“Tivemos lances polêmicos. Eu tenho um pensamento. Claro, precisamos evoluir, pois a tecnologia veio para nos dar ferramentas para melhorar. Não podemos piorar o jogo. Agora, o que acontece é o seguinte: se você comparar, por exemplo, com vôlei. Aí o técnico pede um ou dois por tempo. Tô achando que muita gente está sendo envolvida no VAR, está muito perigoso. Outra coisa é a seguinte: vamos bater um escanteio, e se alguém faz pênalti? Certeza, alguém agarra, alguém empurra, alguém segura. Se você for observar, tem um pênalti. Como vai fazer? Vai dar todos os pênaltis em escanteios? Todo mundo se agarra, todo mundo puxa um ao outro, é uma postura mais ou menos parecida com a do basquete, com um empurrão, um tumulto. Agora, toda hora vai parar para isso? Acho que são muitas paradas, são muitas dúvidas. Não sei se o árbitro acertou ou errou, não vi pela televisão, parece que acertou. Mas é uma situação importante, porque ganhar injustamente não é legal também. Dou razão, acho que devemos usar a tecnologia. Mas ela deve ser ajustada, pois não estamos com domínio do VAR. Vamos deixar correr, vamos apanhar um pouquinho, mas acho que vai melhorar muito”, declarou o comandante alvinegro, em entrevista coletiva após o jogo.
Em análise da partida, Levir ressaltou as dificuldades devido ao gramado e elogiou a postura do time. “É um gramado alto, que foi molhado. O que acontece? A bola prende mais, atrasa o jogo e força mais a parte física. Mas acho que o time jogou para vencer, tivemos situações e por muito pouco não conseguimos a vitória. Levamos um grande resultado para Minas (Belo Horizonte). Agora é nossa torcida e nossa obrigação de vencer em casa”.
Levir também explicou a mudança depois da expulsão do volante Zé Welison, aos 16 minutos do segundo tempo. Ele sacou o centroavante Ricardo Oliveira e colocou Lucas Cândido para recompor o meio-campo. O treinador acredita que a alteração proporcionou à equipe a manutenção do domínio em campo.
“Deve levar em consideração isso. O time deles é bem montado, não chegou à semifinal à toa. Aí, com a expulsão, acabei tirando o Ricardo e colocando o Lucas. Ficamos com igualdade de jogadores (no meio), e os dois zagueiros deles ficaram sobrando. Por isso não perdemos o controle do jogo, mantivemos a posse de bola e até tivemos as melhores oportunidades. Foi um resultado legal que os jogadores conseguiram, vamos confirmar na volta. Acabei tirando nosso goleador, mas é aquilo que falei: nós igualamos todos os jogadores no meio e eles ficaram com os dois zagueiros. Tínhamos chegadas pelas laterais e com os meias, mas perdemos a referência. Mas enfim, dominamos a situação, a posse de bola, os números acho que foram favoráveis. Levamos vantagem em quase tudo no jogo””, destacou.
Levir fez questão de defender lateral-esquerdo Fábio Santos, constante alvo de críticas da torcida nesta temporada. O técnico também exaltou Maicon Bolt. “Eu não vi o jogo dessa maneira. Não vi (Fábio Santos) tomar sufoco nenhum pelo lado. O Fábio, diga-se de passagem, é um dos melhores laterais do Brasil. Ele tem qualidade e capacidade para defender a Seleção Brasileira, essa é minha opinião. Se vocês tiverem um lateral melhor que ele, me apresentem. Vou pedir ao presidente para contratar”, ironizou, antes de elogiar Bolt. “Ele dá muita profundidade, ataca bem pelos lados. É eficiente e será importante na nossa campanha”, concluiu.
Com o resultado deste sábado, o Atlético mantém a vantagem para o jogo de volta da semifinal do Estadual, no próximo domingo, às 16h, no Mineirão. Líder da fase classificatória, o Alvinegro pode empatar por qualquer resultado para avançar à final do Campeonato Mineiro. Antes, o Galo tem compromisso pela Copa Libertadores da América, contra o Zamora, nesta quarta-feira, às 19h15, também no Gigante da Pampulha, em busca de reação no Grupo E da competição continental.