“A gente quer jogar logo. Claro, você perde um dia de preparação, mas já acaba com a ansiedade, vai para dentro de campo resolver o que tem para resolver. E férias, né? O jogador, quando chega nesta época, quer férias o mais rápido possível. Só que antes a gente tem um objetivo. Quanto a mudar (a data do jogo), acho que a CBF fez o que quis este ano. Mudou vários jogos nossos. Deixei de votar por causa da CBF, que mudou um jogo para segunda-feira. A logística fez com que a gente viajasse no domingo, e eu deixei de votar. Então, a CBF fez o que quis este ano. A gente espera que na próxima temporada ela possa escutar mais os clubes e os jogadores para tomar as decisões necessárias para o futebol”, declarou, em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira, na Cidade do Galo.
O jogo com o Botafogo, no Independência, estava marcado para 17h (de Brasília) deste domingo. A mudança, formalizada pela CBF nessa terça-feira, remarcou a partida para 19h de sábado.
O confronto foi antecipado em função de um imbróglio que envolveu a dupla Fla-Flu. Mandantes na rodada, os clubes cariocas demonstraram interesse em atuar no Maracanã. Diante da impossibilidade de realizar duas partidas no mesmo estádio no mesmo horário e do veto da Polícia Militar do Rio de Janeiro à realização dos confrontos em locais diferentes, mas na mesma cidade, o encontro entre Flamengo e Atlético-PR foi remarcado para sábado, às 19h.
Saiba mais
Por disputar vaga na Copa Libertadores contra o Atlético-PR, o Atlético também teve o jogo antecipado para sábado, no mesmo horário. O problema é que o clube já havia vendido mais de 20 mil ingressos para o duelo com o Botafogo, segundo parcial divulgada na manhã desta terça-feira. A diretoria alvinegra permitiu a devolução de bilhetes de torcedores que não puderem comparecer na nova data.
União entre jogadores?
Elias é um dos raros jogadores de alto nível do futebol brasileiro que se pronunciam diante de situações extra-campo. “Infelizmente, a classe de jogadores é desunida. Não é corporativista como vocês (jornalistas) são. Vocês defendem uns aos outros. Nós não. A gente só pensa em nós mesmos. Acho que é falar, reclamar, cara. Todo mundo tem que falar se está insatisfeito com alguma coisa, com base, claro. Reclamar. Ir na imprensa e falar. Não tem o que esconder. Nós estamos aqui pela melhoria do futebol brasileiro”, continuou.
Para Elias, a falta de acesso à informação é um dos motivadores da pouca participação dos jogadores nos debates sobre a parte administrativa do futebol brasileiro. Além disso, o temor por retaliações por parte de dirigentes e, nas palavras do volante, da própria imprensa também atrapalha.
"A maioria dos jogadores não teve o estudo necessário e também não vai atrás das informações necessárias para poder fazer uma crítica ou expor opinião e acaba se contendo um pouco mais. Mas jogadores que conseguem ir em busca dessa informação, que conseguem estudar, acho que sim, têm que se manifestar. Eu tenho um amigo muito importante e que me ajudou muito nesse meu olhar de poder estudar, de estar se informando, que é o Paulo André (zagueiro do Atlético-PR). Ele foi muito criticado pela própria imprensa quando surgiu com o Bom Senso. A gente é sujeito a isso. Quando a gente expõe a nossa opinião, a gente acaba sendo criticado. Meu conselho é os jogadores se informarem melhor, procurarem estudar, procurarem obter informações para que possam dar sua opinião, seja ela de elogiar, seja de criticar, como vim fazer hoje”, completou.
