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Em meio à crise do Atlético, líderes do elenco vivem 'inferno astral'

Jogadores experientes do elenco alvinegro passam por situações complicadas dentro ou fora de campo, o que torna trabalho do técnico Rodrigo Santana mais difícil

João Vitor Marques
Elenco do Atlético prega união para sair da crise de resultados - Foto: Bruno Cantini/Atlético
Em meio à crise por conta da eliminação na Copa Sul-Americana e do mau momento no Campeonato Brasileiro, o Atlético tenta encontrar forças para retomar boas atuações e resultados positivos. O problema é que os principais líderes do elenco - justamente aqueles responsáveis por motivar os demais jogadores - estão em baixa.

O ‘inferno astral’ atinge nomes experientes em todos os setores do time. Os motivos são variados: problemas físicos, críticas de torcedores, polêmicas fora de campo e baixo rendimento técnico. Esse cenário dificulta o trabalho de um outro líder: o treinador Rodrigo Santana, que vive o momento de maior pressão desde que assumiu o comando, em abril.

“Essa dor que a gente sentiu aqui... É um elenco que acaba não tendo vaidade. Está todo mundo com a mesma farda. Todo mundo tem o mesmo sentimento, independentemente se cada um tem suas diferenças. Acredito que é um elenco muito maduro e capaz de suprir toda essa dor que a gente está sentindo”, disse Rodrigo Santana.

Veja a seguir a situação de oito líderes do elenco do Atlético em meio à crise vivida pela equipe, que não vence há seis jogos no Campeonato Brasileiro e foi eliminado da Sul-Americana em casa pelo Colón-ARG.

Victor - Líder indiscutível do elenco alvinegro, o goleiro jogou pela última vez em 17 de julho.
A tendinite no joelho esquerdo parecia um problema simples, mas as dores voltam sempre que a intensidade nos treinamentos aumenta. Essa situação chateia Victor, que tem fama de ‘fominha’: gosta de jogar sempre. Nessa quinta-feira, ficou de fora da ‘decisão’ contra o Colón-ARG e viu o Atlético ser eliminado diante de mais de 45 mil torcedores no Mineirão.

Réver - Capitão do Atlético, Réver é líder dentro e fora de campo. Costumeiramente, é o responsável por motivar os companheiros nas ‘rodinhas’ no vestiário antes dos jogos. Na disputa de pênaltis dessa quinta, perdeu a cobrança que permitiu ao Colón-ARG o empate. “No vestiário acabou, sim, ficando todo mundo muito chateado, mas sabemos que precisamos dar a resposta para tudo isso para nós mesmos”, pregou.

Leonardo Silva - Capitão do time nas últimas temporadas, Leonardo Silva vive um fim de carreira melancólico. O zagueiro de 40 anos é reserva e tem sido bastante questionado pelos torcedores por conta das más atuações quando é acionado. Na derrota da última segunda-feira por 1 a 0 para o Avaí, por exemplo, foi muito criticado por um pênalti cometido. Encerrará a carreira em dezembro, numa temporada sem títulos conquistados.

Fábio Santos - É titular, cobrador oficial de pênaltis e um dos líderes do vestiário. O lateral-esquerdo de 34 anos, porém, não é querido por boa parte da torcida alvinegra. Nessa quarta-feira, foi citado em protesto de torcedores: “Fábio Santos, você é a deficiência do time. Seja por falta de bola ou preguiça, tenha dignidade ou quinta-feira o bicho vai pegar”, lia-se na faixa exposta nas ruas de Belo Horizonte. Nessa quinta, fez um bom jogo contra o Colón-ARG, mas está longe de ser unanimidade.

Elias - É um dos poucos que dá a cara a tapa nos momentos difíceis.
É um dos líderes do elenco e tem bastante influência entre os demais jogadores. Porém, não é tão querido por parte da torcida. Além de tudo, cometeu o pênalti que resultou no gol do Colón-ARG no tempo regulamentar nessa quinta. Estava visivelmente abatido: “A gente apanha muito aqui. Às vezes com razão, às vezes sem razão. Estou há três anos no Galo e era a oportunidade que a gente tinha para jogar uma grande decisão. Era uma oportunidade única. Eu queria muito jogar essa final. Todos os atletas queriam muito, trabalharam muito para isso. Já tive várias eliminações na carreira, e sofri.
Essa daqui vai arder bastante por causa do grupo, que merecia disputar uma final”, disse.

Luan - Nas últimas semanas, viveu situações complicadas. De titular, passou a ser reserva. Nem chegou a ser relacionado para o jogo de ida contra o Colón-ARG, na Argentina, o que fez aumentar as especulações sobre uma possível saída do Atlético. Conseguiu dar a volta por cima, foi titular no Mineirão e jogou bem. Mas ainda precisa de uma sequência para voltar a ser tão querido pela torcida como era antes das turbulências.

Ricardo Oliveira marcou um gol nas últimas 21 partidas que jogou - Foto: Bruno Cantini/Atlético

Ricardo Oliveira - Foi muito vaiado no momento em que teve o nome anunciado no telão do Mineirão nessa quinta-feira. Perdeu muito espaço por conta de más atuações. Fez apenas um gol nos últimos 21 jogos. O baixo rendimento o fez perder crédito com a torcida. Contra o Colón-ARG, não entrou, embora seja cobrador de pênaltis.

Patric - Muito criticado durante boa parte da trajetória pelo Atlético, Patric ganhou moral com o torcedor nessa temporada em função de atuações seguras que o credenciaram a seguir como titular. Mas é só mais um capítulo da relação de amor e ódio dos atleticanos. Nessa quinta, contra o Colón-ARG, as arquibancadas demonstraram apoio ao polivalente jogador - que é, sim, líder no elenco -, mas também demonstraram pouca paciência especialmente diante de erros na reta final do jogo. Não é unanimidade.
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