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'Não é normal': presidente do Atlético garante aceitar questionamentos, mas diz que 'tom das críticas' é alto

'Tem algo a mais do que a insatisfação da torcida', disse Sette Câmara

João Vitor Marques
Em apresentação de Marques, Sette Câmara diz aceitar críticas e pede apoio do 'verdadeiro atleticano' - Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press

Alvo de cobranças recorrentes ao longo do primeiro ano de mandato no Atlético, o presidente Sérgio Sette Câmara disse aceitar os questionamentos de torcedores. O mandatário alvinegro, entretanto, considera ‘alto’ o ‘tom das críticas’ recebidas nas últimas semanas, quando atleticanos protestaram na sede do clube e na Cidade do Galo.



“A gente aqui é bem intencionado. Eu sou uma pessoa honesta. Até aproveito o momento para dizer o seguinte: estou no meu primeiro ano de mandato e não tenho nenhum receio com relação à lisura do trabalho que tenho feito à frente do clube, da dedicação. Mas acho que o tom das críticas anda muito alto, sabe? O Atlético já passeou pela zona de rebaixamento anos atrás, o Atlético já ficou muitas vezes na parte de baixo da tabela, incluindo no ano passado. E eu não me lembro de ter esse movimento tão grande para cima da presidência”, disse Sette Câmara durante a apresentação do ex-atacante Marques como diretor de futebol interino, nesta quarta-feira.

A ‘promoção’ de Marques, que voltou ao clube como coordenador das categorias de base, atende a protestos de torcedores contra o ex-diretor de futebol, Alexandre Gallo. Recentemente, o presidente promoveu uma troca também no comando técnico do time: saiu Thiago Larghi para o retorno de Levir Culpi.



Apesar de garantir que as mudanças não foram feitas em função da pressão da torcida, Sette Câmara espera ter mais tranquilidade para planejar a temporada de 2019 com as companhias de Marques e Levir, dois ídolos do Atlético.

“Eu preciso do torcedor do Atlético me apoiando. Acho que o tom das críticas, de um modo geral, está um pouco acima.
E isso não me ajuda em nada. Sabe por quê? Porque a energia que preciso canalizar para buscar patrocínio, para poder encontrar soluções e caminhos para que o Atlético volte a ter uma saúde financeira boa e, com isso, montarmos bons times… Parte dessa minha energia estou tendo que canalizar, obviamente e com muito amargor, para poder fazer uma análise de tudo isso que está acontecendo. Já tivemos acho que umas duas manifestações em frente à sede, uma aqui na frente (da Cidade do Galo). O Atlético em sexto lugar (no Campeonato Brasileiro). Olha, posso te falar? Não é normal. Tem algo a mais além do que simplesmente a insatisfação da torcida. Como torcedor, eu também estou chateado com o desempenho do time”, disse.



‘As críticas, eu aceito’

Nas últimas semanas, grupos de torcedores do Atlético organizaram duas manifestações em frente à sede do clube, em Lourdes, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Depois, foi a vez de a Cidade do Galo receber protestos de atleticanos, no último sábado.

Sette Câmara analisou a relação com os torcedores do Atlético e disse entender as críticas recebidas nesta temporada. “O torcedor atleticano de verdade tem que me apoiar. E eu peço a ele que faça isso. As críticas, eu aceito. O sujeito que se presta a ser presidente de um clube de futebol no Brasil tem que saber que está sujeito a muitas críticas. E eu as aceito.
Ameaça, não. Se tiver qualquer tipo de ameaça, aí é crime. São esses só. ‘Ah, o presidente do Atlético processa todo mundo’. Processo não. Isso aí é mentira. Fake news. Na verdade, foram poucos que efetivamente cometeram um crime. E as pessoas têm que entender que a internet não é mais terra de ninguém”, disse.

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