Em jogo marcado por protestos, Atlético faz o dever de casa e vence Avaí na estreia do Brasileiro

O Atlético teve neste sábado a oportunidade perfeita de remar para fora da maré de dificuldades em que se encontra. A estreia em casa contra o Avaí, recém subido da Série B, era tudo que o Galo precisava para acalmar os ânimos da torcida e reencontrar o caminho das vitórias, após uma sequência de quatro jogos sem triunfar.

E o Galo fez o dever de casa, batendo a equipe catarinense por 2 a 1 no Horto, com gols de Fábio Santos e Ricardo Oliveira. Brizuela marcou para o Leão da Ilha, num lance confuso, com interferência do árbitro de vídeo.

O jogo foi marcado por protestos da torcida do lado de fora do Independência. Organizadas do Atlético optaram por não ir para a arquibancada e permaneceram do lado de fora do estádio, com faixas pedindo a saída de jogadores como Elias e Cazares do elenco.

O próximo compromisso do Atlético é fora de casa. No dia 1º de maio, o Galo terá o trabalho de enfrentar o Vasco no Rio de Janeiro, às 21h30, no Estádio São Januário.

De camisa e calção brancos e meiões azuis, o Avaí deu o pontapé inicial da partida contra o Atlético, que foi a campo com seu uniforme tradicional: camisa alvinegra, calção preto e meiões brancos.

Como costumeiramente faz em seus domínios, o Galo tomou a iniciativa do jogo, tocando bola no campo de ataque e pressionando a saída de bola do time do Avaí. Mas viu o time catarinense contra-atacar logo aos 4 minutos de jogo, após passe errado do lateral atleticano Guga.

As melhores oportunidades do primeiro tempo foram do Atlético. A equipe treinada por Rodrigo Santana mostrou velocidade na troca de passes e dominou o primeiro tempo. A trinca formada por Guga, Luan e Geuvânio conseguiu boas tabelas pelo lado direito do ataque atleticano. Com liberdade, Luan se movimentou bastante e, em várias oportunidades se apresentou pelo lado esquerdo, buscando a dupla Fábio Santos e Chará.

A versatilidade e o empenho de Luan fizeram com que, em uma noite de protestos, seu nome fosse gritado pela torcida por quatro vezes durante a partida.

Aos 6 minutos Ricardo Oliveira escorou para Elias na meia lua, mas o meio-campista chutou para fora. Aos 9’ Luan cobrou escanteio da direita e Ricardo Oliveira cabeceou para o gol. A bola balançou a rede, mas pelo lado errado. Logo em seguida, Fábio Santos cruzou rasteiro e Chará bateu prensado pela linha de fundo. O colombiano teve nova chance aos 15’ ao receber um passe por elevação de Elias, mas, marcado dentro da área, acabou chutando por cima do gol de Vladimir.

O Avaí deu o troco aos 16’. Após um lançamento longo de Matheus Barbosa, o goleiro Victor foi obrigado a sair da área e interceptar a bola de cabeça.

O Galo voltou a levar perigo com Chará. Em escanteio batido fechado por Luan aos 24 minutos, o goleiro Vladimir socou para fora da área. O atacante colombiano chutou forte de primeira e a bola passou à esquerda da meta avaiana, arrancando um grito de ‘uh’ da torcida alvinegra.

Os poucos torcedores presentes ao Independência se animaram aos 27 minutos após boa trama do ataque atleticano. Fabio Santos e Chará tabelaram e acionaram Ricardo Oliveira dentro da área. Em bonita troca de passes, o centroavante novamente serviu Elias que chutou na rede pelo lado de fora.

Aos 37 minutos, Ricardo Oliveira recebeu um passe rasteiro dentro da grande área. Apesar das boas condições, o atacante finalizou mal, sem perigo para o gol alviceleste.

