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Desequilíbrio tático ofensivo é problema que Levir Culpi precisa ajustar no Atlético

Especialmente nos últimos jogos, ataques da equipe têm sido previsíveis

postado em 05/11/2018 06:30 / atualizado em 04/11/2018 18:00


É natural que equipes de futebol, por mais desenvolvido que seja o nível de jogo apresentado, repitam padrões na construção ofensiva e tenham setores preferenciais para realizar determinadas jogadas. Com o Atlético, entretanto, esse se tornou um dos motivos para o fraco desempenho do ataque nas últimas rodadas do Campeonato Brasileiro.

Nas últimas cinco partidas, a equipe marcou apenas um gol. Esse cenário fez com que o Atlético perdesse quatro vezes, empatasse uma e não vencesse nenhuma. Com isso, a tão sonhada vaga na próxima edição da Copa Libertadores ficou ameaçada.

Existe um claro desequilíbrio na criação de oportunidades. Os mapas de calor abaixo, produzidos pelo Footstats, mostram que o time insiste, sem sucesso, em repetidos avanços por um mesmo setor. O lado - direito ou esquerdo - varia a depender da partida. Veja a seguir o cenário das derrotas para Fluminense (1 a 0), Ceará (2 a 1) e Grêmio (1 a 0).

Reprodução/Footstats

Reprodução/Footstats

Reprodução/Footstats

Como explicar esse desequilíbrio? Um dos motivos é o setor ocupado preferencialmente por um jogador. Referência técnica, Yimmi Chará ‘chama o jogo’ e é o principal desafogo ofensivo do Atlético.

Na partida contra o Fluminense, o colombiano caiu mais pela esquerda - lado pelo qual a bola mais passou em ataques alvinegros. Contra o Ceará, Levir Culpi inverteu Chará e Luan. Pela direita, o ex-jogador do Junior também foi mais acionado e gerou o ‘desequilíbrio’ no 4-2-3-1 armado para a equipe.

Contra o Grêmio, o cenário mudou. Sem Luan e Cazares, Levir Culpi escalou Matheus Galdezani e David Terans. Dessa forma, o desequilíbrio nas pontas seria ainda mais natural. Afinal, os dois que entraram puxam, preferencialmente, para o meio. Com isso, sobra apenas Chará como opção de amplitude, conceito que caracteriza jogadores que ajudam a ‘abrir o campo’ por terem característica de se posicionarem mais próximos às linhas laterais.

Contra o Grêmio, Chará se alternou entre os lados. Com maior liberdade, o atacante colombiano se apresentou para o jogo em vários setores do campo (veja no mapa de calor abaixo). O desequilíbrio, entretanto, foi originado na relação entre Emerson e Fábio Santos. Por ter características mais ofensivas, o jovem lateral de 19 anos foi mais participativo no campo de ataque e motivou a ‘preferência’ do Atlético pela direita.

Reprodução/Footstats


Reprodução/Footstats

O principal problema deste desequilíbrio é que o ataque se torna previsível. Desta forma, fica mais fácil para o time rival marcar eventuais pontos fortes do Atlético. E tem dado certo para os adversários, independentemente do nível.

Sem Chará, o equilíbrio se restaura. Foi o caso, por exemplo, do empate sem gols com o América. O colombiano não atuou por ter sido convocado para a seleção. O problema é que, sem ele, o time não tem a mesma capacidade técnica para criar com eficiência.

Portanto, uma das necessidades é encontrar o equilíbrio e não tornar o time previsível. A próxima oportunidade será neste domingo, a partir das 17h, contra o Palmeiras, no Independência, pela 33ª rodada.

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