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ATLÉTICO

Arma usada pelo Atlético em jogos anteriores, gols originados de jogadas de escanteios estão raros

Lance tem sido trabalhado por Rodrigo Santana para que a efetividade volte

Roger Dias
Alvinegro treina para aproveitar a boa estatura de Igor Rabello (1,91m) e Réver (1,92m) - Foto: Bruno Cantini / Atletico
Uma jogada que já foi mortal tem sido pouco efetiva para o Atlético nesta temporada: as cobranças de escanteios. Mesmo que conte com jogadores especialistas em bater na bola com efeito e zagueiros altos para a conclusão, os gols nesse tipo de jogada rarearam: foram apenas seis de 68. A carência, inclusive, tem sido trabalhada pelo técnico Rodrigo Santana nos últimos treinos.

Na vitória sobre o Cruzeiro por 2 a 0, quarta-feira, pela Copa do Brasil, por exemplo, o Atlético teve a seu favor 12 escanteios, porém, não concluiu bem as oportunidades. As falhas foram atribuídas às cobranças dos estrangeiros Cazares e Otero, que quase sempre chegaram às mãos do camisa 1 do rival, Fábio, ou foram aliviadas pela zaga celeste. Desta forma, os defensores atleticanos, que estão entre os mais altos do país – Réver tem 1,92m e Igor Rabello, 1,91m – não tiveram a possibilidade de finalizar.

Rodrigo Santana vê necessidade de o problema ser resolvido o mais rápido possível para que o Galo tenha uma jogada forte para chegar aos gols: “Temos dois bons batedores. Treinamos bastante as jogadas ensaiadas de escanteios, mas eles preferem colocar direto no gol adversário. Temos o Leo e o Réver, que são os nossos melhores cabeceadores. Precisamos explorar mais isso.
É uma cobrança que fazemos há muito. Precisamos ser mais decisivos”.

Nesta temporada, o Galo marcou diretamente de escanteio apenas duas vezes no Brasileiro, sob o comando de Santana: Jair fez de cabeça na vitória sobre o Ceará por 2 a 1, em 4 de maio, depois de cobrança de Cazares; e Alerrandro marcou no empate por 1 a 1 contra o São Paulo, no Independência. Os demais saíram no Campeonato Mineiro, com Levir Culpi no banco – Ricardo Oliveira, Leonardo Silva, Alerrandro e Réver balançaram as redes.

Além de Réver e Igor Rabello, o Galo conta com zagueiros reservas altos, como o próprio Leonardo Silva (1,92m) e Maidana (1,96m), além do atacante Ricardo Oliveira (1,86m). A falta de boas finalizações nessas jogadas, muitas vezes, acaba por irritar os torcedores no Independência. Esse tipo de lance foi muito explorado pelo Galo de 2012 a 2014, tempos em que Ronaldinho Gaúcho cobrava os escanteios na medida para que Réver e Leonardo Silva mandassem para o fundo das redes.

BRASILEIRO


Uma chance de a equipe se sair bem novamente nos escanteios será na partida contra o Fortaleza, neste domingo, às 16h, no Independência, pela 11ª rodada do Brasileiro. Depois de vencer a Chapecoense por 2 a 1, na rodada passada, o Galo tenta se manter no grupo dos primeiros colocados, que garantem vaga na Libertadores de 2020.

Mesmo que ainda tenha a Copa Sul-Americana, Rodrigo Santana afirma que é possível pensar em papel de destaque no Nacional: “Não podemos desperdiçar pontos em casa. Os clubes que estão acima precisam focar simultaneamente a Libertadores e o Brasileiro. E nós temos de focar a zona dos primeiros. Temos de entrar firmes e fortes. Acredito que, com as semanas cheias, depois da saída da Copa do Brasil, podemos ter atenção melhor no Brasileiro.”

O treinador sabe que, diante do Fortaleza, a equipe terá de imprimir a intensidade mostrada contra o Cruzeiro: “Não pode ser diferente. Temos que nos manter na zona de classificação, fazer grande jogo, cobrar, correr o que corremos diante do Cruzeiro. A intenção é estar motivado em todas as partidas. Este é o Atlético, que corre, briga, acredita até o fim”.
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