Aos 44’ do primeiro tempo Geuvânio disputou a bola com Paulinho próximo da linha de fundo. A bola sobrou para Ricardo Oliveira e o mesmo Paulinho fez falta no centroavante do Atlético dentro da área. O árbitro Rodolpho Toski Marques marcou pênalti com convicção. Apesar dos gritos de ‘Luan’ vindos da arquibancada, Fábio Santos foi para a bola. O lateral manteve o bom aproveitamento em cobranças e abriu o placar batendo rasteiro no canto esquerdo de Vladimir, que caiu para o lado direito. 1 a 0 para o Atlético.

No primeiro lance do segundo tempo, Brizuela, que havia acabado de entrar, finalizou para as redes do Atlético. Num primeiro momento, o juiz invalidou o lance, uma vez que um dos auxiliares marcou impedimento do atacante paraguaio. O jogo ficou paralisado por cinco minutos para atendimento do goleiro Victor, que foi atingido pela sola do jogador adversário. Quando o arqueiro alvinegro se preparava para colocar a bola em jogo, o árbitro Rodolpho Toski Marques fez o sinal característico de consulta ao VAR e, consultando o equipamento, constatou que o atleta avaiano não estava em posição irregular: 1 a 1.

Na sequência, Geuvânio construiu nova jogada de ataque para o Atlético e rolou rasteiro para Ricardo Oliveira, que bem posicionado empurrou para as redes de pé direito. 2 a 1 para o Galo. Na comemoração, Geuvânio se dirigiu à torcida alvinegra em tom de desabafo, mas foi contido pelo experiente ‘Pastor’.

Passados 15 minutos da etapa complementar, a equipe catarinense cresceu no jogo, trocando passes no campo de ataque. A torcida do Atlético tentou conter o ímpeto do time visitante, vaiando o Avaí. O bom momento avaiano culminou com um escanteio. A bola foi alçada à área e o veterano zagueiro Betão tocou para o gol. Nova paralisação de jogo e o juiz, mesmo sem se dirigir ao monitor do VAR, anulou o que seria o gol de empate do Avaí, assinalando que houve toque de mão de Betão.

Aos 30’ da etapa final, Jones Carioca ensaiou uma bicicleta, mas não achou a bola, que acabou sobrando para Moritz finalizar com força por cima do gol de Victor.

Vinícius, que substituiu Elias no segundo tempo tentou aumentar o placar para o Atlético em cobrança de falta aos 38 minutos, porém a bola saiu à esquerda do gol. Ricardo Oliveira desperdiçou ótima oportunidade aos 43’. O atacante recebeu lançamento na cara do gol e chegou a driblar o goleiro. Atrapalhado pelo companheiro Vinícius, o Pastor acabou chutando no travessão.

ATLÉTICO: Victor; Guga, Leonardo Silva, Maidana e Fábio Santos; Adilson, Elias (Vinícius, 21’/2ºT), Luan e Geuvânio; Chará (Jair, 32’/2ºT) e Ricardo Oliveira (Zé Welison, 46’/2ºT).

Técnico: Rodrigo Santana

AVAÍ: Vladimir; Iuri, Marquinhos Silva, Betão e Paulinho; Mosquera (André Moritz, 27’/2º T), Pedro Castro, Matheus Barbosa e João Paulo, Gegê (Jones Carioca, 29’/2ºT) e Getúlio (Brizuela, no intervalo)

Técnico: Geninho

Gols: Fábio Santos (45’/1º T), Brizuela (5’/2ºT), Ricardo Oliveira (7’/2ºT)

Cartões amarelos: Avaí - Betão

Motivo: 1ª rodada do Campeonato Brasileiro

Data e horário: sábado, 27 de abril de 2019, às 19h

Local: Estádio Independência, em Belo Horizonte

Público: 10.531

Renda: R$52.427,00

Árbitro: Rodolpho Toski Marques (FIFA)

Assistentes: Bruno Boschilia (FIFA) e Victor Hugo dos Santos (PR)

VAR: Rodrigo Nunes de Sá (RJ)