O Atlético acertou a contratação de Sampaoli no domingo. O treinador não vai voltar a Buenos Aires para terminar a mudança, como era esperado. Ele tomará todas as decisões do Rio de Janeiro, onde chegou a morar durante algum tempo no fim do ano passado.
Sampaoli é apaixonado por Búzios, no litoral carioca. A região, inclusive, é frequentada por muitos argentinos.
Mas, afinal, o que fez Sampaoli aceitar o convite desta vez?
Uma fonte ligada ao treinador disse ao Superesportes que "ele não ficou surpreso com essa nova investida. Estava tranquilo, teve tempo para pensar e achou o projeto confiável".
Sobre o contrato, a informação é de que o técnico ficou satisfeito com o que foi oferecido de imediato. Até por isso, a negociação não se estendeu como ocorreu no fim do ano passado.
Para fechar - o contrato deve ser assinado na terça-feira -, Sampaoli pediu ao Atlético um time competitivo. Isso passa diretamente pela busca de reforços. "Tem que haver um plano esportivo que lhe dê condições de competir, de brigar por títulos", disse essa fonte ligada ao treinador.
Para investir, o Galo deve contar com o auxílio financeiro de empresários ligados ao clube, como Rubens Menin (MRV e Banco Inter) e Ricardo Guimarães (BMG), entre outros.
Em postagem recente no Twitter, Menin chegou a dizer "que o Atlético está no caminho certo". O filho dele, Rafael Menin, presidente da MRV e vice do Conselho Deliberativo do Galo, tem sido muito atuante na tentativa de auxiliar o clube em negociações, como ocorreu no caso Sampaoli, que contou com sua colaboração.
O objetivo de Sampaoli no comando do Galo é fazer frente ao Flamengo, time que conquistou recentemente a Copa Libertadores, o Campeonato Brasileiro, a Supercopa do Brasil, a Taça Guanabara e a Recopa Sul-Americana.
Possibilidade de vendas
Embora o novo treinador queira reforços, o discurso do Atlético é de possíveis saídas. No dia 28 de fevereiro, o presidente Sérgio Sette Câmara disse que o clube teria que vender jogadores na janela de transferência do meio do ano.
"As eliminações (Unión e Afogados) atrapalham muito a parte financeira, sem dúvida nenhuma, mas nós temos uma janela no meio do ano. Inegavelmente, a gente sabe disso, clube de futebol não consegue sobreviver no Brasil se não fizer duas boas vendas no ano. Ano passado fizemos 105 milhões de vendas", disse Sette Câmara.
"No meio do ano, temos muitos jogadores que podem ser objeto de transação. Dependendo do desempenho, pode ser que a gente consiga fazer dois, três negócios. É claro que a gente vai buscar repor. Futebol brasileiro é dessa forma, de forma geral, vender o almoço para comprar o jantar", acrescentou.
Sem ofertas atraentes
Outro motivo que fez Sampaoli aceitar a proposta do Atlético é a falta de opção no mercado. Ele recebeu algumas sondagens, mas não houve propostas da Europa. Ele chegou a ser especulado no Espanyol, de Barcelona. O nome do argentino também foi ventilado para o comando da Seleção Venezuelana em substituição a Dudamel, que tinha acabado de acertar com o Atlético.