Ex-presidente do Atlético e atual prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil explicou sua versão sobre a dívida pela compra do meia Maicosuel, efetuada em 2014. De acordo com o ex-mandatário alvinegro, ele não é o culpado pela falta do pagamento à Udinese, da Itália.
Kalil comprou Maicosuel em 2014. O meia, campeão da Copa do Brasil pelo Galo, foi emprestado em 2015 ao Al-Sharjah, dos Emirados Árabes Unidos. De acordo com o ex-presidente, essa transação gerou 2 milhões de euros ao Atlético na gestão de Daniel Nepomuceno.
Nepomuceno também foi o responsável por vender Maicosuel ao São Paulo, em 2017, por 1 milhão de euros. De acordo com o Kalil, as transações seriam suficientes para quitar boa parte da compra do meia. O ex-presidente explicou a sequência dos fatos.
“O Maicosuel custou 3,5 milhões de euros para o Atlético. Eu comprei. A gente podia comprar, tinha time, tinha título. O presidente que me sucedeu emprestou o Maicosuel por 2 milhões de euros para o Oriente. Reduzimos o valor para 1,3 milhão de euros (na verdade, 1,5 milhão de euros). O Maicosuel foi devolvido e foi vendido ao São Paulo por 1 milhão de euros. O Maicosuel, que nos deu uma Copa do Brasil, custou para o Atlético 300 mil euros (na verdade, 500 mil euros). Essa história é real, eu que fiz o negócio da compra. Se emprestaram o Maicosuel, venderam o Maicosuel e não pagaram, vão atrás de quem fez, porque não fui eu”, disse Kalil, em live na tarde desta terça-feira.
A dívida por Maicosuel acabou estourando na gestão de Sérgio Sette Câmara. O atual presidente precisou efetuar pagamentode R$13.454.328,54 nessa segunda-feira para evitar que o Atlético inicie o Campeonato Brasileiro com pontuação negativa. O Galo só conseguiu quitar o débito graças a ajuda da MRV Engenharia e ao Banco BMG, parceiros do clube que ajudaram na operação.
“Tão ou mais importante que vitórias e títulos, está o respeito pelo futuro de uma instituição com 112 anos e mais de 9 milhões de torcedores apaixonados!”, publicou Sette Câmara.
Durante a live, Kalil alfinetou o atual presidente do Atlético. “Querer envolver meu nome em qualquer coisa? Sempre precisei de dinheiro, mas vinculados em contratos de televisão. Nunca precisei de caridade de ninguém enquanto fui presidente do Atlético”, concluiu.
Kalil e Sette Câmara, que já foram aliados no Atlético, hoje estão em frentes opostas no clube. A aproximação do atual presidente com Ricardo Guimarães foi um dos motivos para que o prefeito de Belo Horizonte se afastasse da política do alvinegro.
No fim do ano, Sette Câmara deve se candidatar à reeleição no Atlético. Kalil deve apoiar a candidatura de Castellar Guimarães, atual presidente do Conselho Deliberativo do clube.