CAMPEONATO BRASILEIRO
Em dia de protesto, Atlético joga sob pressão diante do Ceará no Independência
Duelo vira prova de fogo para o técnico e jogadores do Atlético, que vem de queda na Sul-Americana e de seis derrotas seguidas no Brasileiro
postado em 29/09/2019 06:00 / atualizado em 28/09/2019 21:18
Em circunstâncias normais, o jogo deste domingo contra o Ceará, às 19h, no Independência, seria oportunidade ideal para que o Atlético reencontrasse sua fanática torcida em alto-astral. Mas depois da eliminação nas semifinais da Copa Sul-Americana, os jogadores e o técnico Rodrigo Santana sabem que a pressão pelo resultado positivo e por um desempenho satisfatório será grande. Sem vencer pelo Nacional desde os 2 a 1 sobre o Fluminense, em 10 de agosto, o Galo tenta interromper em casa o recorde negativo de seis derrotas consecutivas na era dos pontos corridos.
A diretoria optou por manter Rodrigo Santana no cargo, mas admite cobrar melhor performance de todo o grupo e do próprio treinador. Ainda que seja difícil, a meta clara do clube será buscar a recuperação gradualmente e brigar por vaga na Copa Libertadores de 2020. Por outro lado, a cobrança exigirá esforço em dobro de todos: um fiasco no Horto ameaça interromper prematuramente o trabalho de pouco mais de cinco meses do treinador. Depois do Ceará, o Galo pega o Vasco, na quarta-feira, também em Belo Horizonte.
O técnico diz que aposta na capacidade de reação dos atletas para a reviravolta na classificação: “Vamos mostrar quem é quem no elenco. Há homens para isso. Os jogadores estão sentindo muito, é hora de união, para ir com força máxima no Brasileiro, neste domingo”, declarou depois da queda diante do Colón, no Mineirao, pelo torneio continental.
Jogadores como o zagueiro e capitão Réver, o volante Elias e o armador Cazares foram os mais cobrados depois que a equipe saiu de campo derrotada nos pênaltis contra os argentinos. Numa tentativa de blindá-los de críticas mais pesadas, a comissão técnica e a diretoria defenderam que todo o grupo fez partida tecnicamente impecável, e que a queda na semifinal da Sul-Americana teria sido injusta. Mas sabe-se que cobranças mais pesadas serão feitas diariamente nos treinos e partidas.
Elias entende que o torcedor precisa ter paciência para que a equipe volte ao rumo das vitórias: “Todos falam que o elenco é limitado, mas estávamos brigando pelo título lá em cima. Precisamos dar tranquilidade para que o Rodrigo possa trabalhar e recuperar os pontos que perdemos no Brasileiro”. Desde 2017 no clube, o volante disse que a eliminação na competição internacional foi uma das maiores frustrações na carreira.
Em decorrência da eliminação na Copa Sul-Americana e da série de seis derrotas no Brasileiro, a torcida Galoucura, principal organizada do Atlético, lançou a campanha “público zero" neste domingo, no Independência, em sinal de protesto. Não se sabe se haverá manifestações no entorno do estádio.
Para segunda-feira, a organizada promete pressionar o presidente Sérgio Sette Câmara a tomar medidas contra alguns jogadores. “vamos apresentar algumas reivindicações ao presidente. Vamos colocar as cartas na mesa e pedir a cabeça de alguns jogadores ... Caso não for aceito e nada mudar, os protestos vão continuar e será mais severo. Não vamos estar presentes nos jogos e vamos sufocar esses come dorme. Vamos cobrar em todos os meios possíveis ate restabelecer o respeito novamente por essa camisa, porque alguns estão achando que isso aqui é brincadeira”, postou a Galoucura nas redes sociais.
A formação que Rodrigo colocará em campo nessa noite é um mistério. Com nova lesão muscular na coxa direita, o volante Jair já está fora dos próximos jogos. Como o paraguaio Ramón Martínez passou por cirurgia no nariz, o provável é que Zé Welison continue como titular, a exemplo do segundo tempo contra o Colón, com chance remota para Nathan.
No setor ofensivo, o argentino Franco di Santo foi elogiado contra os argentinos e será mantido. Ricardo Oliveira e Alerrandro ficarão como opções no banco de reservas. O aproveitamento de Luan entre os titulares está indefinido. O jogador deixou a partida de quinta-feira com cãibras, mas o caso não preocupa. Caso esteja 100%, deve começar no Horto.
O Ceará já esteve em situação confortável no Campeonato Brasileiro, mas se complicou depois de sete jogos sem vencer. A fase negativa aumenta a pressão sobre o técnico Enderson Moreira, cujo modelo de jogo começar a não surtir efeito na busca pelas vitórias. Se perder, o treinador pode cair. Os jogadores, no entanto, assumem a culpa pela queda de produção. “É muito fácil chegar aqui e colocar a culpa em treinador ou em jogador. Isso aqui é um grupo, cada um tem que assumir suas responsabilidades. Todo mundo tem sua parcela de culpa se o resultado não está vindo”, ressalta o atacante Mateus Gonçalves, que ocupará o lugar de Leandro Carvalho, suspenso por causa do terceiro cartão amarelo.
Atlético
Cleiton; Patric, Igor Rabello, Réver e Fábio Santos; Zé Welison (Nathan); Luan, Elias, Cazares e Chará; Franco di Santo. Técnico: Rodrigo Santana
Ceará
Diogo Silva; Samuel Xavier, Valdo, Tiago Alves e João Lucas; Fabinho, Ricardinho e Thiago Galhardo; Felipe Baxola, Mateus Gonçalves e Bergson. Técnico: Enderson Moreira
Motivo: 22ª rodada do Campeonato Brasileiro
Estádio: Independência, em Belo Horizonte
Dara e horário: Domingo, dia 29/9, às 19h
Árbitro: Paulo Roberto Alves Júnior (PR)
Assistentes: Bruno Boschilia e Roberto Trombeta (PR)
VAR: Carlos Eduardo Nunes Braga (RJ)
TV: Pay-per-view
Atleticanos pendurados: Zé Welison, Lucas Hernández, Vinícius, Geuvânio, Elias e Fábio Santos
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