O 'São Victor' reapareceu no Horto. Com três pênaltis defendidos, feito inédito na carreira, o goleiro reviveu noite de herói e foi figura decisiva para o triunfo do Atlético sobre o Unión La Calera e a consequente classificação às oitavas de final da Copa Sul-Americana. No tempo normal, com gol de Alerrando na etapa final, o Galo venceu por 1 a 0 e repetiu o placar favorável aos chilenos no duelo no Chile. Nos tiros livres, brilhou a estrela do camisa 1 alvinegro, que pegou as cobranças de Bou, Leyton e Larrondo. Fábio Santos, Luan e Leonardo Silva converteram e garantiram a vaga e a festa da torcida no Independência.
Aos gritos de 'Victor, Victor', o goleiro reviveu a noite heroica no empate diante do Tijuana, pelas quartas de final da Libertadores de 2013, com direito a muito drama no Independência. Naquela ocasião, ele pegou a cobrança de Riascos, aos 48min da etapa final, garantiu o 1 a 1 e a classificação do Galo às semifinais. O time alvinegro viria a conquistar o título inédito e o camisa 1 ganhou o apelido de 'São Victor', em data festejada e relembrada pela torcida todos os anos, impreterivelmente em 30 de maio - quis o destino que o ídolo brilhasse às vésperas de mais uma celebração.
Depois de ser mais uma vez herói em mata-mata de outro torneio continental, Victor comemorou com entusiasmo ainda no gramado. Afinal, além de se transformar no personagem da noite, o goleiro pela primeira vez na carreira defendeu três pênaltis em uma disputa. Experiente, o 'santo' ídolo foi mais contido no microfone, na entrevista oficial depois do jogo, e dividiu os méritos com os companheiros.
"Fico feliz em ter ajudado na classificação, mas é importante compartilhar com todo mundo. Pegamos uma equpe muito bem treinada e organizada, que dificultou demais o nosso trabalho. Tivemos a competência e a frieza de batermos bem e saímos classificados", destacou o camisa 1 do Galo, que revelou se preparar para uma 'guerra psicológica' com os batedores de pênalti da equipe adversária.
"A gente se concentra para fazer uma disputa emocional com o batedor. Pênalti é sempre uma disputa emocional. Além de competência, é um grande jogo de desequilibrar o batedor e tive a felicidade de acertar os três cantos", que na segunda cobrança, de Leyton, repetiu a defesa que marcou a trajetória no clube, diante de Riascos: com a perna esquerda, relembrando a noite histórica contra o Tijuana.
"A bola explodiu na minha perna, na segunda cobrança, só que foi no joelho e subiu. Fiquei feliz demais pela nossa classificação e por escrever mais uma página em mais uma noite memorável na história do Atlético", declarou o goleiro, que encarou as críticas e cobranças com naturalidade, em um momento de eliminação na primeira fase da Copa Libertadores e perda do título estadual para o Cruzeiro.
"O futebol é um esporte passional, o torcedor quer a vitória em todos os jogos. Estivemos em um momento em que o coletivo não esteve bem e as críticas se expandiram para o meu lado. Eu não sou blindado de cobranças, que são bem vindas desde que fundamentadas e justas. E as críticas fazem você trabalhar mais, não me omito e nem fujo de minha responsabilidade. Sei o que posso render e fazer, me preparo para isso. O futebol é gostoso por causa disso, é uma linha muito tênue entre céu e inferno. É preciso absorver o momento ruim e o bom, mantendo a regularidade. É o que procuro fazer para ter efetividade", ressaltou.
Estrela
O técnico interino Rodrigo Santana elogiou muito o desempenho de Victor e disse que era a noite para ele brilhar. "Foi uma noite histórica, em que a estrela do Victor tinha que brilhar. A gente tinha que ir para os pênaltis para que ele mostrasse o quanto é importante, o que representa para o futebol e o próprio Atlético", festejou o comandante.
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