O técnico quebra a cabeça para colocar uma formação competitiva no duelo com o Palmeiras, domingo, às 17h, no Independência, quando a vitória será fundamental na manutenção do sexto lugar na classificação. Nos três primeiros compromissos à frente do Galo, ele testou nove jogadores no setor de meio-campo, mas o rendimento coletivo tem sido insatisfatório – o alvinegro não vence há cinco partidas e só conseguiu marcar um gol, na derrota por 2 a 1 para o Ceará. Para a torcida, há vários responsáveis individualmente. O equatoriano Cazares tem sido o mais cobrado. Ele perdeu a vaga de titular para o uruguaio David Terans na derrota para o Grêmio por 1 a 0, no Independência.
Levir já elogiou o equatoriano, mas afirmou que ele tem a missão de jogar com personalidade e confiança. “Ouvi isso de todos. Cazares tem qualidade técnica que poucos têm. Batedor de bola parada, ótimo passador. Tem presença técnica refinada. Mas precisamos traduzir isso para números. Como sempre falamos: nós somos números. Quantos jogos? Quantos ganhou? Isso que nos mantém empregados. Tecnicamente a gente vê que ele sabe jogar. Mas é importante conhecer ele melhor, para tirar ideia melhor do que ele pode produzir”.
Quem também caiu de rendimento foram os volantes Adílson e Elias, titulares em boa parte do ano com Thiago Larghi. O primeiro teve grande momento no primeiro semestre, se tornando um dos atletas mais regulares da equipe, mas não manteve o ritmo depois de se recuperar de lesão na panturrilha direita no período da Copa do Mundo. Já o segundo, dono de um dos salários mais altos do grupo, teve poucas atuações de destaque e vive nova fase de cobranças da torcida.
Contra o Palmeiras, Luan será novamente opção depois de cumprir suspensão diante do Grêmio. Um dos poucos que trabalharam com Levir entre 2014 e 2015, o jogador também não conseguiu mudar o panorama da equipe quando esteve em campo.
INSTABILIDADE Além de se preocupar com o desempenho da equipe, Levir Culpi terá de administrar os problemas de bastidores do clube, que está com os salários atrasados e recentemente trocou de diretor de futebol e de comando técnico – o próprio paranaense assumiu a vaga deixada por Thiago Larghi. Um dos líderes do grupo, o lateral-esquerdo Fábio Santos afirmou que a queda de produção é reflexo do ambiente agitado: “Não sei dizer em que medida influencia, qual a porcentagem, mas é óbvio que influencia. Quando você pega um trabalho mais organizado e consistente, a chance de dar certo em campo é muito maior. Se você pega um clube instável, com salário atrasado, mudança de treinador e de diretor, a chance de dar errado em campo é grande”.