Levir Culpi se desculpa com narrador e explica frase polêmica antes do clássico

O técnico Levir Culpi se encontrou com o radialista Alberto Rodrigues na festa do Troféu Guará, na última segunda-feira, e se desculpou com o narrador por uma colocação polêmica antes do clássico entre Cruzeiro e Atlético (1 a 1), na manhã do último domingo, no Mineirão. O treinador do Galo também aproveitou e se explicou no Twitter:

"Tive a oportunidade de encontrar o Alberto Rodrigues e me desculpar com ele. Lógico que não queira que ele passasse mal. Meu tom foi para ampliar a crítica pela falta de bom senso de fazer um jogo às 11h, no verão. Isso é desumano e arriscado a todos, principalmente para os atletas", disse.

A polêmica ocorreu por uma declaração de Levir sobre as consequências de jogos às 11h em pleno verão. O treinador foi questionado sobre a marcação do clássico para a manhã do último domingo (27). Ele disse, de forma irônica, que adorou quando um jornalista quase morreu em um jogo. Ele se referia ao narrador Alberto Rodrigues, que passou mal em Divinópolis, antes do jogo entre Guarani e Cruzeiro (1 a 3), na estreia do Campeonato Mineiro.

"Vocês da imprensa também são responsáveis por isso. Não sei e nunca vou saber quem é que organiza isso. Não sei se quem faz esse campeonato é a federação, a televisão ou os dirigentes dos clubes. Quem é que faz o campeonato? Não sei disso. Não sei quem é que faz o campeonato. É muito estranho isso, esses caras não aparecem. Agora, marca os jogos, como hoje, olha a temperatura de hoje. É perigosa. Olha aqui, vou dizer uma coisa a vocês: humor negro é uma coisa incrível, né?! Eu adorei quando um de vocês quase morreu na semana passada. Quem foi, Domênico (diretor de comunicação do Atlético)? Domênico, teve um que caiu, quem foi? Teve um comentarista que passou mal, quem foi?".

Um repórter citou o nome do cronista esportivo que passou mal: "Quem passou mal ontem em Divinópolis foi o Alberto Rodrigues (narrador de 79 anos, que transmite os jogos do Cruzeiro na Rádio Itatiaia, de Belo Horizonte)". Levir Culpi seguiu falando: "Alberto Rodrigues, muito bem, gostei muito! Gostei muito! Porque é isso aí, né?! Ele jogou? Ele entrou no jogo? Foi só pelo calor? Agora, se ele jogasse, era morte certa. Se jogasse, era morte certa".

Na sequência, o treinador do Atlético alertou que só uma tragédia poderá chamar a atenção para o risco que os jogadores de futebol sofrem por atuar sob altas temperaturas. "No Brasil, tem que ter uma desgraça para se tomar uma providência. Quem é o cara que faz a tabela? Tem que ser discutido um assunto desse, entende? Não é questão de levar vantagem para lá para cá, não quero levar vantagem, isso é coisa de brasileiro. Não sou um expert em formação do campeonato, mas vou dizer uma coisa a você: acho que faço melhor. Não sei o que acontece, mas estamos dentro".

Levir seguiu sua tese sobre os jogos às 11h e disse que, em dado momento, o futebol brasileiro vai sair prejudicado. "É aquela história: 'ah, mas 11 horas o público comparece, vai lotar o estádio, é um domingo, todo mundo vai no campo'. É uma coisa interessante, o espetáculo gera dinheiro. É importante você saber fazer também um espetáculo e um campeonato que gere dinheiro, até aí tudo bem. Agora, se você matar os atores, não tem um espetáculo. Você vai e tem espetáculo ruim. Acho isso muito simples, não sei quem inventa essas coisas, eu gostaria até que houvesse uma participação dos clubes também. Tem que falar com fisiologista, tem que consultar, a gente tem que evoluir. Temos que dividir melhor. É um patrocinador que faz o campeonato? O patrocinador quer que tenha jogo domingo ao meio-dia. Tem que ter? Isso é uma complicação. Entendo até que o patrocinador não quer dar dinheiro se não tiver retorno. Mas, convenhamos, existem maneiras e maneiras de fazer um campeonato decente."

O jogo às 11h foi um pedido da detentora dos direitos de transmissão do Campeonato Mineiro.