O Atlético acusou um déficit de R$21.850.588 na temporada 2018, a primeira de Sérgio Sette Câmara como presidente, segundo revela o balanço do clube.
O documento será discutido pelos conselheiros no dia 29 de abril, na sede de Lourdes. O encontro também servirá para que os conselheiros conheçam o parecer do conselho fiscal e o de uma auditoria independente contratada pela diretoria.
Nos últimos 25 anos, o Atlético só fechou as contas com saldo positivo uma vez. Foi em 2016, quando o balanço indicou superávit de R$ 2,1 milhões. Nas outras temporadas, os valores têm oscilado, mas sempre com déficit: R$ 53,1 milhões em 2014, R$ 11,9 milhões em 2015, R$ 25,1 milhões em 2017 e R$ 21,8 milhões em 2018.
A dívida geral do Atlético subiu de R$ 576 milhões, em 2017, para R$ 652 milhões, em 2018. O aumento foi R$ 76 milhões em um ano.
Este foi o primeiro balanço assinado pelo diretor financeiro, Wilson Braz. Ele substituiu Carlos Fabel. Braz trabalha no ramo financeiro desde 1978.
Perdas no caixa
O Atlético diminuiu a arrecadação do futebol profissional em mais de R$ 50 milhões: de R$ 291,2 milhões em 2017 para R$ 237,7 milhões em 2018.
A receita com bilheteria caiu pela metade: passou de R$ 16,8 milhões (2017) para R$ 8,1 milhões (2018).
O Galo também perdeu muito em relação às receitas de transmissão de TV: R$ 171.711.830 (2017) para R$ 99.884.499 (2018).
Outra perda veio com o 'Galo na Veia', programa de sócios do clube. As receitas passaram de R$ 16,3 milhões (2017) para R$ 13,6 milhões (2018).
O mesmo pode ser visto no que se refere ao setor de patrocínio e marketing: R$ 34,7 milhões em 2017 para R$ 26,6 milhões em 2018.
Ganhos
O Atlético foi bem no mercado. As vendas de jogadores fizeram os ganhos avançarem de R$ 43,2 milhões em 2017 para R$ 80,7 milhões.
Investimento no futebol
O custo do futebol profissional caiu mais de R$ 15 milhões. Sette Câmara disse em diversas oportunidades que reduziria o investimento para tentar fechar as contas. Pelo visto, a estratégia não deu resultado, já que o time continuou no vermelho. Os gastos com o futebol passaram de R$ 220,8 milhões (2017) para R$ 205,1 milhões no ano passado.