Com a participação de dois dos seus parceiros, a MRV Engenharia e o Banco BMG, o Atlético retomou conversas com o técnico argentino Jorge Sampaoli, de 59 anos, e espera chegar a um acordo até segunda-feira para oficializá-lo como substituto de Rafael Dudamel, demitido na madrugada de quinta-feira.
Segundo a Rádio Itatiaia, Sampaoli chegará a Belo Horizonte neste domingo ou na segunda-feira para tratar detalhes do seu contrato e tentar bater o martelo. Se o desfecho for positivo, a estreia dele no comando do Galo poderá ser no clássico com o Cruzeiro, marcado para sábado, às 19h, no Mineirão, pela oitava rodada do Campeonato Mineiro.
De acordo com a emissora, o acerto tende a ser fechado por bases salariais mais baixas que as tratadas anteriormente, em dezembro, na ordem de R$ 2 milhões por mês.
Procurado pelo Superesportes, o estafe de Sampaoli informou que um eventual acordo dependerá não apenas do acerto financeiro, mas da convergência de ideias em relação a jogadores, contratações e nível de investimento a ser feito pelo Atlético.
Novela argentina
No fim de 2019, o Atlético manteve negociações com Jorge Sampaoli por vários dias por meio dos empresários Ângelo Pimentel e Anderson Nassrala. O treinador chegou a se reunir com representantes da MRV, do BMG e do Atlético em Belo Horizonte, em 19 de dezembro, e alinhou um acordo. Mas, no dia 20, diante de novas exigências do argentino, a cúpula atleticana desistiu do acerto e preferiu fechar com Rafael Dudamel.
À época, a diretoria do Galo entendeu que Sampaoli extrapolou o teto estabelecido na negociação e exigiu um investimento em contratações que não estava ao alcance do clube.
No período de negociações, Sampaoli apresentou uma lista ao Atlético com mais de 30 jogadores que deveriam ser buscados. Entre eles estavam os zagueiros Cacá, do Cruzeiro, e Gustavo Henrique, que estava no Santos e fechou com o Flamengo; os meio-campistas Carlos Sánchez, do Santos, e Charles Aránguiz, do Bayer Leverkusen, da Alemanha; os atacantes Soteldo e Eduardo Sasha, do Santos, Michael, do Goiás (hoje no Flamengo), e Lucas Pratto, do River Plate; e o goleiro Éverson (Santos), algo que desagradou a diretoria atleticana, que não tinha interesse em se desfazer do ídolo Victor.
No período de negociações, Sampaoli apresentou uma lista ao Atlético com mais de 30 jogadores que deveriam ser buscados. Entre eles estavam os zagueiros Cacá, do Cruzeiro, e Gustavo Henrique, que estava no Santos e fechou com o Flamengo; os meio-campistas Carlos Sánchez, do Santos, e Charles Aránguiz, do Bayer Leverkusen, da Alemanha; os atacantes Soteldo e Eduardo Sasha, do Santos, Michael, do Goiás (hoje no Flamengo), e Lucas Pratto, do River Plate; e o goleiro Éverson (Santos), algo que desagradou a diretoria atleticana, que não tinha interesse em se desfazer do ídolo Victor.
Já Sampaoli, por meio de seu porta-voz, alegou que o desacerto foi motivado por falta de confiança no projeto esportivo do Atlético. “Jorge não se convenceu com o projeto esportivo. Sem dúvida, pareceu-lhe uma grande instituição, mas, hoje, não se sente convencido. “O (lado financeiro) não foi o problema. O tema foi o projeto esportivo, os reforços. O (projeto) não deu segurança ao Jorge”.
Desde o fim das negociações com o Atlético, Sampaoli recebeu outras propostas, como da Seleção Venezuelana, mas preferiu recusar. Agora, o treinador estaria disposto a assumir o comando do time por um patamar salarial mais baixo. Os empresários Ângelo Pimentel e Anderson Nassrala são, novamente, os intermediários da negociação e foram os responsáveis por enviar a proposta do clube ao argentino.
Se fechar com o Atlético, Sampaoli deve chegar à Cidade do Galo acompanhado pelos auxiliares Jorge Desio e Carlos Desio, os preparadores físicos Pablo Fernandes e Marcos Fernandes, e o analista de desempenho Felipe Araya.
Novo diretor de futebol?
Durante as conversas, Sampaoli sugeriu ao Atlético o nome do carioca Gabriel Andreata para a gestão do futebol. O profissional de 40 anos trabalhou como gerente da pasta no Santos enquanto o argentino esteve na Vila Belmiro.
Andreata e Sampaoli se conheceram entre 2004 e 2006, quando trabalharam juntos no Coronel Bolognesi, do Peru. À época, o dirigente foi o responsável por levá-lo ao clube peruano.
O Atlético está sem gestores do departamento de futebol desde quinta-feira, quando o diretor-executivo Rui Costa e o gerente Marques foram demitidos pelo presidente Sérgio Sette Câmara. As saídas da dupla e do técnico Rafael Dudamel foram motivadas pela eliminação do clube na segunda fase da Copa do Brasil para o modesto Afogados, de Pernambuco.
Passagem pelo Santos
Jorge Sampaoli foi contratado pelo Santos no fim de dezembro de 2018 e assumiu o lugar de Cuca a partir de janeiro do ano seguinte. A passagem pela Vila Belmiro foi encerrada ao final da temporada 2019. A relação ruim com o presidente santista, José Carlos Peres, e a redução de investimento do clube para a temporada pesaram na decisão do argentino em deixar o clube a um ano do fim do contrato.
Pelo Peixe, Sampaoli teve 35 vitórias, 15 empates e 15 derrotas em 65 partidas – aproveitamento de 61,5%. O técnico não conquistou título e sofreu eliminações nos mata-matas que disputou: para o River Plante-URU, na primeira fase da Copa Sul-Americana; na semifinal do Campeonato Paulista, diante do Corinthians; e nas oitavas de final da Copa do Brasil, superado pelo Atlético. No entanto, conduziu o Santos à Copa Libertadores com o vice do Campeonato Brasileiro.