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ATLÉTICO

Kalil defende banimento de torcedores acusados de injúria racial e fim da venda de cerveja nos estádios

'Enquanto não tivermos uma punição definitiva, isso (racismo) não vai acabar', disse o ex-presidente do Galo

Redação
Kalil quer atleticanos investigados por injúria racial longe dos estádios - Foto: Gladston Rodrigues / EM DA PRESS

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, disse que é favorável ao banimento dos estádios dos torcedores acusados de injúria racial contra o segurança Fábio Coutinho, no clássico do último domingo, no Mineirão.

Adrierre Siqueira da Silva já admitiu em entrevista à imprensa que disse com menosprezo "olha a sua cor" e que cuspiu em Coutinho. O irmão dele, Natan Siqueira Silva, nega que tenha chamado o segurança de "macaco". Ele afirmou que a palavra dita foi "palhaço".

Kalil destacou que é necessário uma 'sanção definitiva' a torcedores racistas. "Eu acho (que tem que banir). Até o Chico Pinheiro foi feliz ao dizer que para começar a camisa do Atlético é preta e branca. Outra coisa, enquanto não tivermos uma punição definitiva, isso não vai acabar", disse o prefeito de Belo Horizonte, em entrevista à rádio Itatiaia.

"E o racismo é um negócio... Eu já disse uma vez, sou neto de imigrante, então eu já fui discriminado, eu era o Turco. E, quando eu era rapaz, eu era chamado de Turco e ia pra briga.
Hoje, não. Hoje até minha mulher me chama de Turco. Então, isso aí é repugnante, é horrível. Estava comentando com um filho esse assunto por telefone e falei: 'gente, esse povo tem que vir aqui para a prefeitura para eu ensinar um monte de palavrão para eles, não precisa de ofender a cor da pessoa. O que ele foi falar? Ele foi tocar no que toca, no que ofende, no que humilha. O racismo não é um soco, é um caso pensado, feito para machucar. Você dá um soco na pessoa, é raiva, é coisa de momento. O racismo é feito para machucar", acrescentou Kalil.


Bebida alcoólica


O ex-presidente do Galo também defendeu o banimento das bebidas alcoólicas dos estádio de futebol.  "A bebida é o mal do futebol brasileiro. Eu dei sorte de ser presidente do Atlético por seis anos quando a bebida era proibida. O lobby da cervejarias fez voltar a bebida, o que é uma estupidez. Olha, eu tenho um dado muito importante da minha época: as ocorrências policiais caíram 70% nos estádios quando não tinha bebida. Esse dado a Polícia Militar me deu quando fui presidente. Então, essa volta foi uma estupidez absoluta", frisou.

O caso de racismo no Mineirão


Após o empate por 0 a 0 no clássico desse domingo, pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro, as arquibancadas do Mineirão viraram “praça de guerra”.
Em meio à confusão, Adrierre Siqueira da Silva se dirigiu ao segurança Fábio Coutinho com menosprezo e disse: ‘Olha a sua cor’. As imagens foram flagradas pelo jornalista Lucas Von Dollinger, da rádio 98FM. Já o jornalista Fael Lima, da TV Alterosa, registrou o momento em que o mesmo torcedor deu uma cusparada no rosto do profissional.

Irmão de Adrierre, Nathan Siqueira da Silva também é suspeito de ter cometido injúria racial por supostamente ter chamado Fábio Coutinho de 'macaco'. Nathan nega e alega ter dito 'palhaço', não 'macaco'. Os dois pediram desculpas e alegaram que não são racistas. Para isso, utilizaram justificativas como, por exemplo, dizer que têm parentes negros e vão a cabeleireiros negros.

O caso viralizou nas redes sociais momentos depois do clássico. Nessa segunda-feira, um inquérito foi aberto pela Polícia Civil para investigar o ocorrido. A pena vai de um a três anos de reclusão e multa..