“Com respeito às categorias de base, nós temos uma ideia de trazer uma pessoa também que fique responsável por um grupo seletivo de sparring, que são os melhores jogadores de cada categoria, que teriam que ser aqueles jogadores que, de repente, podem ter a possibilidade de jogar no curto e no médio prazo no primeiro time (time principal)”, disse o treinador em sua apresentação ao Atlético.
Na prática, os sparrings serão os jogadores mais destacados das equipes sub-17, sub-20 e do time de transição. No dia a dia, os garotos fazem os mesmos treinos dos profissionais, só que antes. Quando o elenco principal entra em ação, os jovens já conhecem os movimentos e se transformam em ajudantes. No Santos, por exemplo, Sampaoli usava esse método para tentar facilitar o entendimento do trabalho.
Na Cidade do Galo, os sparrings também exercerão o papel de adversários dos profissionais.
Fora dos jogos da base
Aqueles jogadores que integram o grupo de sparrings são obrigados a desfalcar os treinos de suas respectivas categorias. Os jovens ficam, até mesmo, fora de viagens e jogos. A prioridade é atender os profissionais.
Em janeiro, o Atlético criou um time de transição comandado por Leandro Zago, ex-técnico da equipe sub-20. O coordenador do projeto é o ex-zagueiro Leonardo Silva. A comissão técnica ainda conta com o treinador de goleiros Jorcey Anísio, o preparador físico Marcelo Luchesi, o massagista Aluízio Santos e o roupeiro Anderson Pacheco (Juninho).
Com a futura chegada de um profissional indicado por Sampaoli para selecionar e comandar os sparrings, o Atlético ainda não sabe se essa estrutura será refeita.
Coordenador das categorias de base do Atlético, Júnior Chávare ainda não conversou com Jorge Sampaoli sobre o aproveitamento dos jovens. Criador do projeto do time de transição no clube, ao lado de Rui Costa, ex-diretor de futebol, ele não sabe qual será o futuro da equipe. A tendência é que os atletas continuem sendo aproveitados no grupo principal sempre que necessário.
Revelação de talentos
Ao explicar a estratégia de uso dos sparrings, Sampaoli destacou que os jovens mais promissores poderão ser aproveitados em jogos do profissional. “Nós trabalhamos sempre com esse grupo conjuntamente com os jogadores da primeira divisão e aí temos um contato direto com os jovens mais destacados para ver se algum está preparado para jogar”.
No Santos, essa estratégia de Sampaoli não era vista com bons olhos pela coordenação da base, principalmente pelo fato de os times inferiores serem desfalcados constantemente. Mesmo assim, o argentino manteve o plano de trabalho no Peixe.
Na equipe paulista, Sampaoli deu chances a sete jovens em 2019: o zagueiro Wagner Leonardo (20 anos e um jogo), o meia Sandry Roberto (17 anos e três jogos) e os atacantes Felippe Cardoso (20 anos e sete jogos), Tailson (20 anos e 11 jogos), Kaio Jorge (18 anos e sete jogos), Arthur Gomes (20 anos e três jogos) e Yuri Alberto (18 anos e dois jogos).
Desses, Wagner Leonardo, Sandry Roberto e Tailson estrearam no profissional sob o comando de Sampaoli.
Desses, Wagner Leonardo, Sandry Roberto e Tailson estrearam no profissional sob o comando de Sampaoli.