Embora o Atlético tenha sido eliminado da Copa Sul-Americana pelo Colón, no Mineirão, o jogo de quinta-feira proporcionou boas notícias a um jogador da equipe: o argentino Franco Di Santo. O centroavante marcou o primeiro gol do Galo no duelo e, mesmo tendo atuado por 90 minutos pela primeira vez desde a chegada ao clube, em julho, parece ter conseguido uma vaga no time titular. Ele fará parte do onze inicial no confronto deste domingo, contra o Ceará, às 19h, no Independência.
Di Santo foi contratado pelo Atlético para concorrer por uma vaga no ataque com Ricardo Oliveira, Alerrandro e Papagaio — que, sem marcar nenhum gol, deixou a Cidade do Galo rumo ao Goiás na última semana. O camisa 28, além de ter características diferentes dos outros centroavantes, vive momento oposto à "seca" de gols dos companheiros e, por isso, tem aproveitado as oportunidades dadas pelo técnico Rodrigo Santana.
Declínio de veterano e garoto
Ricardo Oliveira começou o ano como titular absoluto do Atlético. Ele e Alerrandro, seu reserva imediato, fizeram muitos gols no Campeonato Mineiro e na Copa Libertadores. O veterano de 39 anos balançou as redes sete vezes no estadual e outras cinco no torneio continental. O jovem das categorias de base, por sua vez, anotou oito gols no Mineiro e, além disso, marcou os dois tentos da vitória sobre o Zamora-VEN, na Libertadores.A partir do início do Brasileiro, no entanto, o "Pastor" entrou em declínio. Após um gol na estreia do campeonato, em 28 de abril, contra o Avaí, ele só voltou a marcar em 9 de agosto, no triunfo por 2 a 1 contra o Fluminense. Enquanto isso, Alerrandro acumulava gols nas oportunidades recebidas e, por isso, tomou a titularidade.
A pausa para a disputa da Copa América, contudo, representou o início de um momento complicado para os centroavantes alvinegros. Desde o último jogo antes da parada, em 13 de junho, Oliveira e Alerrandro, juntos, balançaram as redes apenas uma vez, justamente pelos pés do "Pastor", contra o tricolor carioca.
Mudança de estilo
A 'seca' de gols dos camisas 9 e 44 fez com que o técnico Rodrigo Santana procurasse alternativas no elenco. Papagaio passou em branco na partida contra o Athletico-PR, quando teve a oportunidade de começar jogando. Ricardo Oliveira acabou retomando a condição de titular, mas uma série de partidas apagadas fizeram a chance 'cair no colo' de Di Santo.Com o argentino de 30 anos no comando de ataque, o Galo ganhou novas armas. O jogador de 1,93m de altura tem sido bastante acionado em bolas longas e cruzamentos, justamente por conta de sua capacidade de 'escorar' de cabeça.
O pivô em lances por baixo também é outra característica de Di Santo. No jogo de volta contra o Colón, por exemplo, o Atlético tentou 35 lançamentos e alçou 21 bolas na área. Os dados são do site Footstats.
À época da contratação de Di Santo, Santana elogiou as características do reforço. "É grande, tem improviso, sabe proteger bem a bola, jogo aéreo. Não é só porque é grande, tem habilidade também", disse, ressaltando os anos em que o centroavante atuou no futebol europeu.
Superação de jejum
O primeiro gol do argentino com a camisa alvinegra pôs fim a um jejum de tentos que já durava 18 meses. O último gol de Di Santo havia sido em 18 de fevereiro do ano passado, na derrota por 2 a 1 para o Bayern de Munique, quando defendia o Schalke 04-ALE.Entre a Alemanha e o Brasil, o jogador passou pela Espanha, onde atuou pelo Rayo Vallecano, em passagem discreta. Di Santo atuou, ainda, por clubes como os ingleses Chelsea e Wigan. No Velho Continente foram, ao todo, 282 jogos disputados e 44 gols.