Ter conquistado a liderança isolada do Campeonato Brasileiro na rodada anterior não é o único motivo de comemoração do Atlético nos últimos dias. Vindo de quatro vitórias consecutivas, sendo a última na despedida da Libertadores, a equipe festeja o fato de ser a mais disciplinada da competição nacional, com apenas um cartão amarelo recebido em três partidas. E esse aspecto não é por acaso. Desde que Rodrigo Santana assumiu o comando de forma interina, o time alvinegro adotou sistema de marcação diferente, com linhas mais organizadas e mais compactação entre os setores.
Santana passou a dirigir o time alvinegro na primeira partida da decisão do Campeonato Mineiro, diante do Cruzeiro, e, desde então, a equipe vem se mostrando mais equilibrada. Ele mudou o esquema tático de 4-2-3-1 para o 4-1-4-1 (o mesmo que Tite usa na Seleção Brasileira), ajustando os setores no campo. Sob seu comando, o Galo recebeu 14 cartões amarelos e um vermelho em sete partidas – desses 14, oito foram nos dois jogos da final do Mineiro, contra o Cruzeiro, que, naturalmente, é um jogo mais nervoso. Com o antecessor, Levir Culpi, a equipe se mostrava mais indisciplinada: foram 47 amarelos e três vermelhos em 22 partidas.
O atacante Ricardo Oliveira afirmou que o Galo tende a crescer no sistema de marcação a cada partida, o que permite menos advertências:“Tem os méritos do nosso treinador, que apresenta a ideia de jogo que tem para o time e nós seguimos as orientações. O baixo número de cartões se deve também ao fato de você encontrar um time que está junto e não está muito exposto em um contra-ataque. Às vezes, um jogador precisa matar uma jogada e leva o cartão amarelo. Mas um time quando está compacto, você tira os espaços sem ser sacrificado por isso e acaba por melhorar o sistema de marcação. É importante ressaltar que todos têm de participar da marcação, na fase defensiva e ofensiva, e isso leva aos resultados positivos”.
Neste ano, nenhum dos zagueiros titulares (Réver e Igor Rabello), ou mesmo o veterano Leonardo Silva, foi expulso. O único a receber dois vermelhos na temporada foi o volante Adílson, ambos no Estadual. O zagueiro Maidana (contra o Cruzeiro, na fase inicial do Estadual) e o volante Zé Welison (contra o Defensor, pela Libertadores) também saíram de campo mais cedo.
Para Ricardo Oliveira, os esforços de todo o conjunto permite que surjam destaques individuais na equipe: “Coletivamente, tudo está dando resultado. Acima de qualquer nome, o conjunto é forte. O que faz com que cada um se destaque são os resultados positivos. Quando o coletivo é forte, as individualidades aparecem. E isso nos deixa felizes e tranquilos, porque os resultados estão aparecendo”.
OS CARTÕES
Por torneio
Competição Jogos Amarelos Vermelhos
Mineiro 16 48 3
Libertadores 10 26 1
Brasileiro 3 1 0
Por treinador
Com Levir Culpi
22 jogos
49 amarelos
3 vermelhos
Rodrigo Santana
7 jogos
14 amarelos
1 vermelho
Os mais indisciplinados
Jair (7 amarelos)
Leonardo Silva (5 amarelos)
Adílson (4 amarelos e dois vermelhos)
Os mais disciplinados
Cazares (nenhum cartão)
Guga e Nathan (1 amarelo)
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