Poucos dias após anunciar a aposentadoria do futebol por causa de uma cardiomiopatia hipertrófica - problema cardíaco que poderia gerar arritmia e, eventualmente, morte súbita durante a prática de exercícios de alto rendimento -, o ex-volante Adilson já iniciou os trabalhos na nova função no Atlético. Já com uniforme da comissão técnica, o ex-jogador agora será auxiliar do técnico Rodrigo Santana.
Adilson vai trabalhar ao lado de Lucas Gonçalves e Éder Aleixo, que também são auxiliares de Rodrigo Santana.
No primeiro dia na nova função, muito papo. Enquanto os jogadores iniciaram os trabalhos com bola em um lado do campo, o ex-volante ficou numa longa conversa com Éder Aleixo. Pouco depois, o técnico Rodrigo Santana chegou para a conversa.
Ainda tímido na nova função, Adilson pouco falou e muito observou os mais experientes. Ele começa a absorver instruções que serão importantes para exercer com êxito o novo trabalho no Atlético. Depois, o ex-volante foi ‘apresentado aos jogadores’ pelo técnico Rodrigo Santana.
Nesse domingo, Adilson também esteve na Cidade do Galo. Com uniforme usado por jogadores para treinos, ele ficou ao lado da comissão técnica na atividade dos titulares, que não foram relacionados para a vitória contra a Chapecoense, por 2 a 1, pelo Campeonato Brasileiro.
Chance do jogo 100
Adilson encerrou a carreira com 99 jogos com a camisa do Atlético. Em forma de homenagem, os torcedores foram às redes sociais e pediram ao clube para colocar o ex-jogador em campo no minuto final de uma partida para que ele complete o 100º jogo com a camisa alvinegra.
A ideia chegou até Rui Costa, diretor de futebol do Atlético, que comentou a possibilidade. “Penso que tudo o que nós pudermos fazer para tornar muito sólida essa relação do Adilson com o Atlético, do Adilson com a nossa torcida, nós temos que fazer. Se esse é um desejo da torcida, se esse for um desejo dele e se isso de alguma forma contribuir para que esse rito de transição dele se complete, eu penso que essa é uma ideia extraordinária”, disse o dirigente, em entrevista nesse domingo, em Chapecó.
A ideia de Adilson entrar no minuto final de algum jogo partiu de um perfil que se intitula “Chico Bento”, em alusão à personagem de quadrinhos da Turma da Mônica, criada por Maurício de Sousa. “Faça uma homenagem justa, nem que ele entre em campo só um minuto para dar 100 jogos pelo Galo”, lê-se na mensagem, postada como resposta a uma publicação do Atlético no Twitter.
Apesar de ter se mostrado receptivo à ideia, Rui Costa afirmou que, antes de executá-la, é preciso consultar possibilidades legais e o desejo do próprio Adilson. “Tem que ver se isso é viável, se isso é possível do ponto de vista do regulamento da competição, se ele vai se sentir disposto a isso. Mas, de nossa parte, o que deixar o Adilson feliz e o que conectar ele, como eu disse, com o carinho que a torcida tem por ele, é minha obrigação fazer”.
Adilson tem contrato com o Atlético até o fim de 2020. Ele chegou ao clube em março de 2017, depois de passagem pelo Terek Grozny, da Rússia. O camisa 21 marcou dois gols com a camisa alvinegra. Como atleticano, o agora ex-volante conquistou o Campeonato Mineiro de 2017.
Natural de Bom Princípio, no Rio Grande do Sul, Adilson começou a carreira no Grêmio, onde fez sua estreia como profissional em 2007. No Tricolor, conquistou os Campeonatos Gaúchos de 2007 e 2010, disputando 165 partidas.
Em 2011, Adilson foi negociado com o Terek Grozny. No clube russo, que defendeu até 2017, o volante atuou 101 vezes.