Contra o Santos, o Atlético quebrou uma incômoda escrita: foi a primeira vez, após 17 partidas seguidas levando gols, que o time saiu de campo sem ser vazado. Antes da vitória por 2 a 0 sobre o Peixe, no Independência, a última partida 'invicta' da zaga alvinegra foi em 4 de agosto, quando derrotou o Cruzeiro pelo mesmo placar.
Para o técnico Vagner Mancini, o bom desempenho da defesa ante o terceiro colocado da Série A do Campeonato Brasileiro pode dar confiança à equipe. O comandante aproveitou, inclusive, para dividir os méritos com os jogadores do setor ofensivo, responsáveis pelo 'primeiro combate'.
"O importante é a gente vencer. E o importante é dizer, também, que não tomamos gol. A defesa vinha sofrendo muito com isso, e hoje fizemos um jogo taticamente muito bom. As linhas estiveram muito próximas, isso de certa forma ajuda, e há uma entrega dos homens de frente", festejou o treinador.
Divisor de águas
Muitos dos gols sofridos pelo Galo têm sido fruto de falhas individuais. No empate contra o CSA, por exemplo, os alagoanos abriram o placar por conta de uma distração de Fábio Santos. Desligado, o camisa 6 não percebeu a reposição de bola feita pelo goleiro Cleiton, demorou para participar do lance, perdeu a bola e, na sequência, viu Alecsandro aproveitar cruzamento de Dawhan e inaugurar o marcador.Para o lateral-esquerdo, o fim da sequência de jogos com gols adversários pode impulsionar o Atlético nos onze jogos restantes da temporada.
"A equipe fez uma partida de muita entrega desde o começo. O gol no início facilitou as coisas, fez com que o torcedor jogasse junto. A gente estava precisando de uma partida como essa, sem tomar gols. Agora é tentar uma sequência de vitórias no campeonato, para ver se a gente deixa o momento ruim para trás", projetou o defensor.
Trabalho de Mancini
Autor de um gol ainda no primeiro minuto de jogo, Luan também comemorou bastante a partida sem sofrer gols. Assim como Mancini e Fábio Santos, o "Maluquinho" fez menção ao tento 'relâmpago'. Ainda segundo ele, ao longo da semana, o novo treinador mostrou aos atletas os pontos fortes do Santos, que deveriam ser alvo de atenção especial da equipe."O primeiro gol matou e tirou todas as forças do Santos e, depois, o Leo Silva marcou. Aí a gente sabia que era difícil o Santos entrar em nossa defesa. Trabalhamos durante a semana, e o Mancini indicou algumas coisas para a gente anular deles".
Números alarmantes
Em 27 partidas pelo Brasileirão, o Galo sofreu 37 gols, o que representa, em média 1,3 por rodada. Goiás, Fortaleza, Fluminense e CSA — que joga nesta segunda — levaram o mesmo número de tentos. O quinteto perde apenas para Chapecoense e Avaí. Respectivamente em 19° e 20°, os dois catarinenses foram vazados em 40 oportunidades cada.A alta quantidade de gols sofridos é um dos motivos que explicam a campanha discreta do Atlético. Em 12° lugar, o time soma 35 pontos. Embora estejam onze pontos acima da zona de rebaixamento, os mineiros precisam recuperar sete para chegar ao G6.