“Existe uma diferença muito grande entre o apelo da imprensa e da torcida com a realidade das coisas. Vocês da imprensa, os torcedores, vocês tem um acesso muito pequeno. O mundo de vocês é muito pequeno. Vocês não entendem o que funciona, como funciona a coisa lá dentro. Quem não jogou futebol tem uma dificuldade maior ainda. Quantas vezes vocês já passaram por jogos em que o time jogou maravilhosamente bem e perdeu? Quantas vezes nós jogamos muito mal e vencemos?”, disparou.
Na Libertadores, o Atlético é o lanterna do Grupo E após derrotas por 1 a 0 para Cerro Porteño-PAR, no Mineirão, e Nacional-URU, em Montevidéu, nas duas primeiras rodadas. Levir Culpi tem sido cobrado especialmente pela mudança na escalação do time: saiu o atacante Yimmi Chará e entrou um volante. Com isso, o meio-campista Elias foi deslocado para a ponta.
Questionado sobre a possibilidade de mudar a equipe novamente e retomar a escalação utilizada anteriormente, o treinador defendeu a manutenção de ‘oito ou nove’ jogadores no time titular. Tudo para buscar entrosamento.
“Se acontecesse isso (fazer o que torcida quer), a cada dia, a cada jogo, eu colocaria uma formação diferente da outra. As pessoas precisam acreditar mais no trabalho nosso, que já não é de agora. Tem um tempo para organizar, tem um tempo para estabilizar. Nós não temos nenhum time estabilizado. Nós temos jogadores que são ótimos e que nem jogaram ainda. Tudo é uma questão imediata. É claro! As coisas estão passando e se você perder você cai fora. Mas se você cai fora, você aprende e não cai na próxima. Agora, se a cada resultado ruim você quer mexer em tudo, não acontece nada. Uma ou duas posições normalmente… Você tem que manter uma base para essa base dar tranquilidade”, prosseguiu.
Levir Culpi comparou as críticas recebidas pelo momento ruim com um ‘tiroteio’. “Depois que você consegue passar desse tiroteio, que você mantém uma base, uns nove jogadores mais ou menos, aí todo mundo reconhece: ‘Ah, o time está organizado, o time está bem’. Mas você passou por um tiroteio. Isso não existe. Você tem que aguentar jogador jogando mal. Se o cara é bom jogador, daqui a pouco ele encaixa. Você tem que aguentar jogador que não joga bem também. As pessoas simplesmente não entendem, porque acham que é isto: ‘Ah, o cara é bom e ganha muito, e tem que pôr (no time). Jogou mal? Tem que tirar. Jogou bem? Tem que pôr’. Não é essa a lógica do futebol, não funciona assim. Não funciona assim, e vocês sabem disso. Então, é preciso dar continuidade para todos”, continuou.
Na mesma resposta, Levir ‘criticou os críticos’ e disparou contra ‘covardes das redes sociais’. “Quem é que entra no campo pensando em jogar mal? Quem é que escala o time do Atlético pensando em perder? São coisas assim meio neuróticas. A gente precisa administrar isso um pouco. Infelizmente, não tem como. Porque é neurótico. Viralizou. É coisa de redes sociais. Redes sociais é uma rede para covardes. Porque um covarde atrás de uma rede social é ótimo para ele. Ali ele escreve o que ele pensa e mete o pau em todo mundo. O cara é rei. Está escrevendo ali e está todo mundo ouvindo, lendo. Todo mundo não, não é? Os que participam. Vocês precisam pensar um pouquinho mais nisso também. Os críticos! Por exemplo, os críticos. Eu gostaria de fazer uma crítica aos críticos agora. No trabalho de vocês, em que lugar vocês estão no ranking brasileiro? O cara é um engenheiro. Você é o melhor engenheiro do Brasil? Você é o melhor médico do Brasil? Qual é a categoria de médico? As pessoas não se colocam no lugar, só querem julgar o jogador, o clube, o time, o técnico”, continuou.
