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Dudamel explica substituições e sobe o tom ao falar sobre vaias a Zé Welison: 'O apontaram como se tivesse roubado, matado'

Volante do Galo foi muito criticado por erro no lance que gerou o gol da vitória da Caldense, no Mineirão

postado em 16/02/2020 21:36 / atualizado em 16/02/2020 22:14

(Foto: Juarez Rodrigues/EM/D. A. Press)
A derrota do Atlético por 2 a 1 para a Caldense neste domingo fez o time comandado por Rafael Dudamel deixar o gramado do Mineirão debaixo de muitas vaias. Torcedores questionaram principalmente as atuações de Zé Welison - que perdeu a bola no lance que gerou o gol da vitória da Veterana - e as mexidas do treinador venezuelano, especialmente, a saída do meia Nathan para a entrada do centroavante argentino Franco Di Santo.

Estava planejado desta forma. Nathan estava voltando de um longo tempo de inatividade, fisicamente alcançando sua melhor forma e está começando a jogar agora. Igual a Otero e Savarino. O ideal, correto, é poder ter todos os jogadores no primeiro dia, sãos para poder colocá-los em forma. Isso não aconteceu conosco”, explanou Dudamel em entrevista coletiva no Mineirão.

O técnico atleticano revelou que também não gostaria de sacar Nathan da partida, mas teve que fazer a substituição, para se precaver de qualquer eventual lesão.

Eu também não gostaria de tirar Nathan, mas devia tirá-lo, senão ele poderia se lesionar. Tenho que pensar na equipe, no jogador, porque hoje perdemos e a substituição não foi boa. Se tivéssemos ganhado, a substituição de Nathan e a saída de um segundo atacante, tudo isso estaria correto. Realizamos o que estava planejado com o corpo técnico e com o corpo médico, que os jogadores que não estão na sua melhor forma vão alcançando sua melhor forma para jogar 90 minutos. Jogamos algum tempo com dois atacante, igualamos o marcador, com uma bola parada. E voltamos ao 4-2-3-1 incial, com Otero, para dar descanso a Nathan”, explicou o treinador.

Defesa veemente de Zé Welison

Aos 44 minutos do segundo tempo, Zé Welison tinha a bola dominada no campo de ataque. Numa tentativa de avançar, ele perdeu a bola e o lance gerou o contragolpe que culminou com o gol da vitória da Caldense. Antes de a bola entrar, o volante, afoito para tentar cortar a jogada, acabou escorregando, o que chamou ainda mais atenção para o erro.

Por causa do lance, Zé Welison foi um dos principais alvos das vaias da torcida presente no Mineirão. Jogadores saíram em defesa do companheiro e Dudamel foi bastante enfático ao proteger o jogador.

Estou triste. Me doeu o que aconteceu ao Zé. Porque um grande jogador e hoje lamentavelmente viveu uma situação de futebol. Mas o apontaram como se tivesse roubado, se tivesse matado alguém. É uma partida de futebol! Não podemos esquecer da pessoa, do ser humano. Ele quer entrar para jogar, para ganhar, para defender os interesses de seus companheiros, de sua família. E apontaram um jogador de futebol, um ser humano, como se fosse um ladrão. Não estou de acordo”, bradou o técnico alvinegro.

Diferente das falas ponderadas em suas coletivas anteriores, o comandante venezuelano subiu o tom de suas falas e disse que, para ele, o episódio com Zé Welison significou uma perda pessoal.

“É um jogador profissional, impecável profissional. Estou muito triste com o que aconteceu ao Zé. Porque é um grande jogador. E sente a felicidade quando a torcida o aplaude. E sente, como todos, a pressão, quando a torcida exige. Hoje, a equipe perdeu, perdeu o Atlético. Mas hoje não perdeu o Atlético. Perdeu o Dudamel. Mas não apontem meus jogadores. Meus jogadores entram querendo ganhar sempre. Todos são muito profissionais. Hoje estou triste pelo Zé. Porque o apontaram, esquecendo o ser humano”, disse Dudamel.

Na saída de campo, Zé Welison foi procurado pela reportagem da TV Globo para entrevista, mas foi ‘protegido’ pelo técnico Dudamel, pelo volante Jair e pelos demais companheiros. Dudamel também falou sobre o ocorrido.

“Apoio a um ser humano, a um irmão, a um homem que trabalha como todos nós, com esforço e profissionalismo, para dar-lhe ânimo e energia para levantar. Se nos cai um soldado, a equipe vai estar diminuída. O que acontece a um companheiro tem que doer a todos. Como técnico, como líder, como ‘mister’ da equipe, meu trabalho e minha liderança para todos os jogadores é lhes dar apoio”, finalizou.

Tags: Galo interiormg Nathan Zé Welison Dudamel