrição de entrada no país asiático. De acordo com Sette Câmara, o Atlético monitora a situação do atacante.
“Estamos de olho nesta situação do futebol chinês também, claro. Se o time de lá não tiver arcando com grande parte do salário do jogador, fica inviável. O Alexandre (Mattos) que está à frente dessas negociações todas e vai me passando na medida que a coisa vai tomando uma certa maturação”, disse o presidente, em entrevista à Rádio Itatiaia.
Róger Guedes chegou ao Atlético em 2018 com certa desconfiança, causada por polêmicas nos tempos de Palmeiras. Por conta das boas atuações, o atacante caiu nas graças da torcida atleticana. Em 28 jogos com a camisa alvinegra, foram 13 gols marcados. Apesar do desejo de contar com o jogador de 23 anos, Sette Câmara não esconde as dificuldades do negócio.
“O Róger é meu sonho de consumo também. A maioria dos atleticanos têm vontade de ver o Róger de volta aqui. Mas, entre o sonho e a realização, vai uma série de circunstâncias que teriam de ser vencidas. Se conseguirmos chegar a uma possibilidade mínima de arcar com a vinda dele para cá nesse ano, vou ficar muito feliz, porque sempre fui fã dele, tanto que o trouxe. Acho que ele gosta muito do Atlético e tem muita identificação com a nossa camisa e com a nossa torcida. Quando esteve aqui, talvez tenha sido o melhor momento da carreira dele”, completou.
Sérgio Sette Câmara disse, ainda, manter contato com Guedes. “Falo com ele, sempre falei. Mesmo estando na China, me ligava. Chegou aqui com uma fama de ‘bad boy’, que não ia dar certo… Tive uma conversa super bacana com ele, um jogador que nunca me deu trabalho”, acrescentou.
O bom momento vivido no Atlético despertou o interesse do mercado internacional. O Palmeiras, dono dos direitos do jogador à época, optou por vendê-lo ao Shandong Luneng, da China. O Galo, por sua vez, recebeu uma compensação financeira por ter servido de “vitrine” para o clube paulista.
De acordo com o presidente do Atlético, ao vender Róger Guedes, Alexandre Mattos, que na época era diretor de futebol do Palmeiras, estabeleceu uma cláusula no contrato junto ao clube chinês referente ao retorno ao Brasil. Caso o atacante acertasse com algum clube brasileiro que não fosse o alviverde, o Shandong Luneng-CHN deveria pagar uma multa aos paulistas.