Em seguida, Levir comentou a mudança de postura dele nas entrevistas. Conhecido por ser bem-humorado, o comandante alvinegro tem sido mais ‘seco’ e duro em respostas. “O jogador para jogar no Atlético tem que ser bom e tem que ter resultados. O técnico tem que ter resultados para permanecer, não é isso? Funciona dessa maneira. Só que a minha maneira de trabalhar é um pouco diferente e às vezes eu bato de frente com alguns, entende? Eu prefiro mil vezes (sic) levar a coisa feliz da vida, porque sou um cara que me sinto feliz. Não sou um cara rancoroso, me sinto feliz. Só que a vida não são só abraços e beijos. Eu tomo uns pontapés também, mas eu também dou. Me desculpem, mas eu também não aguento ouvir muita… Sabe? Eu tenho limites também. E também sou um ser humano, que erro muito. Erro muito, mas tenho convicção no que faço”, desabafou.
Ao fim da entrevista coletiva, Levir voltou a tocar no assunto. “Vou ver se te respondo com bom humor… Quando vou no velório, não faço piadas”, finalizou.
Leia, na íntegra, o desabafo de Levir Culpi:
“Existe uma diferença muito grande entre o apelo da imprensa e da torcida com a realidade das coisas. Vocês da imprensa, os torcedores, vocês tem um acesso muito pequeno. O mundo de vocês é muito pequeno. Vocês não entendem o que funciona, como funciona a coisa lá dentro. Quem não jogou futebol tem uma dificuldade maior ainda. Quantas vezes vocês já passaram por jogos em que o time jogou maravilhosamente bem e perdeu? Quantas vezes nós jogamos muito mal e vencemos? Não é questão de análise. Seria interessante… É só colocar o que todo mundo quer. Se acontecesse isso (fazer o que torcida quer), a cada dia, a cada jogo, eu colocaria uma formação diferente da outra.
As pessoas precisam acreditar mais no trabalho nosso, que já não é de agora. Tem um tempo para organizar, tem um tempo para estabilizar. Nós não temos nenhum time estabilizado. Nós temos jogadores que são ótimos e que nem jogaram ainda. Tudo é uma questão imediata. É claro! As coisas estão passando e se você perder você cai fora. Mas se você cai fora, você aprende e não cai na próxima. Agora, se a cada resultado ruim você quer mexer em tudo, não acontece nada. Uma ou duas posições normalmente… Você tem que manter uma base para essa base dar tranquilidade. Depois que você consegue passar desse tiroteio, que você mantém uma base, uns nove jogadores mais ou menos, aí todo mundo reconhece: ‘Ah, o time está organizado, o time está bem’. Mas você passou por um tiroteio. Isso não existe.
Você tem que aguentar jogador jogando mal. Se o cara é bom jogador, daqui a pouco ele encaixa. Você tem que aguentar jogador que não joga bem também. As pessoas simplesmente não entendem, porque acham que é isto: ‘Ah, o cara é bom e ganha muito, e tem que pôr (no time). Jogou mal? Tem que tirar. Jogou bem? Tem que pôr’. Não é essa a lógica do futebol, não funciona assim. Não funciona assim, e vocês sabem disso. Então, é preciso dar continuidade para todos.
O time que entra em campo é o que está representando o clube. Quem é que entra no campo pensando em jogar mal? Quem é que escala o time do Atlético pensando em perder? São coisas assim meio neuróticas. A gente precisa administrar isso um pouco. Infelizmente, não tem como. Porque é neurótico. Viralizou. É coisa de redes sociais. Redes sociais é uma rede para covardes. Porque um covarde atrás de uma rede social é ótimo para ele. Ali ele escreve o que ele pensa e mete o pau em todo mundo. O cara é rei. Está escrevendo ali e está todo mundo ouvindo, lendo. Todo mundo não, não é? Os que participam.
