A mística que Sette Câmara se refere começou em 2012, quando o Atlético passou a mandar seus jogos no novo Independência. Naquele ano no estádio, o time conseguiu bons resultados (16 vitórias, sete empates e nenhuma derrota), o que culminou no vice do Campeonato Brasileiro. Nos anos seguintes, no local, o clube deu importantes passos rumo aos títulos inéditos da Copa Libertadores, em 2013, e Copa do Brasil, em 2014. Junto às conquistas, vitórias e misticismo, a torcida atleticana entoava frequentemente a frase: “Caiu no Horto, tá morto”.
“Quando jogam contra o Atlético no Mineirão, é diferente de jogar no Independência. Só diz isso quem joga contra o Atlético aqui. Um dos motivos de a gente jogar no Independência é que acreditamos que funciona como uma panela de pressão para fazer com que a gente tenha um melhor desempenho. Alguns vão dizer que isso não funciona, que não é assim, que o Atlético ganhou várias partidas no Mineirão. Vão lembrar dos jogos contra Corinthians, Flamengo, Libertadores”, destacou o presidente.
Entretanto, com exceção da conquista do Campeonato Mineiro em 2015, o Atlético vivencia um período longo sem títulos, e a relação do torcedor com o Independência ficou estremecida. Em 2018, com 19 vitórias em 30 jogos como mandante no Horto, o Galo até conseguiu sequências positivas, mas não repetiu as boas atuações de anos anteriores, o que aumentou a vontade de parte torcida em mandar jogos no Mineirão. Ao todo, desde a reinauguração do "Gigante da Pampulha", o time venceu 15 vezes, empatou cinco e perdeu apenas quatro atuando no estádio nessa condição.
O mandatário atleticano falou sobre as pretensões para 2019. Sette Câmara destacou possíveis prejuízos que poderia ter ao jogar no Mineirão, mas ressaltou avaliar mudanças de acordo com as demandas da próxima temporada. O time está na zona de classificação para a Libertadores'19.
“No ano que vem vamos ver como as coisas vão fluir. Não descarto a possibilidade de ter jogos no Mineirão, mas isso depende do desempenho do time nos campeonatos e se tiver demanda para mandar no Mineirão vou analisar”.
Para ressaltar alguns dos problemas financeiros em uma mudança permanente para o Mineirão, Sette Câmara citou possíveis prejuízos do Cruzeiro no estádio.
“Tem outro aspecto que é o financeiro. Dependendo do jogo, o Mineirão traz prejuízo. Nosso adversário (Cruzeiro) tem sérios problemas financeiros com relação ao Mineirão porque a gente sabe que foram muitos jogos que geraram prejuízo e inclusive houve uma demanda judicial. Não sei se entraram em acordo”.