Líder do Estadual, dono do melhor ataque e da melhor defesa e equipe que mais venceu na competição. Os números positivos no Campeonato Mineiro agora se tornam essenciais para que o Atlético supere emocionalmente o momento difícil na Copa Libertadores e possa alçar voos maiores. Se a campanha na competição é motivo de preocupação – sofreu duas derrotas nos dois primeiros jogos e corre risco de eliminação ainda na etapa de grupos –, o Galo pode confirmar a liderança da primeira fase do Estadual se vencer o clássico diante do América, amanhã, às 16h, no Mineirão.
Deixar a Libertadores de lado para se concentrar no Mineiro é o maior desafio do time de Levir Culpi. O compromisso estabelecido pelos jogadores e comissão técnica é recuperar o prestígio diante da torcida, de preferência com bom futebol no Mineiro. O jogo deve marcar o retorno dos titulares às partidas do Estadual depois de mais de um mês – os principais atletas jogaram pela última vez na goleada sobre a URT por 4 a 0, no Independência.
Em sua entrevista desse sábado, o técnico Levir Culpi disparou contra a pressão de impressa e torcida por mudanças radicais na equipe. Ele entende que é necessário formar uma base sólida até que ela tenha encaixe ideal: “Existe uma diferença grande entre o apelo da imprensa e da torcida e a realidade das coisas. Quantas vezes o time jogou maravilhosamente bem e perdeu? E quantas o time jogou mal e venceu? Tem coisas que não são questões de análise. Para a torcida, é só colocar aqueles que todos querem que o time melhora? Se ocorresse isso, a cada jogo eu colocaria uma formação diferente. As pessoas precisam acreditar no nosso trabalho. Há tempo para estabilizar e nós não temos um time estabilizado. Temos ótimos jogadores que não atuaram. É tudo questão imediata. É preciso dar continuidade. Quem escala o time pensando em perder? Isso tudo é neurótico. A vida não é só de abraços e beijos”.
Neste Estadual, o Galo atuou com time titular somente três vezes – além da URT, venceu o Boa (5 a 0) e empatou com o Cruzeiro por 1 a 1, todas em Belo Horizonte. O desempenho dos reservas agradaram ao técnico Levir Culpi e possibilitou que vários atletas ganhassem crédito com a torcida. Um deles é o lateral-direito Guga, de 20 anos, que disputa posição com Patric. O atual dono da posição tem sido criticado pelas atuações irregulares e pode ser preservado pelo treinador. Outro que subiu de produção foi o atacante Alerrandro, de 19 anos, que marcou cinco gols no Mineiro. Apesar disso, a tendência é que o jovem permaneça como opção para o segundo tempo.
Virar a chave
O capitão Réver explica que tem sido difícil absorver os resultados negativos na Libertadores, mas confia que o time se comportará bem contra o América: “É muito difícil virar a chave tão rapidamente, até porque tivemos resultados nada favoráveis. Mas temos de fazer isso o quanto antes. Temos uma semana decisiva no Mineiro, uma semana de clássico, buscando a confirmação da primeira colocação para que possamos jogar com o regulamento, que nos dá a chance de jogar em casa. Agora é canalizar nosso foco no Mineiro para que não possamos cair, colocando nosso planejamento por água abaixo”.
O zagueiro afirma que o time alvinegro precisa dar algo a mais para retomar a confiança do torcedor: “Acredito que o termômetro da torcida tem que ser os 11 dentro de campo. A postura no primeiro segundo de jogo, na saída da bola, tem que inflamar nosso torcedor. A partir do momento que o torcedor apoia, o Atlético se torna muito forte. Se não colocarmos essa intensidade para fora, sabemos que é um jogador a mais para o time adversário. Temos de ter isso em mente e fazer o melhor para o torcedor nos apoiar e não torcer contra”.