Em decorrência da paralisação das competições esportivas por causa da pandemia do coronavírus, o Atlético anunciou, em 29 de março, a redução salarial de 25% para todos os seguimentos do clube. Jogadores, dirigentes remunerados, comissão técnica e funcionários tiveram corte nos vencimentos enquanto durar o efeito do surto de COVID-19. Diretor de futebol do Galo, Alexandre Mattos relatou como informou a medida aos líderes do elenco e teve recepção surpreendente.
“Foi até uma surpresa positiva para mim, porque nenhum profissional, não só o atleta, para todos que recebem a notícia de ter seus vencimentos reduzidos é uma frustração. Começa com a frustração e depois tem outros sentimentos que acarretam. O meu contato teve que ser por telefone. Eu procurei cinco ou seis lideranças, fiz um grupo de WhatsApp meu com todos os atletas. E a melhor maneira de lidar com o atleta profissional, e aí já vem de 15 anos de no futebol, aprendi isso muito lá no meu início de carreira, no América, é não prometer nada, ser o mais franco possível, o mais objetivo possível. Em cima disso, houve uma compreensão total de todos, posteriormente com o Sampaoli e sua comissão também”, declarou à ESPN Brasil.
Alexandre Mattos acredita que exemplos de clubes da Europa facilitaram a compreensão do grupo atleticano em relação. No Barcelona, caso citado pelo executivo alvinegro, os jogadores deram aval para o corte de 70% dos salários. Na Alemanha, atletas de Bayern de Munique e Borussia Dortmund deram aval para a diminuição de 20% dos vencimentos no período de paralisação das competições. Juventus, Roma, PSG e Atlético de Madrid, entre outros times, também adotaram medidas do tipo.
“Eles compreenderam todo o momento que estava envolvendo. Alguns exemplos da Europa já chegavam aqui no Brasil, caso do Barcelona e de outras equipes que fizeram. Acho que foi até com uma certa naturalidade, óbvio que a gente precisa encontrar caminhos, que no momento certo, quem sabe, a gente consiga recuperar isso de outras maneiras. Mas acho que está todo mundo entendendo que estamos vivendo um momento ímpar no mundo, não é só no futebol”, destacou.
A exemplo de outros clubes, tanto Série A como da Série B, o Atlético deu férias coletivas de 20 dias a jogadores e comissão técnica, a partir de 1º de abril. Posteriormente, o prazo foi ampliado por mais 10 dias devido à incerteza da data de retorno do futebol brasileiro por causa da pandemia da COVID-19. O Galo também anunciou que não fará contratações no período de paralisação.