Ao longo da derrota desta quarta-feira por 2 a 0 para a Chapecoense, vários foram alvos da torcida do Atlético no Independência: jogadores, o presidente Sérgio Sette Câmara, o diretor de futebol Rui Costa, conselheiros e... o técnico Vagner Mancini. Há pouco mais de duas semanas no clube alvinegro, o treinador tem sido criticado frequentemente desde que chegou à Cidade do Galo. Após o revés no Independência, pela 29ª rodada do Campeonato Brasileiro, ele desabafou.
Questionado sobre as vaias e os xingamentos de “burro” logo no quarto jogo à frente do Atlético, Mancini interrompeu a pergunta do repórter e o “corrigiu”: “No quarto, não. No primeiro jogo já fui chamado de burro, no primeiro jogo lá em Maceió (empate por 2 a 2 com o CSA). Isso é inédito na minha carreira. Em 15 anos de trabalho, isso nunca havia acontecido”.
Apesar do desabafo, Mancini garantiu que enfrentará as críticas de frente. O treinador tem a missão de fazer o Atlético retomar os bons resultados. Nos últimos 15 jogos do Brasileiro, o time só venceu dois. Foram oito pontos conquistados em 45 disputados.
“Eu cheguei no Galo e fui recebido num ambiente muito hostil, mas estou aqui de coração aberto para dizer para o torcedor que o Galo vai reagir. Aquilo que foi visto hoje em campo não agradou ninguém. Estamos aqui para ressurgir. Amanhã é um outro dia e, sábado, com certeza, o Atlético tem que ter uma postura diferente do seu treinador, dos seus atletas e de todos aqueles que fazem o Atlético”, disse, já projetando a partida contra o Fortaleza, no Castelão, pela 30ª rodada.
“Tenho que ter, junto com os atletas, cabeça fria neste momento. Não adianta entrar em desespero, não adianta entrar em pânico. Nós temos, sim, é que estarmos energizados para sábado mudar a situação, que hoje não é boa”, completou.
Galo luta contra o rebaixamento?
Com 35 pontos ganhos, o Atlético é, ao menos momentaneamente, o 13º colocado do Campeonato Brasileiro. A distância para a zona de rebaixamento, que é de seis pontos, pode diminuir ao fim da rodada. Questionado se a luta do time na competição é mesmo escapar do Z4, o técnico admitiu que está atento à possibilidade de queda, mas mira voos maiores.
“O time tem que olhar a tabela de classificação e saber a pontuação que tem, saber os perigos que há atrás e onde pode chegar. Temos que olhar de uma maneira ampla. Estamos a seis pontos dali (zona de rebaixamento). Seis pontos é uma boa diferença ainda, porque faltam nove jogos. Mas é óbvio que eu estou aqui para dizer que ninguém está satisfeito com isso, não. Eu, sinceramente, não acredito (em rebaixamento). Mas é óbvio que o torcedor que saiu daqui hoje (quarta-feira) está pensando nisso, porque nós estamos perto em termos de pontuação. Mas são nove jogos e a equipe tem amplas chances de rapidamente sair”, disse.
Depois, Mancini ainda afirmou acreditar numa reação que faria o time terminar na parte de cima da tabela de classificação. “Nosso pacto era exatamente nesses três jogos agora somar pontos importantes para que a gente não dependesse de pontos lá na frente e que pudéssemos sonhar com outro patamar, de chegar perto de quem está ali em sétimo, em oitavo lugar. Ainda há tempo para isso, mas é óbvio que todo mundo tem que estar consciente daquilo que está acontecendo, reagir o mais rapidamente possível”, concluiu.
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