O volante Adilson anunciou, nesta sexta-feira, sua precoce aposentadoria do futebol. Aos 32 anos, o meio-campista do Atlético se viu obrigado a pendurar as chuteiras por conta de problemas cardíacos. Foi identificado no jogador a cardiomiopatia hipertrófica - problema que poderia gerar arritmia cardíaca e, eventualmente, morte súbita. Apesar do fim da carreira, ele continuará como funcionário do clube e terá o contrato respeitado pela diretoria.
Mas Adilson quer mais do que isso. Ele deseja conquistar um título grande na carreira. E conta com os jogadores do elenco do Atlético para que o sonho de uma conquista importante seja concretizado.
“Vou estar aqui junto dessa rapaziada que eu tenho como irmãos. Acredito muito neles. Eles ainda são a última chance que eu tenho de ganhar um troféu grande. Ainda tenho essa chance, ainda acredito muito neles. E vou estar aqui nesse processo. Ganhando ou perdendo, vou estar junto deles”, disse o volante, que emocionou os companheiros. Os atletas estavam na sala de imprensa no momento em que Adilson falava.
Adilson vai permanecer no Atlético – o contrato dele vai até o fim de 2020. O cargo ainda não foi definido.
Diretor de futebol do Atlético, Rui Costa afirmou que o Atlético não se importa com a questão financeira neste momento de dor para o volante. O dirigente disse ainda que o clube não vai abrir mão da presença de Adilson na Cidade do Galo. Ele acredita que o jogador ficará feliz por permanecer ao lado dos companheiros.
“O que eu posso dizer ao torcedor é que a questão contratual do Adilson é secundária. Nunca nos preocupamos com o quanto ele vai receber ou deixar de receber. A determinação do presidente Sérgio Sette Câmara – e ele nem precisava me dizer isso – é de que o nosso cuidado fosse com o ser humano Adilson. Disse a ele, pessoalmente, quando estive com o Marques na casa dele. O que não nos preocupa é o quanto vai entrar na conta dele, se vai entrar isso ou aquilo. Ele vai estar conosco por opção dele e por pedido nosso. Vai experimentar na nova fase situações que possam deixá-lo conosco e que possam fazê-lo perceber se ele ficará na comissão técnica, se fará um curso de gestão, se vai querer trabalhar comigo ou ficar no meu lugar. O que não abrimos mão é do Adilson no dia a dia. Não vamos falar de contrato. Ele terá seus direitos garantidos. Não nos interessa discutir salários, centavos ou seguros. O que queremos é ele feliz com a gente. E a felicidade passa por estar com os companheiros e vestir a camisa aqui com os companheiros, o que ele fez questão de vestir. Todo mundo perguntou para ele: 'Por que você vai com essa camisa'. Ele respondeu: 'Essa camisa que eu visto sempre'. Para mim, não interessa contrato ou prazo”, concluiu.
Contrato
Adilson tem contrato com o Atlético até o fim de 2020. Ele chegou ao clube em março de 2017, depois de passagem pelo Terek Grozny, da Rússia. O camisa 21 alvinegro atuou 99 vezes pelo Galo e marcou dois gols. Como atleticano, o volante conquistou o Campeonato Mineiro de 2017.
Natural de Bom Princípio, no Rio Grande do Sul, Adilson começou a carreira no Grêmio, onde fez sua estreia como profissional em 2007. No Tricolor, conquistou os Campeonatos Gaúchos de 2007 e 2010, disputando 165 partidas.
Em 2011, Adilson foi negociado com o Terek Grozny. No clube russo, onde permaneceu até 2017, o volante atuou 101 vezes.