Quem acompanhou de perto o primeiro semestre do Atlético poderia imaginar que Ricardo Oliveira viveria uma temporada com números expressivos. Foram 13 gols na metade inicial de 2019. O problema é que o desempenho piorou. Já são mais de 100 dias sem marcar. Diante desse cenário, o centroavante de 39 anos foi para o banco de reservas, perdeu prestígio e, mesmo com contrato válido até dezembro de 2020, tem futuro indefinido.
A diretoria alvinegra aguarda o fim do Campeonato Brasileiro para começar, efetivamente, a discutir os rumos dos atletas do atual elenco. Publicamente, o clube não se pronuncia sobre o futuro dos atletas. Em contato com o Superesportes, um dos representantes de Ricardo Oliveira, Oldegard Netto falou sobre o mau momento do jogador e disse que aguarda o término da temporada pensar em 2020.
“Futebol é fase, tem altos e baixos. No momento, o atleta está numa fase de pouca produtividade, mas daqui a pouco ele volta a produzir como sempre produziu e dar alegrias para a torcida. Sobre propostas, a gente prefere não falar nada, até porque ainda não terminou o campeonato. A gente espera o campeonato acabar para sentar com cada atleta e conversar individualmente. Não temos nenhuma definição sobre nenhum atleta da empresa ainda”, disse.
Internamente, a importância de Ricardo Oliveira como líder no elenco alvinegro segue intacta. Porém, a queda brusca de rendimento no segundo semestre - momento em que os campeonatos mais competitivos do ano se ‘afunilam’ - o fez perder confiança. O próprio jogador já admitiu que vive uma das piores fases da longa e vitoriosa carreira.
Ricardo Oliveira chegou ao Atlético no início de 2018, com contrato até o fim de 2019. Os bons números e a rápida alçada ao status de líder do elenco renderam, ainda na última temporada, uma ampliação no vínculo com o clube alvinegro. A perda de prestígio em termos técnicos, porém, fazem com que uma saída antecipada não seja descartada.
Durante a passagem pelo Atlético, Ricardo Oliveira teve possibilidade de deixar o clube rumo ao exterior. A volta ao Santos, equipe que defendeu antes de chegar à Cidade do Galo, foi uma possibilidade concreta. A diretoria atleticana, porém, considerava o experiente atacante uma peça fundamental. Por isso, as negociações foram descartadas à época.
Longo jejum
Os números de Ricardo Oliveira começaram a despencar já no começo de maio, quando o Campeonato Brasileiro estava nas rodadas iniciais. De lá para cá, o centroavante jogou 28 partidas e marcou apenas dois gols. Nesse meio-tempo, alternou entre a titularidade e a reserva de Alerrandro e, mais recentemente, Franco Di Santo.
A última vez que Ricardo Oliveira marcou foi em 10 de agosto, há 108 dias. Naquela noite, o centroavante fez o segundo gol alvinegro na vitória por 2 a 1 sobre o Fluminense, no Independência, ainda pela 14ª rodada da Série A. Desde então, jogou 12 vezes, sete delas como titular.
Na prática, Ricardo Oliveira está há dez horas e 50 minutos sem fazer gol. E o último deles, contra o Fluminense, já havia quebrado um jejum de 15 partidas sem marcar.
Números de Ricardo Oliveira em 2019
1º semestre: 13 gols em 28 jogos (média de 0,46)
2º semestre: 1 gol em 18 jogos (média de 0,05)
Ano: 14 gols em 46 jogos (média de 0,3)