No começo de 2018, a gestão do presidente Sérgio Sette Câmara começou com o objetivo - ao menos em discursos públicos - de dar tempo de trabalho ao técnico Oswaldo de Oliveira, primeiro comandante do time no ano. O experiente treinador, entretanto, durou pouco mais de um mês. A troca por Thiago Larghi foi avaliada como positiva pelos dirigentes, que, no entanto, também o demitiu para apostar no retorno de Levir Culpi em outubro. A nova mudança traz novos ares e motivação ao elenco, mas dificulta o planejamento da própria diretoria alvinegra para 2019.

Pressionado em função do desempenho irregular do time alvinegro durante a atual temporada, o diretor de futebol Alexandre Gallo já tem planos e metas definidos para o ano que vem. No entanto, a busca antecipada pelos sonhados reforços, além de questões como a eventual compra de jogadores emprestados ao clube ou o aproveitamento de jovens emprestados pelo Atlético, dependem de uma nova avaliação de Levir Culpi. Com Thiago Larghi, essa análise já vinha sendo feita desde fevereiro.

“Nós tínhamos com o Thiago (Larghi) um planejamento feito para eles (jogadores emprestados pelo Atlético a outros clubes). Vamos dar um tempo de 15 a 20 dias para o Levir se inteirar de tudo que está acontecendo aqui. Já apresentei para ele quais são os jogadores, quais são os clubes. Vamos dar um tempo para ele respirar e tomar as decisões que têm que ser tomadas”, disse Alexandre Gallo ao Superesportes. Clique aqui para acessar a entrevista completa.

Levir Culpi foi anunciado como novo treinador do Atlético em 17 de outubro, há 11 dias. Na tarde seguinte, o comandante era apresentado pelo presidente e pelo diretor de futebol. Durante a entrevista, ele admitiu: por não conhecer bem o elenco alvinegro, utilizaria o período que lhe restava até o final da temporada para analisar eventuais necessidades para 2019.

“Eu, na verdade, tenho pouco conhecimento. Assisti a poucas partidas do Atlético. Tenho pouco conhecimento do elenco. Nesse período, vou ter oportunidade de definir e conhecer melhor os jogadores. Esse período é importante para eu conhecê-los e para tomar algumas decisões já para a temporada que vem. Aí você começa uma pré-temporada diferente, com espírito, um ambiente diferente, um objetivo diferente”, admitiu.

Esse período de “15 a 20 dias” prometido por Gallo para que Levir analise o elenco alvinegro freia eventuais investidas prévias do Atlético no mercado. Afinal, o entendimento da diretoria é que o treinador - que tem contrato até o final de 2019 - é fundamental para a definição de eventuais nomes de jogadores que possam ser contratados.

“Nós já temos algumas dicas. É claro que isso tudo vai passar pelo Levir. Vai ser importante que passe por ele. Mas como nós já estamos aqui há um tempo, nós entendemos essa situação. E é claro que a palavra dele vai ser extremamente importante, se ele entende dessa maneira também”, disse Gallo.

O diretor de futebol, porém, admite que já começou contatos com agentes e clubes ligados a eventuais reforços. “Já. Já começamos contatos prévios para uma situação dessas. Mas é claro que, volto a frisar, a palavra do treinador vai ser extremamente importante”.

Jogadores como o zagueiro Juninho e os meias Tomás Andrade e Matheus Galdezani estão emprestados ao Atlético apenas até o final do ano. O clube alvinegro tem a possibilidade de comprá-los se optar por pagar os valores determinados previamente em contrato. Qualquer ação nesse sentido, no entanto, também depende de uma avaliação de Levir Culpi.

“Tudo vai demandar de uma análise final de um novo treinador também, para que isso aconteça. E não tem que se ter tanta pressa nessa situação. Nós temos tempo. Nós temos até 31 de dezembro para exercer ou não. Se nós entendermos - e o Levir com ajuda nisso aí - que a gente deve agir, provavelmente no início do próximo mês, inicia-se uma conversa, mas sem necessidade de desespero para isso”, completou Gallo.