Diretor de futebol do Atlético, Rui Costa falou sobre o mau momento vivido pelo time na temporada. Apesar dos resultados ruins - eliminação na semifinal da Copa Sul-Americana para o Colón-ARG e seis derrotas seguidas no Campeonato Brasileiro -, o dirigente garantiu a continuidade do trabalho do técnico Rodrigo Santana.
“O que queremos proporcionar ao Rodrigo, e o presidente (Sérgio Sette Câmara) foi muito claro nisso, é o tempo necessário para que ele retome os resultados a partir do trabalho que fez e que faz. E aqui não está falando um profissional que desconhece que resultado no futebol é importante. O que nós temos que fazer, um pouco diferente do que se faz no futebol, é dar a um treinador, que tem demonstrado trabalho, que através desse trabalho ele conquiste o que está faltando no momento, que é o resultado”, disse, em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira, na Cidade do Galo.
Ao mesmo tempo em que elogiou Rodrigo Santana, o diretor de futebol alvinegro admitiu: o trabalho é avaliado diariamente. O próximo teste do treinador será neste domingo, a partir das 19h, contra o Ceará, pelo Campeonato Brasileiro.
“Avaliamos o trabalho do treinador todos os dias. O meu trabalho é avaliado todos os dias. O trabalho dos fisiologistas, fisioterapeutas, médicos, atletas… Ninguém tem imunidade, nem eu, ou qualquer tipo de protocolo ou cláusula contratual de que estamos alijados de qualquer processo de avaliação”, completou.
Posicionamento de Rodrigo Santana
Logo após a eliminação dessa quinta-feira no Mineirão, o técnico Rodrigo Santana falou sobre o momento de pressão. Ele admitiu tristeza pela queda diante do Colón-ARG e pelos maus resultados, mas garantiu: nunca sentiu o cargo ameaçado.
“Estou muito triste pela eliminação, mas em momento nenhum senti meu cargo ameaçado. Primeiramente, porque nessa diretoria tem homem de palavra. Estão em nosso dia a dia e passam total confiança para a gente, tanto o presidente Sette Câmara, como o vice Lásaro (Cândido da Cunha), como o Rui (Costa, diretor de futebol), como o Marques (gerente de futebol). Então, sempre deixaram a gente muito tranquilo em relação a isso, que confiam no nosso trabalho”, disse Santana.
Leia declarações de Rui Costa sobre Rodrigo Santana
Confiança no treinador
“O que queremos proporcionar ao Rodrigo, e o presidente (Sérgio Sette Câmara) foi muito claro nisso, é o tempo necessário para que ele retome os resultados a partir do trabalho que fez e que faz. Estou aqui de manhã, de tarde e de noite. Quando não estou, o Marques (gerente de futebol) está, lado a lado com a comissão técnica. Nós nos reunimos todos os dias, analisamos o trabalho todos os dias. O que posso dizer ao torcedor é que o Rodrigo, que já fez a equipe desempenhar, não deixa nenhuma lacuna para que não possamos acreditar que esses resultados virão. E aqui não está falando um profissional que desconhece que resultado no futebol é importante. É lógico que sim, ainda mais em uma equipe da grandeza do Atlético. O que nós temos que fazer, um pouco diferente do que se faz no futebol, é dar a um treinador, que tem demonstrado trabalho, que através desse trabalho ele conquiste o que está faltando no momento, que é o resultado. Ninguém aqui desconsidera que uma equipe do tamanho da nossa, com jogadores do nosso nível… um clube da grandeza do Atlético não pode ter esse número de derrotas. Mas o jogo de ontem, da forma que nós jogamos, da forma como conquistamos a vitória nos 90 minutos, nos dá um indicativo que o caminho está sendo retomado. O time foi intenso, se entregou. Não há um jogador que possa ser criticado por falta de empenho, dedicação, por falta de apuro técnico e tático. Alguns atletas chegaram a exaustão, mas infelizmente o futebol é assim. Tivemos neste ano várias equipes com times montados a mais tempo e capacidade de investimento muito superior a nossa que tiveram grandes frustrações. O futebol, infelizmente, não tem um senso de justiça apurado. Nem sempre aquele que faz a melhor semana de trabalho, o que se dedica mais, o que tem processos mais transparentes, nem sempre ele levanta taças. Estamos trabalhando para isso. Essa é a mensagem que quero deixar aqui. Temos que proporcionar ao Rodrigo que ele tenha tempo e condições de retomar os resultados que são fundamentais no futebol”.
Avaliação constante do trabalho
“Avaliamos o trabalho do treinador todos os dias. O meu trabalho é avaliado todos os dias. O trabalho dos fisiologistas, fisioterapeutas, médicos, atletas… Ninguém tem imunidade, nem eu, ou qualquer tipo de protocolo ou cláusula contratual de que estamos alijados de qualquer processo de avaliação. Se tenho contrato até dezembro, não estou garantido até dezembro. Isso não existe. As condições que se estabelecem essas avaliações é que me interessam. Nós nunca cogitamos. Li em vários lugares que o jogo era decisivo para o Rodrigo. Ou se classificava ou era demitido. O Rodrigo está lá no campo. Existem pressuposições que são coerentes no futebol brasileiro e fazem a gente falar sobre isso agora. Se a gente tivesse ganho nos pênaltis, eu não estaria aqui falando agora. Estou aqui para que o torcedor saiba o que está sendo feito e tenha claro que nossa posição é de acompanhar o trabalho e entender que ele precisa ser melhorado; de entender que não achamos normal que o Atlético esteja com tantas derrotas e mais uma temporada impossibilitado de disputar um título. Isso não é normal, mas é um processo de retomada que estamos fazendo. Estou aqui há quatro meses. Já fizemos muito e temos mais a fazer. Essa é uma etapa importante do trabalho, dar condições ao técnico de retomar um caminho que ele já mesmo trilhou. Se isso vai ser traduzido em 15 dias, um mês ou seis meses, o tempo dirá. Seria muito mais fácil para mim e para o presidente falar de outro treinador. Aliás, me parece que três ou quatro clubes estão fazendo hoje. São várias coletivas acontecendo hoje, falando sobre saídas de técnicos, alguns que chegaram há menos de um mês, menos de três meses. Não acho esse o melhor caminho para o futebol. Somos avaliados a cada jogo, cada rodada, a cada semana, e nós fazemos isso aqui no Atlético”.
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