Depois de receber a licença prévia do Conselho Municipal do Meio Ambiente (COMAM) para o projeto de construção da Arena MRV, o Atlético começou a cercar o terreno com tapumes nesta semana.
A reportagem do Superesportes foi ao local e registrou o início da limpeza do terreno (se não conseguir ver as fotos, clique aqui). De acordo com o Atlético, funcionários da Arena MRV estão cercando o terreno para melhor controle do espaço.
O começo efetivo da construção do estádio ainda depende da licença de instalações, que também passará por aprovação do COMAM, um colegiado, com ação normativa e deliberativa, responsável pela formulação das diretrizes da política municipal do meio ambiente de Belo Horizonte. O conselho do COMAM é composto por representantes do poder público e da sociedade civil.
Licença prévia
Em votação no dia 12 de abril, o COMAM aprovou, por unanimidade, a concessão da licença prévia ao projeto de construção da Arena MRV. Esse documento ainda não libera o início das obras, mas permite a limpeza do terreno e a instalação de tapumes.
Atraso
O começo das obras estava previsto, inicialmente, para meados de 2018. Porém, os entraves relativos às burocracias municipal e estadual fizeram com que a data fosse adiada duas vezes. A última previsão era de início em abril deste ano.
Em novembro do ano passado, o então governador de Minas, Fernando Pimentel, decretou que a Arena MRV passasse a ter o projeto considerado como de interesse social. O documento flexibilizou o trâmite para a obtenção das licenças estaduais.
Essa foi uma vitória de bastidores do Atlético, uma vez que o erguimento do estádio depende do desmatamento de área de Mata Atlântica e da canalização do leito do Córrego Tejuco, que atravessa o terreno. Tanto a Mata Atlântica quanto os córregos e as nascentes (há duas no lote alvinegro) são considerados Áreas de Proteção Permanente (APPs), com legislação mais rígida para exploração.
Por causa da mudança de status para “interesse social”, o clube alvinegro incluiu no projeto que vai construir, no terreno do estádio, o 'Instituto Galo'. O empreendimento contará com uma creche e outros estabelecimentos que contribuirão com a comunidade do Bairro Califórnia.
Segundo o Atlético, a capacidade do estádio será de 47 mil torcedores. Para aceitar o projeto, o Conselho Deliberativo aprovou a venda de 50,1% do Diamond Mall, shopping localizado na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, como forma de viabilizar a construção da arena. A obra foi orçada em R$ 410 milhões, sem contar o valor do terreno, fruto de doação.
A venda de parte do Diamond para a Multiplan, administradora de shoppings centers, renderá R$ 250 milhões ao clube, que investirá o valor na obra. Os outros R$ 160 milhões serão conseguidos por meio de naming rights (R$ 60 milhões da MRV Engenharia) e venda de cadeiras cativas (R$ 100 milhões, com 60% já garantidos pelo Banco BMG).
O terreno do estádio, no Bairro Califórnia, Região Noroeste de Belo Horizonte, foi orçado em R$ 50 milhões. Ele foi doado por Rubens Menin, dono da MRV e conselheiro do Atlético.