Conversa com Pratto, experiência na Europa e apelido curioso: Di Santo é apresentado no Atlético

O Atlético apresentou oficialmente na manhã desta terça feira o atacante Franco Di Santo. O argentino chega para ser o quarto centroavante do elenco alvinegro, que já conta com Ricardo Oliveira, Alerrandro e Papagaio.

Di Santo tem vínculo com o Atlético até o final de 2020 e já estava treinando na Cidade do Galo desde o último sábado.

“Venho a uma equipe muito competitiva, que está brigando em cima e está fazendo as coisas bem. Vou tratar de dar o melhor em cada partida”, foram as primeiras palavras do argentino depois de oficialmente apresentado como jogador alvinegro.

O atacante fez apenas 11 jogos nesta temporada e ainda não adquiriu o condicionamento físico ideal para estrear com a camisa do Galo. Ele não quis dar uma previsão de quando será sua estreia, mas revela que está treinando em até três períodos por dia para ficar à disposição do técnico Rodrigo Santana o mais rápido possível.

Franco Di Santo chega em um momento de jejum de gols dos centroavantes do Atlético. Ricardo Oliveira não marca há 15 jogos e Alerrandro não balança as redes há quatro partidas. O novo reforço afirmou ter características diferentes de seus companheiros de ataque e que quer contribuir para melhorar o desempenho da equipe.

“Tenho características diferentes dos jogadores que estão trabalhando aqui. E por isso venho para complementar o trabalho que está sendo feito. Não venho para suprir ninguém, nem para ser mais que ninguém. Venho para ser mais um que irá tratar de fazer as coisas o melhor possível para os que estão aqui melhorem e com eles eu também possa melhorar. É importante a equipe melhorar e fazer as coisas bem.”

Franco? Di Santo? Ou... ‘Cabeção’?

O argentino mostrou ser bom de resenha e já arrancou risos dos repórteres presentes na sala de imprensa da Cidade do Galo. Perguntado sobre como preferia ser chamado - se pelo primeiro nome ou pelo sobrenome - o atacante acabou revelando alguns apelidos curiosos que ganhou em outros times por onde passou.

“Dependendo da equipe, me puseram diferentes apelidos. Cabeção, Senhor Lápis... Senhor Lápis em um momento, porque era muito fraquinho”.

Por fim, revelou preferência por ser tratado pelo primeiro nome. “Franco. Franco estamos bem”.

Boas recomendações

Di Santo passou boa parte da carreira na Europa e revelou que teve propostas para permanecer no Velho Continente e outras para seguir para a América Latina. Um fator determinante para que ele escolhesse o Atlético foi a recomendação do compatriota e ex-atacante alvinegro Lucas Pratto.

“Um fator importante para vir a este clube muito grande do Brasil foi a conversa que tive com Lucas. Temos uma amizade há muito tempo. Ele me explicou o que era este clube, que era um clube muito grande do Brasil, com uma torcida muito importante, que sempre segue a equipe. Isso para um jogador ajuda a tomar decisões”, disse Franco.

Segundo Di Santo, o projeto apresentado pelo diretor de futebol Rui Costa também pesou na decisão e, mesmo diante do assédio de outros clubes, não foi difícil escolher o Atlético.

“Lucas fez as coisas tão bem aqui e me deu a entender que teria que vir. E depois da conversa que tive com Rui sobre o projeto, sobre as ambições do clube, não tive que pensar muito. Tive propostas do México, Brasil, Argentina e até da Europa. Mas não tive que pensar muito e vim direto para cá”, afirmou.

Caiu no Horto

Antes mesmo do anúncio oficial da contratação de Franco Di Santo, o jogador teve a oportunidade de conhecer o Independência e a torcida do Galo. Ele esteve no Horto e assistiu à vitória por 2 a 0 sobre o Botafogo, resultado que classificou o Atlético para as quartas de final da Copa Sul-Americana.

Elogios do professor

Ainda sem o contato oficial com Di Santo, o técnico Rodrigo Santana mostrou conhecer as habilidades de seu novo jogador. Ele fez uma rápida avaliação do centroavante após a partida em que o argentino esteve no Independência.
 
“Tem características muito importantes, um jogador que está há muito tempo na Europa. É grande, tem improviso, sabe proteger bem a bola, jogo aéreo. Não é só porque é grande, tem habilidade também”, disse o treinador atleticano.

Trajetória

Franco Di Santo tem 30 anos, 1,93m de altura e passou grande parte da sua carreira na Europa. O jogador começou na base do Godoy Cruz e tem passagem pela Seleção Argentina. Ainda jovem, foi contratado pelo Audax Italiano, do Chile e estreou na equipe principal em 2006, aos 17 anos.

Em dezembro de 2007, o Chelsea anunciou a contratação do argentino por cerca de 7 milhões de dólares. Di Santo começou na equipe B do time inglês. Em agosto de 2008, ganhou a primeira oportunidade entre os titulares. Apesar da grande expectativa, ele não conseguiu provar seu valor no clube londrino. Sem muito espaço, disputou 16 jogos oficiais e não marcou gol.

Di Santo foi emprestado ao Blackburn Rovers em agosto de 2009. Em 24 jogos, marcou um gol em jogo contra o Burnley. Observado na Inglaterra, o atacante acabou comprado pelo Wigan, em agosto de 2010. Participou de forma surpreendente da campanha do clube no título da FA Cup em 2013, batendo o poderoso Manchester City na decisão. A despeito dessa conquista, o clube caiu para a Segunda Divisão do Campeonato Inglês.

Depois da temporada 2012/2013, Di Santo virou agente livre no mercado e acertou com o Werder Bremen. O período 2014/15 foi o melhor do argentino na Europa. Em 28 jogos, marcou 14 gols. Ele chegou a entrar na pré-lista para a Copa do Mundo de 2014, mas acabou não participando do torneio no Brasil.

Na temporada 2015/16, acertou com o Schalke 04. Em um dos clubes mais populares da Alemanha, viveu altos e baixos. Deixou o Schalke em janeiro de 2019 para acertar com o Rayo Vallecano. Fez apenas seis jogos no clube espanhol.