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Após 11 anos, Lásaro Cândido revela que deixará Atlético em 2020: 'Dei minha contribuição'

Vice-presidente pemanecerá no clube até o fim do mandato de Sette Câmara

João Vitor Marques
Lásaro Cândido da Cunha diz que ciclo no Atlético durará até o fim de 2020 - Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press
Envolvido diretamente nos bastidores do Atlético há quase 11 anos, o vice-presidente Lásaro Cândido da Cunha admitiu que deixará o clube ao fim do mandato, em dezembro de 2020. Em entrevista ao Superesportes, o dirigente falou sobre o período, em que, além de conselheiro eleito, foi diretor jurídico.

“Quando cheguei, no início de 2009, era um descontrole total. O Atlético tinha centenas de ações, fora as ações altíssimas em execução. Hoje, se fizermos um levantamento, o Atlético tem vinte e poucas ações, considerando tudo: funcionários e jogadores. É um número pacífico, se pensarmos que clubes que alardeiam que estão arrumados têm mais de 400 ações. Não foi um trabalho só meu, foi um trabalho do clube, numa área que venho comandando desde 2009. Mas estou finalizando. No final do ano que vem, chega, chega”, disse.

Lásaro Cândido se tornou diretor jurídico do Atlético em 2011, por escolha do então presidente e atual prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD).
Ocupou o cargo até 2017, quando se afastou da função para concorrer nas eleições do clube na chapa capitaneada por Sérgio Sette Câmara, que viria a ser eleito.

Embora não admita publicamente, o presidente já revelou a pessoas próximas que tem a intenção de concorrer à reeleição em 2020. Lásaro, porém, já deixou claro que não integrará a chapa como vice-presidente. “Eu não quero mais. Chego até o final do ano que vem. Já dei minha contribuição”, disse.

Advogado e doutor em direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Lásaro ganhou espaço nos bastidores do Atlético ainda durante o mandato de Alexandre Kalil. Nos anos seguintes, firmou-se como o responsável por coordenar o departamento jurídico do clube. Como vice-presidente, continuou nessa função - pela qual, segundo ele, não é tão reconhecido pelos torcedores.

“Trabalhei para o clube por 11 anos. Trabalhei remunerado um ano e alguns meses, o resto foi de graça, absolutamente de graça. Eu sei que isso não é reconhecido. A torcida acha - ou parte dela - que o que importa é contratação, mas sem o clube organizado, não há como ter condição de manter estádio, ter condição de manter atleta, ter condição de manter a categoria de base”, desabafou. Em seguida, Lásaro fez uma avaliação de todo o período que viveu no clube e citou vitórias nos bastidores no momento áureo da história do Atlético.

“Participei das grandes conquistas do clube. Tivemos grandes vitórias em momentos-chave, que muitos às vezes não sabem. Na Libertadores (de 2013), por exemplo, as contas do clube estavam bloqueadas.
Conseguimos desbloquear. Isso viabiliza, porque senão não tem pagamento a jogador, vira o caos. Demos organização jurídica ao clube, que não tinha. Apesar do trabalho de pessoas que antecederam, que também lutaram bastante. Espero que no futuro o clube esteja profissionalizado integralmente e continue esse trabalho”, finalizou.
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