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Conselho Deliberativo do Atlético aprova orçamento para 2020; veja os números

Clube espera ter superávit de quase R$ 2 milhões na próxima temporada

Lara Pereira Túlio Kaizer
Atlético quer arrecadar R$ 100 milhões em vendas de jogadores no próximo ano - Foto: Divulgação/Atlético

O Conselho Deliberativo do Atlético aprovou por unanimidade o orçamento de 2020 em reunião na noite desta segunda-feira, na sede de Lourdes, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. O documento produzido pela diretoria alvinegra prevê superávit de R$ 1,9 milhão e estabelece parâmetros financeiros sobre gastos e despesas do clube na próxima temporada.



Para ter esse superávit, o Atlético prevê cortes de 10% nos custos com o futebol profissional e arrecadação de R$ 100 milhões na venda de jogadores.
 
A reunião do Conselho Deliberativo foi marcada por manifestações do movimento Renova Galo. Torcedores do Atlético cobram ‘democracia, governança, responsabilidade e transparência’, além de mudança do estatuto do clube que possibilite a participação dos sócios nas eleições.

Faixas de protesto do grupo 'Renova Galo' na porta da sede do Atlético - Foto: Lara Pereira/Superesportes

O orçamento

O planejamento do Atlético prevê uma receita bruta de R$ 308,7 milhões, provenientes das seguintes fontes:

Competições/premiações e bilheteria: R$ 57.964.750,00
Transmissão e imagem: R$ 78.900.000,00
Transferências de atletas: R$ 100.000.000,00
Outras receitas de atividades esportivas: R$ 3.600.000,00
Galo na Veia: R$ 21.500.000,00


Patrocínios/marketing: R$ 26.300.000,00
Clubes sociais: R$ 10.500.000,00
Receitas patrimoniais: R$ 10.000.000,00

Desse valor, são reduzidos impostos (R$ 8,4 milhões), direito de arena (R$ 5,2 milhões), custos de futebol profissional, da base, dos clubes sociais, investimentos em contratações, além do pagamento de dívidas.

Clube vendedor

O número que mais chama a atenção é o valor que o Atlético espera receber com venda de jogadores em 2020. O clube planeja receita de R$ 100 milhões com transferências de atletas, R$ 30 milhões a mais que o previsto, em orçamento aprovado em 2018, para 2019. 

Neste caso, o dinheiro recebido com a venda de Alerrandro para o Bragantino não seria contabilizado, já que a transferência do jogador foi concretizada ainda em 2019. Os 4 milhões de euros recebidos, inclusive, foram utilizados para pagamento de salários e direitos de imagem atrasados dos atletas.



A primeira das transferências para a temporada 2020 é a do meia-atacante Luan, de 29 anos. O jogador está em fase final de negociação com o V-Varen Nagasaki, do Japão. O Atlético ficará com 30% do valor da transação.

O clube ainda tem outros jogadores visados para o mercado de transferências em 2020: o goleiro Cleiton, que despertou interesse do Bragantino; o meia-atacante Marquinhos, observado por Chelsea e Manchester United; o zagueiro Gabriel, destaque do Botafogo em 2019; e o lateral-direito Guga, convocado com frequência para a Seleção Brasileira Olímpica.

Corte nas despesas

Para que a conta feche, o Atlético pretende, além de arrecadar mais com a venda de atletas, cortar custos. O planejamento do clube é promover uma redução de 10% nos valores investidos no futebol profissional em relação a 2019. Isso inclui salários, imagens, encargos sociais e prestadores de serviços.



O Atlético espera gastar R$ 209,5 milhões no futebol profissional da seguinte forma:

Custo com pessoal/direito de imagem/comissão: R$ 119.803.890,00
Custo com atividades do futebol: R$ 77.532.792,00
Custos gerais: R$ 12.228.591,00

A expectativa do clube também é reduzir em 10%, em relação à estimativa de 2019, os custos com clubes sociais (Labareda e Vila Olímpica) e as despesas operacionais.

Contratações

Pelo menos no papel, o Atlético tem pensamento parecido com o da temporada 2019 no assunto contratação. Para 2020, o clube quer gastar R$ 20 milhões com a chegada de reforços, mesmo valor previsto, em 2018, para este ano.



Acontece que, em 2019, os gastos foram bem superiores. Dos 12 jogadores contratados este ano, a diretoria do Atlético fez investimentos financeiros em apenas quatro deles: Igor Rabello (cerca de R$ 13 milhões), Guga (cerca de R$ 8 milhões), Lucas Hernández (cerca de R$ 12 milhões) e Ramón Martínez (cerca de R$ 8,4 milhões). O valor somado supera R$ 40 milhões, o dobro do planejamento inicial.

E a tendência é de que, em 2020, o clube também gaste mais do que o programado. O presidente Sérgio Sette Câmara afirmou que o clube pretende contratar dois ou três jogadores de peso para incorporar ao elenco no próximo ano. 

"Não dá pra contratar um time inteiro. Vamos buscar de quatro a cinco reforços. Vamos tentar buscar dois a três nomes de peso e dois ou três que possam chegar, performar e dar retorno", disse à Rádio Itatiaia.


Dívidas e parcelamento

Outro trecho do documento diz de parcelamentos e pagamento de dívidas. Serão gastos pouco mais de R$ 5,5 milhões em repasses à Receita Federal, ao Fundo de Garantia CEF e à Prefeitura de Belo Horizonte.

O Atlético pretende, ainda, pagar R$ 13 milhões em dívidas referentes a processos julgados na FIFA e R$ 4,1 milhões diretamente a outros clubes.