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Atrasos, 'lucro' e condicionantes quase cumpridas pelo Atlético: a Arena MRV dois anos após venda de shopping

Presidente do Conselho do clube, Rodolfo Gropen, acredita que a obra começará ainda em 2019

Thiago Madureira João Vitor Marques
Arena MRV: sonho do clube é iniciar a obra neste ano - Foto: Divulgação / Atlético

A venda de 50,1% do shopping Diamond Mall pelo Atlético para a Multipan completou dois anos nesta quarta-feira. Essa negociação rendeu dinheiro ao clube para o projeto de construção da Arena MRV, que sofreu diversos atrasos e ainda segue no papel. Apesar disso, dirigentes do Galo seguem confiantes no início da obra ainda neste ano.

Em contato com o Superesportes, o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Rodolfo Gropen, disse que o clube está próximo de cumprir todas as condicionantes da prefeitura de Belo Horizonte para ter acesso à licença de instalações e dar início às obras.

O dirigente ainda disse que o montante que o clube receberá pela venda do shopping rendeu e passou dos R$ 250 milhões iniciais e agora está em torno de R$ 300 milhões. O Galo terá acesso ao dinheiro somente quando tiver toda documentação exigida pelo poder público.



“É natural que estejamos ansiosos, é um sonho de toda torcida do Atlético o nosso estádio. Mas, ao mesmo tempo, é natural que respeitemos todos os limites da burocracia municipal e estadual. Nós nunca estivemos tão perto deste sonho.
Ainda estamos confiantes que as obras tenham início neste ano, quem sabe em outubro”, disse Gropen.

Para receber a licença e começar as obras, o Atlético precisa da aprovação em segundo turno na Câmara dos Vereadores e de aprovação do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam). Na casa legislativa, a votação será feita em outubro.

No Copam, discussões relacionadas ao projeto estão marcadas também para continuar no próximo mês. No órgão, foi feito um pedido de vistas do processo. Em 2 de outubro, será realizada uma reunião extraordinária na Unidade Regional Colegiada (URC) Central Metropolitana a pedido da conselheira Vivianne Alves da Costa, representante da Associação para Proteção Ambiental do Vale do Mutuca - Pró-Mutuca.

“É uma obra gigantesca, com muitos documentos e projetos. Mas das 57 condicionantes que foram colocadas para conseguir a licença de instalação, faltam só duas”, revelou Gropen.

A reportagem entrou em contato com o CEO da Arena MRV, Bruno Muzzi, em duas oportunidades, na terça e nesta quarta-feira. Nas duas ocasiões, ele disse que estava em reuniões e não poderia falar.


Dinheiro rendendo


O Atlético vendeu 50,1% o shopping Dimond Mall por R$ 250 milhões, mas ainda não teve acesso ao dinheiro. No acordo com a Multiplan, ficou definido que o clube receberia o montante apenas quando as obras começassem. O dinheiro que o Atlético vai receber hoje está em torno de R$ 300 milhões por causa da correção monetária.

“A partir do momento que o Atlético receber a licença de instalação, o dinheiro será depositado. E o Atlético vai receber um valor maior, já está próximo dos R$ 300 milhões”, disse Gropen.

Atrasos


Na noite de 18 de setembro de 2017, o Conselho Deliberativo do Atlético aprovou a venda de 50,1% do Diamond Mall, shopping localizado na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. O dinheiro da venda proveniente do negócio permitiu o pontapé inicial ao processo de construção da sonhada Arena MRV. Porém, exatamente dois anos depois, as obras ainda nem começaram.

Inicialmente, a perspectiva era de que a construção começasse em março ou abril de 2018. Se a previsão se confirmasse, o estádio seria inaugurado no final de 2020.
O processo burocrático de aprovação do efetivo início das obras, porém, não transcorreu como o esperado.

Durante os dois anos desde a aprovação, o projeto passou por mudanças e precisou se adaptar a exigências locais. Atualmente, a perspectiva mais otimista é que as obras se iniciem ainda em 2019, com inauguração no começo de 2022. Tudo depende de conseguir as licenças necessárias.

A Arena MRV


Segundo o Atlético, a capacidade do estádio será de 47 mil torcedores. A obra foi orçada em R$ 410 milhões, sem contar o valor do terreno (R$ 50 milhões), fruto de doação da MRV Engenharia.

Além do valor da venda de parte do Diamond, outros R$ 160 milhões serão conseguidos por meio de naming rights (R$ 60 milhões da MRV Engenharia) e venda de cadeiras cativas (R$ 100 milhões, com 60% já garantidos pelo Banco BMG)..