Vocês precisam pensar um pouquinho mais nisso também. Os críticos! Por exemplo, os críticos. Eu gostaria de fazer uma crítica aos críticos agora. No trabalho de vocês, em que lugar vocês estão no ranking brasileiro? O cara é um engenheiro. Você é o melhor engenheiro do Brasil? Você é o melhor médico do Brasil? Qual é a categoria de médico? As pessoas não se colocam no lugar, só querem julgar o jogador, o clube, o time, o técnico. É claro que isso é um esporte e funciona dessa maneira. O jogador para jogar no Atlético tem que ser bom e tem que ter resultados. O técnico tem que ter resultados para permanecer, não é isso? Funciona dessa maneira. Só que a minha maneira de trabalhar é um pouco diferente e às vezes eu bato de frente com alguns, entende? Eu prefiro mil vezes (sic) levar a coisa feliz da vida, porque sou um cara que me sinto feliz. Não sou um cara rancoroso, me sinto feliz. Só que a vida não são só abraços e beijos. Eu tomo uns pontapés também, mas eu também dou. Me desculpem, mas eu também não aguento ouvir muita… Sabe? Eu tenho limites também. E também sou um ser humano, que erro muito. Erro muito, mas tenho convicção no que faço.”
As pessoas precisam acreditar mais no trabalho nosso, que já não é de agora. Tem um tempo para organizar, tem um tempo para estabilizar. Nós não temos nenhum time estabilizado. Nós temos jogadores que são ótimos e que nem jogaram ainda. Tudo é uma questão imediata. É claro! As coisas estão passando e se você perder você cai fora. Mas se você cai fora, você aprende e não cai na próxima. Agora, se a cada resultado ruim você quer mexer em tudo, não acontece nada. Uma ou duas posições normalmente… Você tem que manter uma base para essa base dar tranquilidade. Depois que você consegue passar desse tiroteio, que você mantém uma base, uns nove jogadores mais ou menos, aí todo mundo reconhece: ‘Ah, o time está organizado, o time está bem’. Mas você passou por um tiroteio. Isso não existe.
Você tem que aguentar jogador jogando mal. Se o cara é bom jogador, daqui a pouco ele encaixa. Você tem que aguentar jogador que não joga bem também. As pessoas simplesmente não entendem, porque acham que é isto: ‘Ah, o cara é bom e ganha muito, e tem que pôr (no time). Jogou mal? Tem que tirar. Jogou bem? Tem que pôr’. Não é essa a lógica do futebol, não funciona assim. Não funciona assim, e vocês sabem disso. Então, é preciso dar continuidade para todos.
O time que entra em campo é o que está representando o clube. Quem é que entra no campo pensando em jogar mal? Quem é que escala o time do Atlético pensando em perder? São coisas assim meio neuróticas. A gente precisa administrar isso um pouco. Infelizmente, não tem como. Porque é neurótico. Viralizou. É coisa de redes sociais. Redes sociais é uma rede para covardes. Porque um covarde atrás de uma rede social é ótimo para ele. Ali ele escreve o que ele pensa e mete o pau em todo mundo. O cara é rei. Está escrevendo ali e está todo mundo ouvindo, lendo. Todo mundo não, não é? Os que participam.
Vocês precisam pensar um pouquinho mais nisso também. Os críticos! Por exemplo, os críticos. Eu gostaria de fazer uma crítica aos críticos agora. No trabalho de vocês, em que lugar vocês estão no ranking brasileiro? O cara é um engenheiro. Você é o melhor engenheiro do Brasil? Você é o melhor médico do Brasil? Qual é a categoria de médico? As pessoas não se colocam no lugar, só querem julgar o jogador, o clube, o time, o técnico. É claro que isso é um esporte e funciona dessa maneira. O jogador para jogar no Atlético tem que ser bom e tem que ter resultados. O técnico tem que ter resultados para permanecer, não é isso? Funciona dessa maneira. Só que a minha maneira de trabalhar é um pouco diferente e às vezes eu bato de frente com alguns, entende? Eu prefiro mil vezes (sic) levar a coisa feliz da vida, porque sou um cara que me sinto feliz. Não sou um cara rancoroso, me sinto feliz. Só que a vida não são só abraços e beijos. Eu tomo uns pontapés também, mas eu também dou. Me desculpem, mas eu também não aguento ouvir muita… Sabe? Eu tenho limites também. E também sou um ser humano, que erro muito. Erro muito, mas tenho convicção no que faço.”