As eleições para presidente do Atlético estão se aproximando. Ainda não há data definida, mas o pleito que definirá o mandatário do clube entre 2021 e 2023 ocorrerá no fim deste ano. A pessoas próximas, Sérgio Sette Câmara já admitiu a intenção de se reeleger, o que deve se confirmar em alguns meses. Na disputa, ele pode ter como adversário um velho conhecido.
Conselheiro benemérito e líder da oposição, o advogado Fabiano Lopes Ferreira admitiu novamente a intenção de se candidatar. “Ser presidente do Atlético é um dos principais sonhos da minha vida. Eu, que sou um rapaz modesto que vim do interior, tive algumas conquistas. Mas talvez a maior delas, que é ser presidente do Atlético, ainda não consegui. Mas não desisto, continuo sonhando. Se tiver oportunidade, serei”, disse ao Superesportes.
Rivais políticos nos últimos anos, Fabiano Ferreira e Sette Câmara selaram a paz recentemente. Em janeiro, a Multimarcas Consórcios - empresa do líder da oposição - e o Atlético firmaram um contrato de patrocínio. A aliança entre os dois, porém, pode ser deixada de lado no pleito presidencial.
Fabiano Ferreira ainda estuda o cenário do Conselho Deliberativo para avaliar se será candidato. “Eu gosto muito da frase antiga de Tancredo Neves: ‘Se as correntes convergirem’, dá para ir. Mas se estiver muito difícil, às vezes é melhor estudar... Vamos ver o que vai acontecer. Ainda temos um tempinho. Eu sou sempre sonhador e quero ser presidente. Se eu sentir que tenho uma chance, estarei lá batalhando”, continuou.
Outro que deve concorrer à presidência do Atlético é Fred Couto, nome recorrente nos últimos pleitos. Em 2017, o empresário chegou a se lançar como candidato, mas desistiu após conversas com o grupo que apoiava Sette Câmara, que viria a ser eleito.
Porém, no fim de 2019, Fred Couto rompeu com o atual mandatário por se sentir excluído de reuniões e de tomadas de decisões sobre os rumos do clube. O conselheiro tornou público o desejo de se candidatar à presidência em 2020.
Troca de farpas e, depois, paz
O advogado revelou que até pensou em concorrer no pleito de 2014. No entanto, a intenção foi deixada de lado por conta da amizade de Fabiano Ferreira com a família de Daniel Nepomuceno, que viria a ser eleito presidente para o período entre 2015 e 2017.
“Eu não candidatei na eleição contra o Nepomuceno porque foi o pai dele que, há muitos anos, me levou ao Atlético. Não me senti confortável. Mas não sendo ele, estou aberto (a concorrer), se eu sentir que tenho chances”, completou.
Se Sette Câmara e Fabiano Ferreira forem candidatos, a eleição colocará frente a frente dois rivais políticos antigos. Nos últimos anos, eles protagonizaram algumas das principais polêmicas do Conselho Deliberativo alvinegro.
Em fevereiro de 2019, Fabiano Ferreira protocolou uma oferta de patrocínio para estampar a marca da Multimarcas Consórcios - empresa da qual é dono - na camisa do Atlético. O clube, porém, não abriu negociações. Por isso, Sette Câmara foi muito criticado pelo líder da oposição.
Em abril de 2019, trocaram farpas publicamente por conta de um desentendimento. Fabiano Ferreira chegou a publicar uma carta aberta em que pedia a renúncia de Sérgio Sette Câmara e criticava o desempenho futebolístico e administrativo do clube. No fim daquele mês, o presidente alvinegro falou sobre a tentativa de patrocínio da Multimarcas
Em reunião do Conselho Deliberativo alvinegro, Sette Câmara comentou que uma oferta de patrocínio assinada por Fabiano Ferreira foi protocolada no dia 6 de fevereiro. Contudo, o acordo com a Bamac Consórcios, concorrente da Multimarcas, foi anunciado antes, no dia 15 de janeiro.
A paz só seria selada em janeiro de 2020, com o fim do contrato de patrocínio entre Bamac e Atlético. Fabiano Ferreira, então, protocolou nova oferta de parceria, que foi aceita por Sérgio Sette Câmara. Agora, a Multimarcas tem logo estampada no uniforme do time.