
No dia 17 de fevereiro, o Atlético rescindiu o contrato do atacante Maicon Bolt, de 30 anos. Pouco depois (dia 27), foi o técnico Rafael Dudamel que perdeu o emprego no clube. Os dois, no entanto, ainda não tiveram as saídas do clube registradas no Boletim Informativo Diário (BID) da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
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Bolt não assinou a rescisão contratual e, por isso, não teve o nome publicado no BID. Ele, no entanto, reconhece que o vínculo com o Atlético foi rompido. Desta forma, o clube não tem mais a obrigação de pagar os salários do atleta.
Dispensado pelo Atlético, o Maicon Bolt acionou a Justiça do Trabalho para solicitar rescisão indireta com o clube e cobrar valores que receberia até o fim de 2021.
Na ação, Bolt ainda cobra salários atrasados, “luvas” (premiação por assinatura de contrato), direitos de imagem, entre outros pedidos. Notificado pelo clube sobre a rescisão, o atleta alega que tem direito a receber seus vencimentos até o fim de 2021, quando originalmente se encerraria o contrato. O Atlético, porém, entende que o vínculo acabaria em 2020.
Advogado de Bolt, Filipe Rino alega que o contrato ia até 2021 e contava com uma cláusula que concedia ao Atlético o direito de encerrar o vínculo antecipadamente caso o jogador disputasse menos de 50% das partidas em 2020. O representante do atleta, porém, diz que o clube só poderia exercer esse direito em dezembro deste ano, não em fevereiro.
Maicon Bolt, de 30 anos, foi contratado pelo Atlético em janeiro de 2019. Livre no mercado, o atacante revelado pelo Fluminense voltou ao Brasil após quase dez anos na Europa, onde atuou por Lokomotiv-RUS e Antalyaspor-TUR. Apesar da grande expectativa, o jogador não conseguiu render com a camisa alvinegra.
Em 28 jogos (nove como titular), marcou dois gols e deu cinco assistências. O desempenho discreto, aliado ao alto salário, fez com que o Atlético decidisse romper o vínculo com Maicon Bolt. Ao longo do período em que defendeu o clube alvinegro, o jogador recebeu 100 mil euros mensais (R$ 476 mil na cotação atual) - um dos maiores vencimentos do elenco.
Dudamel
A situação de Rafael Dudamel é parecida com a de Maicon Bolt. O treinador, demitido depois da vexatória eliminação do Atlético na Copa do Brasil, para o Afogados da Ingazeira, de Pernambuco, chegou a um acordo para a rescisão sem assinar o encerramento do vínculo. Por isso, o nome do venezuelano não apareceu no BID.De acordo com o vice-presidente do Atlético, Lásaro Cândido da Cunha, valores e discussões sobre a rescisão contratual não interferem na data do rompimento do contrato.
Rafael Dudamel iniciou oficialmente a curta passagem pelo Atlético em 6 de janeiro, quando desembarcou com festa da torcida no Aeroporto Internacional de Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Portanto, foram apenas 52 dias de trabalho do treinador, que abandonou o sonho de levar a Seleção Venezuelana a uma Copa do Mundo para dirigir o clube alvinegro.
Na Cidade do Galo, acumulou duas eliminações vexatórias. O clube caiu na primeira fase da Copa Sul-Americana para o Unión-ARG e perdeu nos pênaltis para o modesto Afogados, na segunda fase da Copa do Brasil, após empate por 2 a 2 no tempo regulamentar, em jogo disputado no Estádio Vianão, em Afogados da Ingazeira, interior de Pernambuco.
Em apenas dez partidas sob o comando do venezuelano, o Atlético venceu quatro jogos, empatou outros quatro e perdeu dois, um aproveitamento de 53,33% dos pontos disputados. A equipe marcou 13 gols e sofreu oito.