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Atlético e Mineirão: reencontro com festa, angústia e decepção na Libertadores

Time voltou a mandar um jogo no Gigante da Pampulha após mais de 500 dias

Redação
- Foto: Juarez Rodrigues/EM/D. A Press
Para quase 40 mil torcedores, foi como reencontrar um velho amigo de infância. Daqueles com quem você compartilhou seus melhores momentos e suas lágrimas mais dolorosas. Vocês cresceram juntos e, sem o outro, jamais seriam o que são. Quis o destino, entretanto, que a relação se tornasse menos próxima. Porém, após longos dias de distância - 574 sem partidas com o Atlético como mandante no Mineirão, para ser mais exato -, o assunto de que vocês mais gostam os uniu novamente: a Copa Libertadores.

Como nos velhos tempos, torcedores viveram angústia, tensão, ansiedade e euforia em apenas 90 minutos contra o Cerro Porteño-PAR. A distância não fez com que o reencontro ficasse marcado pelo estranhamento. Muito pelo contrário: rever o Atlético no Mineirão, palco de tantas glórias - inclusive a maior da história do clube, naquele 24 de julho de 2013 -, despertou nos torcedores a sensação de pertencimento.

- Foto: Juarez Rodrigues/EM/D. A Press
Logo no minuto 8, quando centenas de atleticanos ainda lutavam para entrar no estádio, Cazares fez explodir a arquibancada após cobrança de falta aparentemente despretensiosa. O gol, entretanto, foi anulado pela arbitragem.
As críticas ao trio argentino duraram pouco e logo se transformaram em apoio ao time alvinegro.

O incentivo a cada roubada de bola de Jair e lampejo de genialidade de Cazares empurrava a equipe, que sofria para abrir o placar e, de quebra, dava oportunidades aos visitantes. Quando o jogo esfriava, a arquibancada fervia. Em plenos pulmões, os torcedores marcavam território: "O Mineirão é nosso", cantavam, para celebrar o retorno ao Gigante de Pampulha. "A favela voltou", completavam.

- Foto: Juarez Rodrigues/EM/D. A Press
Com o passar dos minutos no cronômetro, a empolgação se transformava em ansiedade. Os gritos de incentivo davam lugar a vaias ao adversário. O gol não saia de jeito nenhum. O Atlético tentava de todos os jeitos: por cima, por baixo, em lances individuais, em jogadas coletivas... Mas nada vencia o bloqueio paraguaio, que se defendia com 10 ou até mesmo 11 atrás da linha da bola.

O castigo veio aos 31' do segundo tempo. Após bola alçada na área, Réver não cortou, Victor ficou no meio do caminho, e o Cerro Porteño abriu o placar. Depois do baque inicial, a torcida tentou voltar a empurrar o time: "Eu quero raça do time todo", gritavam. A súplica por dedicação deu lugar ao tímido canto do hino alvinegro.

- Foto: Juarez Rodrigues/EM/D. A Press
Antes do apito final, Ricardo Oliveira balançou as redes. Quase 40 mil vozes explodiram. Em vão.
A arbitragem assinalou impedimento mais uma vez. E já não daria mais tempo. Fim de papo: derrota por 1 a 0 e angústia instaurada. Ao menos até 3 de abril, às 19h15, quando o reencontro com o Mineirão está marcado: duelo contra o Zamora, pela terceira rodada da Libertadores.








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