O Galo Volpi, um dos símbolos oficiais do Atlético, virou alvo de uma disputa judicial entre o clube e Ivã Volpi, criador da obra.
Ao contrário do que muitos acreditam, o Galo Volpi não tem nenhuma relação com o pintor italiano Alfredo Volpi, radicado no Brasil. Na realidade, a obra foi criada por Ivã, que trabalhou no Atlético na década de 1980.
Segundo informação publicada pelo jornal O Tempo, e confirmada pelo Superesportes, Ivã ajuizou uma ação em agosto deste ano, na 20ª Vara Federal Cível de Belo Horizonte, contra o Atlético e o Instituto Nacional Da Propriedade Industrial (INPI), para discutir a propriedade intelectual e o uso da marca do Galo estilizado. Volpi requereu ao juízo da 20ª Vara que o Atlético seja impedido de utilizar o desenho e que o INPI não efetue nenhum novo registro com a obra.
Segundo o artista, o clube teria registrado a marca “de forma fraudulenta, haja vista a não utilização da marca com a finalidade para a qual foi registrada, qual seja, como serviços de filantropia”.
O pedido liminar formulado por Ivã Volpi no processo foi indeferido pelo juiz Robson de Magalhães Pereira.
A audiência para tentativa de conciliação das partes do processo está agendada para a próxima quarta-feira, (24/10), às 15h40.
Defesa do Atlético
O advogado Lásaro Cândido da Cunha, vice-presidente do Atlético, informou à reportagem que o prazo para Ivã Volpi discutir judicialmente o uso da marca já teria se encerrado e que o artista confunde o conceito de filantropia com o de entidade sem objetivo econômico.
“O Atlético tem o registro há mais de 20 anos. Ele trabalhou no clube e confessa isso. E recebeu para fazer o trabalho. Há um prazo decadencial que precisa ser respeitado. Já se passaram muitos anos. O Atlético foi renovando o registro. Volpi confunde filantropia com entidade sem objetivo econômico. Entidade sem objetivo econômico é aquela que não divide lucro, que investe seu resultado em prol do próprio objetivo social. Qualquer clube no Brasil é considerada entidade desse tipo”, afirmou Lásaro.
Sobe a lenda do Galo Volpi ter sido criada pelo italiano Alfredo, Lásaro disse sucintamente, que a história não é verdadeira: “É fake. A internet está cheia de fakes”.
De acordo com o art. 14, incisos X, XI e XII do Estatuto do Clube Atlético Mineiro, constituem patrimônio da entidade, devidamente registrados os “Galos estilizados”, o “Galo Carijó” e o “Galão”.