Assim que chegou ao Santos no início de 2019, o técnico Jorge Sampaoli exigiu uma contratação que desagradou a torcedores e diretores. Em meio ao grande momento vivido pelo goleiro Vanderlei, o treinador argentino pediu a chegada de mais um da posição: Everson, que havia se destacado com a camisa do Ceará. Tudo para ter um arqueiro mais habilidoso com os pés, que conseguisse se adequar ao estilo de jogo proposto. No Atlético, um ano depois, as exigências do comandante sobre saída de bola já mexem com o elenco.
O Atlético conta com quatro goleiros no elenco profissional: Victor, Michael, Matheus Mendes e o recém-contratado Rafael, ex-Cruzeiro. Como fez em todos os trabalhos recentes, Sampaoli exigirá que os atletas da posição sejam a primeira das 11 peças de construção das jogadas. O trabalho do argentino na Cidade do Galo começará na próxima semana.
“Basicamente, pelo estilo de jogo que temos, precisamos de um goleiro que jogue muito bem com os pés, pela característica do meu estilo de jogo”, disse Sampaoli, ainda nos primeiros dias de trabalho à frente do Santos. No Atlético, os principais concorrentes à vaga de titular com o argentino (Victor e Rafael) já falaram sobre a necessidade de jogar com os pés.
Ídolo alvinegro, Victor se disse tranquilo sobre as exigências do argentino. O goleiro de 37 anos citou o trabalho de Thiago Larghi à frente do Atlético para dizer que pode se readaptar ao estilo de construção de jogadas pelo chão. “Isso não é novidade. A gente trabalhou muito isso com o Larghi, em 2018. Se vocês recordarem o estilo de jogo do Larghi, era sempre um futebol com jogadas construídas”, disse.
“Não é algo que assuste, é questão de entendimento, adaptação, dentro da proposta dele, temos que procurar se adaptar o mais rápido possível, fazer o que ele quer que faça. Temos que trabalhar. Não existe segredo para alcançar os objetivos a não ser através do trabalho. E, quanto a isso, procuro fazer diariamente para corresponder aquilo que o treinador exige”, completou.
E o reforço?
As negociações para contratar Rafael se iniciaram bem antes de Sampaoli ser confirmado técnico do Atlético. Apresentado nessa quarta-feira, o novo goleiro alvinegro se disse animado para trabalhar com o argentino e também falou sobre a necessidade de jogar com os pés.
"O futebol está em constante mudança. Hoje em dia, a exigência para que o goleiro jogue com os pés é muito grande. A importância desse 11º jogador não só para defender, mas também para começar a construção das jogadas, é muito grande. Acho que todos os goleiros estão sofrendo essa adaptação, estão aprendendo, estão se transformando", disse Rafael.
"A cada dia, a gente aprende coisas novas no futebol. Eu gosto muito de jogar com os pés, acho que isso é muito importante. Acho que a chegada do Sampaoli vai agregar ainda mais para todos nós goleiros para esse crescimento, para essa evolução, não só com os pés, mas de posicionamento, de forma que ele vai querer que a gente execute isso dentro de campo. Isso só tem a somar. Tenho certeza que não só eu, mas também o Victor, o Michael e o Matheus (Mendes) também estão ansiosos e preparados para esta missão, completou.
O Superesportes também ouviu Robertinho, preparador de goleiros que trabalhou com Rafael no Cruzeiro. Para ele, o novo reforço alvinegro é capaz de exercer bem a função de iniciar a construção de jogadas pelo chão. "De todos os goleiros com quem eu trabalhei durante esses dez anos no Cruzeiro, o Rafael é o que melhor desempenha esse papel. Ele tem uma habilidade acima da média, é um goleiro que desenvolve bem essa função e, ao longo do tempo, ele foi muito estimulado por conta dessa revolução na posição", disse.