Após a quinta derrota seguida na Série A do Campeonato Brasileiro, o Atlético 'vira a chave' e passa a focar na Copa Sul-Americana. Às 21h30 desta quinta, o Galo encara o Colón, na Argentina, pelo jogo de ida da fase semifinal. Esquecer o momento delicado, contudo, é tarefa árdua. O tropeço por 3 a 1 para o Internacional, nesse domingo, fez o alvinegro atingir outra marca negativa além da maior sequência sem triunfos no Brasileiro em oito anos: foi a primeira vez em 2019 que a equipe perdeu três partidas seguidas.
Entre a série sem pontuar no torneio nacional, os comandados de Rodrigo Santana avançaram na competição continental após vencerem La Equidad por duas vezes: 2 a 1 no Brasil e 3 a 1 na Colômbia. No entanto, encarar os argentinos em meio à queda livre na Série A torna o desafio na Sul-Americana ainda mais complicado.
Otimista, o treinador acredita que as recentes dificuldades vividas pelo Galo podem impulsionar a equipe nos próximos desafios. "A final do Mineiro e a eliminação na Copa do Brasil fizeram com que a equipe crescesse em momentos importantes. A gente tem jogadores capacitados e experientes para retirar forças (do momento ruim). Vamos nos unir mais, pois a gente sabe que, quando perde, são poucos os que estão junto conosco. Vamos estudar o Colón para ver como a gente vai fazer o jogo na Argentina. Confio no grupo e vamos fazer uma excelente partida. A responsabilidade de passar de fase na Sul-Americana, mais uma vez, é toda nossa", salientou.
Série inédita
O momento mais similar aos três reveses seguidos para Corinthians, Botafogo e Internacional ocorreu em abril. À época, foram quatro partidas sem triunfar, com três derrotas e um empate. O 4 a 1 sofrido para o Cerro Porteño, no dia 10 daquele mês, pela Copa Libertadores, ocasionou a demissão de Levir Culpi. O time só voltou ao caminho das vitórias 17 dias depois, já sob o comando de Santana, ao bater o Avaí por 2 a 1, na abertura do Brasileiro.
Até lá, no entanto, o Galo amargou duas outras derrotas: 2 a 1 para o Cruzeiro, na ida da final do Estadual, e 1 a 0 para o Nacional, em jogo que eliminou a equipe da Libertadores. Entre as duas partidas, houve, ainda, um empate por 1 a 1 com o maior rival, placar que fez o Galo deixar escapar a taça do Mineiro.
Divisor de águas
A última vitória do Atlético pelo Brasileiro foi em 10 de agosto, contra o Fluminense, pela rodada 14. Estacionado nos 27 pontos, o alvinegro vê a distância para o topo da tabela aumentar a cada fim de semana.
Em sua nona temporada vestindo a camisa alvinegra, Leonardo Silva aponta o duelo pela Sul-Americana como essencial para o resgate da confiança. "É trabalhar e não deixar que nada negativo entre, mesmo após uma derrota doída. Vamos nos blindar para que a gente consiga trabalhar com a cabeça tranquila, pois estamos em uma semifinal de Sul-Americana, e o primeiro jogo é fora de casa. A equipe tem que estar forte e junta para que a gente consiga fazer um grande jogo lá", analisou o veterano.
Embora evite comparar a temporada atual com o ano passado, em que o Atlético fechou o 1° turno com seis pontos a mais — mas, em compensação, foi eliminado precocemente nos mata-matas que disputou —, Santana reconhece que a equipe está em dívida com a torcida.
"Poderíamos estar um pouco mais à frente. Estamos devendo. Precisamos voltar a somar pontos para brigar lá em cima, sem esquecer que a gente está em uma grande decisão, para fazer com que o nome do clube seja levado adiante em uma competição sul-americana", admitiu.
Novo tropeço no Horto é lição
O revés para o Inter — o segundo seguido no Independência — precisa servir de lição para a "decisão" de quinta-feira. Essa é a avaliação do treinador do Galo. No meio da tabela, o Colón bateu o San Lorenzo em casa, por 2 a 1, pelo Campeonato Nacional.
De acordo com Santana, a vitória sobre o líder do Argentino é uma demonstração de força dos rubro-negros dentro de sua casa, o Estádio Brigadier General Estanislao López, popularmente conhecido como 'Cemitério dos Elefantes'. Por isso, repetir os erros cometidos contra o Colorado pode ser fatal.
"É uma equipe competitiva, que briga muito pela bola. A gente não pode entrar com uma rotação muito baixa lá. O adversário, próximo de seu torcedor, é ainda mais forte. A gente precisa fazer um jogo seguro lá. Não podemos, de forma nenhuma, entrar como entramos aqui, mas temos jogadores bastante experientes, que gostam desse tipo de jogo".
Mudanças à vista
Ainda no Horto, Santana confirmou que deve promover mudanças no time titular do Atlético para o desafio no país vizinho. Quem pode ganhar uma chance é o "filho da terra" Franco Di Santo.
"Há grandes possibilidades de o Franco estar jogando na quinta-feira. O Franco tinha feito poucos minutos no Rio de Janeiro, e foi feliz. Entrou bem hoje (domingo, contra o Internacional) mais uma vez, jogou um tempo todo, de 45 minutos. A gente viu que o nível dele já está apto a fazer 90 minutos", revelou.
A possível chance ao camisa 26 vai de encontro à fase ruim vivida por Ricardo Oliveira. O experiente atacante teve nova atuação discreta e não balança as redes, justamente, desde o último triunfo do Galo pela Série A.
Di Santo anotou o tento da derrota por 2 a 1 para o Botafogo, no Rio de Janeiro. O gol do centroavante interrompeu uma 'seca' pessoal que já durava um ano e meio.
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