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COPA DO BRASIL

Rival do Atlético tem folha salarial de R$ 100 mil e atacante que não jogava desde 2012

Campinense enfrenta problemas financeiros e busca classificação na Copa do Brasil para diminuir as dívidas

postado em 10/02/2020 13:00 / atualizado em 11/02/2020 15:19

(Foto: Samy Oliveira / Campinense)


Rival do Atlético na Copa do Brasil, o Campinense tem uma folha salarial de cerca de R$ 100 mil por mês, segundo a imprensa da Paraíba, e o destaque do time, o atacante Fábio Júnior, não jogava desde 2012.

O Campinense enfrenta vários problemas administrativos. William Simões, ex-presidente do clube, foi banido do futebol pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), em novembro de 2018, por participação em um esquema de manipulação de resultados no futebol paraibano.

A crise aumentou quando o presidente eleito em junho de 2019, Erivaldo Ferreira, desistiu de assumir o comando. Em carta, ele pediu desculpas à torcida e disse que não tinha competência para reestruturar o clube financeiramente. As dívidas do Campinense ultrapassam a casa dos R$ 20 milhões.

“Peço desculpas e perdão a toda torcida rubro-negra. Quando iniciei esta etapa no Campinense Clube, tinha noção da situação, mas quando fui aprofundando as pesquisas, verifiquei que a realidade era muito pior. Após isso, passei a montar um planejamento, usando métodos corretos, e cada dia as informações de problemas ampliavam, levando-me a uma posição de incompetência na montagem deste planejamento”, disse Erivaldo.

(Foto: Samy Oliveira / Campinense)


Após a renúncia, Paulo Gervany assumiu o comando do Campinense interinamente, vencendo o pleito presidencial em setembro de 2019.

Por causa da crise, o Campinense não consegue se estruturar e, todos os anos, monta elencos diferentes, sem uma continuidade no futebol.

"O Campinense tem sérios problemas financeiros. O ex-presidente banido do futebol deixou várias dívidas e, por isso, o clube é obrigado a fazer contratos de curto prazo. Quando algum atleta se destaca, ele vai para outro clube em seguida. O elenco muda todo ano, ficam pouquíssimos jogadores. Então, o Campinense não consegue manter uma base", disse Afonso Carlos Rodrigues, repórter da rádio Caturité.


Folha salarial



A diferença financeira entre Atlético e Campinense é enorme. A folha salarial do clube da Paraíba é inferior ao salário de um jogador reserva do Galo. A imprensa de Campina Grande estima que os custos do futebol da Raposa paraibana ficam em R$ 100 mil por mês.

"É um grupo pequeno. Não há nenhum jogador de destaque, que tem história no futebol nacional. A folha é de aproximadamente R$ 100 mil. A diretoria já explicou que não pode passar disso porque não há dinheiro", frisou o jornalista Carlos Rodrigues.


Atacante não jogava desde 2012

(Foto: Samy Oliveira / Campinense)


O grande jogador do time ficou quase uma década sem entrar em campo de forma profissional. O atacante Fábio Júnior se apresentou ao Campinense em dezembro do ano passado. Ele voltou ao futebol neste domingo, na derrota do Campinense para o Atlético-PB, por 1 a 0. Antes disso, ele havia jogado pela última vez em 2012, ano em que resolveu abandonar o esporte.

O atacante ficou traumatizado após sua passagem pelo futebol egípcio. Quando defendia o Al Ahly, Fábio Júnior presenciou uma das maiores tragédias da história do futebol.

Em 1º de fevereiro de 2012, torcedores do Al-Masry, após derrota por 3 a 1 em Porto Said, invadiram o gramado e atiraram pedras, garrafas e fogos de artifício na direção de fanáticos do Al-Ahly.

O ataque foi tão violento que chegou a contar com facas e outras armas letais. Ao todos, 73 pessoas morreram e mais de 150 ficaram feridas. Fábio Júnior demorou a se recuperar do que viu no Egito.

O atacante é considerado um ídolo do Campinense. Ele foi campeão paraibano em 2008 e um dos heróis do acesso à Série B do Campeonato Brasileiro de 2009.

"Fábio Júnior estava jogando no futebol amador na sua terra natal, em Sergipe. Havia um problema de documentação também. Ele saiu fugido do Egito, o país estava vivendo uma guerra civil naquela época, a segurança era muito precária. O Campinense demorou até conseguir inscrevê-lo no BID", explicou o Carlos Rodrigues.


Torcedores receosos

(Foto: Kyioshi Abreu / Campinense)


A torcida do Campinense está desconfiada com a possibilidade de classificação na Copa do Brasil. A instabilidade do Atlético, que foi goleado pelo Unión (3 a 0), na última quinta-feira, pela Copa Sul-Americana, anima os fanáticos.

"O torcedor está muito desconfiando. Existe uma esperança por causa da má fase do Atlético, em especial pelo resultado na Argentina. O sonho do torcedor é que o Campinense repita a campanha histórica do Treze, rival local que já chegou às quartas de final em 2005, sendo eliminado pelo Fluminense. São esperados cerca de 10 mil a 12 mil torcedores no jogo", disse Rodrigues.

O Campinense fez três jogos no Campeonato Paraibano, com duas vitórias e uma derrota. A Raposa lidera o Grupo B nos critérios de desempate. De olho na Copa do Brasil, o técnico Oliveira Canindé poupou atletas na última partida - derrota para o Atlético-PB (1 a 0), pelo Estadual.

Atlético e Campinense se enfrentam nesta quarta-feira, às 21h30, no estádio Amigão. O jogo é eliminatório, e o Galo avança com um empate.

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