“O que causa estranheza é o desmentido do Dr. Ricardo Guimarães. A reunião realizada no Banco BMG, em sua sede em Belo Horizonte, contou com três membros da diretoria do clube: presidente Sérgio Sette Câmara, Dr. Lásaro Cunha e o Dr. Castellar Guimarães Filho. E todos confirmaram a mesma versão”, destacou.
Em nota ao Globoesporte, Guimarães disse que Felipe poderia ter saído em função de uma auditoria que avaliaria o quadro de funcionários do clube. “Apurei que uma empresa de consultoria está para ser contratada pelo Atlético e fará uma análise de cargos e salários no clube. Caso o médico Felipe Kalil tenha antecipado sua saída em razão da contratação de referida empresa, tal decisão é de caráter pessoal e não deve ser atribuída a terceiro, como se insinua”.
Felipe rebateu: “A respeito do parágrafo rasteiro sobre auditoria no Atlético, esclareço que recebia com carteira assinada, exercendo minha profissão de médico; o que faço há 10 anos. De mais a mais, auditorias só amedrontam bandidos de colarinho branco, que vivem envolvidos em encrencas criminais”.
Diferenças
Ricardo Guimarães e Alexandre Kalil são adversários políticos no Atlético há vários anos. Recentemente, o banqueiro passou a ter bastante influência na gestão de Sérgio Sette Câmara.
Enquanto Kalil presidiu o Atlético entre 2008 e 2014, Ricardo Guimarães foi o mandatário entre 2001 e 2006.
O afastamento político entre os dois se deu em 2003. À época, Kalil era responsável pelo departamento de futebol do Atlético, justamente na gestão de Ricardo Guimarães.
O racha inicial foi em decorrência da aproximação de Ricardo Guimarães com a Confederação Brasileira de Futebol, então presidida por Ricardo Teixeira. Kalil, por sua vez, era radicalmente contra o estreitamento da relação com a entidade.
Por causa dessa divergência, Kalil deixou a gestão de Guimarães em 2003. Em 2004, ele assumiu a presidência do Conselho Deliberativo do Atlético. Quatro anos depois, tornou-se presidente executivo, função que exerceu até 2014.
No período como presidente, Kalil levou o Atlético aos títulos mineiros de 2010, 2012 e 2013; da Copa Libertadores de 2013; da Recopa e da Copa do Brasil de 2014.
Já no mandato de Guimarães, o Atlético foi campeão apenas da Série B de 2006. No ano anterior, o clube caiu de forma inédita à Segunda Divisão do futebol brasileiro.
Confira as notas na íntegra
Nota de Felipe Kalil
Em resposta a nota, respondo também através de nota:
“O que causa estranheza é o desmentido do Dr. Ricardo Guimarães. A reunião realizada no Banco BMG, em sua sede em Belo Horizonte, contou com três membros da diretoria do clube: presidente Sérgio Sette Câmara, Dr. Lásaro Cunha e o Dr. Castellar Guimarães Filho. E todos confirmaram a mesma versão.
A respeito do parágrafo rasteiro sobre auditoria no Atlético, esclareço que recebia com carteira assinada, exercendo minha profissão de médico; o que faço há 10 anos. De mais a mais, auditorias só amedrontam bandidos de colarinho branco, que vivem envolvidos em encrencas criminais”
Att.
Felipe Naves Kalil
Nota de Ricardo Guimarães
Recebi com estranheza o envolvimento do meu nome no desligamento do médico Felipe Kalil do quadro de funcionários do Atlético.
Não tenho qualquer ingerência na administração do Clube. Quando chamado, compareço para socorrer em questões pontuais, como faço ao longo dos últimos 14 anos, desde que se encerrou meu mandato como Presidente.
Entretanto, ontem apurei que uma empresa de consultoria está para ser contratada pelo Atlético e fará uma análise de cargos e salários no clube.
Caso o médico Felipe Kalil tenha antecipado sua saída em razão da contratação de referida empresa, tal decisão é de caráter pessoal e não deve ser atribuída a terceiro, como se insinua.
No caso específico, ao invés de querer saber se alguém pediu a saída dele, a pergunta que deve ser feita é como ficará a vaga que se encontra em aberto, ela será preenchida? Caso seja, qual será o custo deste profissional?
Finalmente, gostaria de registrar que jamais indiquei qualquer familiar para prestar serviços ou trabalhar no Atlético de forma remunerada e, assim, não contribuí na elevação das despesas do Clube e jamais o utilizei para alavancar interesses pessoais, de qualquer natureza.